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A desilusão com Coco Basile

No dia 1º de julho, Alfio Basile chegava feliz à Bombonera. O próprio disse que “a alegria voltou” ao se apresentar em Casa Amarilla. Junto da alegria, voltava também a esperança as arquibancadas. Os cinco títulos conquistados em pouco mais de um ano na passagem anterior estavam atrelados a um anseio de reação do gigante combalido que era (e ainda é) o Boca Juniors.

A pré-temporada animava. Jogar de igual para igual contra o Manchester United e bater o Milan. Não os resultados, mas as exibições faziam pensar que os Xeneizes se encaixariam nos trilhos da díficil jornada rumo a Libertadores.

Os reforços Insúa e Medel de fato honravam o sentido da palavra “reforço”. Não era exagero pensar que o time podia brigar com Estudiantes e Velez pela volta olímpica.

Até que chegou o Apertura. De repente, não mais que de repente, a equipe tornou-se tremendamente irregular. Dependia dos lampejos de Roman, Gaitan e Palermo para triunfar. Mas foi depois da lesão de Riquelme, os defeitos ficaram mais visiveis e assustadores.

Uma defesa lenta e complacente na marcação e um ataque inoperante, pois no meio e nas laterais, Chavez, Insua, Ibarra, Medel, Morel e Monzon eram incapazes de criar. O 11º lugar soou lucrativo depois de tudo, mas fica a tristeza da temporada sem títulos nem vaga na Libertadores.

Eis que hoje, 205 dias depois da alegria e da esperança, Coco Basile cai melancólico e descrente por não conseguir chegar nem perto do sucesso de 2005. Todavia, diferente de Ischia, não dá para atribuir a culpa principal a ele.

Fez o que pode para conseguir uma escalação com “11 de memória”, mas as lesões não deixaram.

Tentou dissolver a luta de Roman, Ibarra e os pibes vindos da base x Palermo e o resto do grupo. Não conseguiu.

Implorou por reforços como Gago, Jesus Mendez, Araujo e Bolatti. Esbarrou na falta de recursos de um time que, curiosamente, paga uma fortuna de salário para Bianchi dizer que não pode contratar ninguém, nem assumir o cargo de DT.

Abel Alves assume, e lhe prometem poder até o fim do Clausura. Difícil imaginar um “efeito Andrade” em seu interinato, de maneira que a solução e a renovação passa, sim, por contratar um novo técnico.

Dependendo de quem chegue, é possível sim almejar dias melhores em 2010. Reforços são necessários, mas não indispensáveis. O mais importante é a chegada de alguém que consiga tirar o máximo dos juvenis e que aparte as brigas dos veteranos. Todos precisam se unir e lembrar do peso da camisa auriazul que vestem.

Rodrigo Vasconcelos

Rodrigo Vasconcelos entrou para o site Futebol Portenho no início de julho 2009. Nascido em Buenos Aires e torcedor do Boca Juniors, acompanha o futebol argentino desde o fim da década passada, e escreve regularmente sobre o Apertura, o Clausura e a seleção albiceleste

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