Copa do Mundo

Amistoso pouco importante futebolisticamente, mas necessário para o povo argentino

Esse não será um texto com análises táticas sobre a seleção. Por ironia do destino, este que vos escreve sequer pode assistir ao jogo entre Argentina 4-0 Haiti. Partida esta que muitos argentinos e muitos brasileiros desdenharam, já que se tratava da fraquíssima seleção da Concacaf, que ficou em terceiro lugar no Grupo B da penúltima fase das Eliminatórias. Até por isso, qualquer análise tática não vale para nada – até porque até o time do Dunga venceu essa mesma seleção, dois anos atrás.

Se consegui prendê-lo nas 86 palavras anteriores, pois bem. Digo que o amistoso foi importante para fazer com que o povo argentino abraçasse a sua Seleção. Sempre é importante amistosos, mais fracos sejam eles, diante de seu torcedor antes de ir para um Mundial. E se houver goleada, o fervor aumenta inda mais. Coisa que o time brasileiro não vez antes de ir para Londres – a sua verdadeira casa (dizem as más línguas que a seleção pretende mesmo é jogar as eliminatórias por lá…).

Antes da partida, houve uma homenagem aos 43 jogadores que já foram campeões mundiais pela seleção argentina (somente Passarella esteve nas duas campanhas). Ainda que Maradona não estivesse ali presente, foi o nome mais ovacionado. Também a Javier Mascherano, que se tornou, ontem, o jogador que mais vezes vestiu a camisa da Seleção Argentina, com 143. Se for titular na Copa (o que é improvável) e se a Argentina chegar à decisão, poderá arredondar o número para 150 partidas.

Houve também um fato marcante para Lionel Messi. Pela primeira vez em toda a sua carreira, o camisa 10 marcou três gols em um único jogo em solo argentino. Curiosamente, a bola da partida não foi levada consigo para o vestiário, como aconteceu em outras 48 oportunidades (!). Com a camisa da seleção, Messi fez um hat-trick em seis oportunidades e outras 43 pelo Barcelona.

O amistoso, futebolisticamente falando, não serviu para muita coisa. O treinamento aberto no último domingo, no campo do Huracán, foi mais importante para definir alguma coisa do que a partida de terça-feira. Claro, a pulga atrás da orelha de Armani será mesmo titular apareceu, já que Caballero ficou debaixo dos paus. Salvio como lateral foi uma surpresa, mas podendo ser um diferencial em casos urgentes, deixando Mercado de lado. O gol de Aguero foi importante para recuperar o ânimo, principalmente após a lesão. É praticamente certo que jogue como titular, sem o nove de origem no posto.

O certo é que a Argentina viaja para Barcelona – onde segue a sua preparação – com as mesmas incertezas entre as seleções que já levantaram a taça alguma vez na vida. E que os duelos contra Islândia, Croácia e Nigéria não sejam os últimos da Seleção na Copa do Mundo.


[su_quote cite=”Jorge Sampaoli, técnico da Argentina“]A partida serviu para dar um aspecto de domínio e de controle. O jogo foi bastante positivo e contra Israel seremos muito mais exigidos[/su_quote]

Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

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