Sampaolismo entre confusões e certezas, mas com um sinal positivo no fim: mudará quando preciso
O rastro na beira do campo, à frente do banco de reservas, deixa muito claro o quão enérgico é Sampaoli em seu ambiente de trabalho. Entre as rápidas caminhadas, uma resenha com o auxiliar Beccacece, a ideia e o alento em alto tom aos jogadores dentro das quatro linhas. Ao todo, 3 vitórias e 3 empates, com 6 pontos somados no decorrer de 4 jogos nas Eliminatórias pela Argentina. Biglia, titular em 5 dos 6 jogos totais com Sampaoli, foi um dos porta-vozes do time e se disse entusiasmado com o que propõe o novo treinador. De fato foi difícil propor algo novo em tão pouco tempo e com a sobrecarga emocional de uma possível desclassificação.
Entre idas e vindas, esquemas e nomes, Sampaoli tem feito um limpa à sua maneira. Os treinos com testes diferentes a cada dia espantaram a imprensa local argentina, que temeu o resultado de tanta energia colocada à prova. Messi e Dybala juntos foi deixado para ser solução futura, não para o delicado momento. Ficou nítido que serão necessários mais treinos e quem sabe uma adaptação de um ou outro como centroavante. Lado a lado Messi e Dybala mais se chocam do que se complementam. Hora de pensar, respirar e corrigir. Di María começou como ala, sobrecarregado fisicamente e limitado em afunilar as jogadas pela esquerda. Também foi ponta pelo lado oposto, onde pouco produziu. Em Quito a ala, já com Acuña desde o empate contra o Peru, já não era mais território de Di María, agora mais por dentro, sócio de Messi, a válvula de escape do passe em profundidade. Mudou, deu certo, como a escolha de Benedetto, participativo nos 3 gols de Messi. Icardi e Benedetto sairam na frente de Higuaín e Alario. E ainda há Agüero, considerado o primeiro plano para a decisiva rodada das Eliminatórias, até acontecer a fatalidade. Felizmente tudo bem com Kun, que logo ganhará seu espaço.
Se o tempo para o Mundial diminuiu, sobram motivos para os argentinos voltarem a ter esperança e confiança. O rastro na beira do campo continuará, seguido pelas conversas com a comissão e, cada vez que um erro for observado, o alento para dentro das quatro linhas será acompanhado de uma mudança. Corrige! Nada mais importa para Sampaoli do que vencer.