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20 anos do último retorno de Maradona ao futebol: o incrível Boca do 2º semestre de 1997

A primeira vez de Maradona e Riquelme juntos: contra a Universidad Católica

Os jornais do mundo todo puderam destacar em 10 de julho de 1997 uma ressurreição divina, ao menos para os fiéis da Igreja Maradoniana: Diego Maradona, na véspera, havia voltado a jogar futebol, e voltado ao seu Boca, após quase um ano parado. E voltado vencendo. E marcando gol. Com cinco minutos de jogo. De falta. Foi no feriado da independência argentina, em amistoso realizado precisamente no Parque Independencia, onde o Newell’s, o adversário, tem seu estádio. Parecia um bom presságio para uma redenção de Dieguito, que havia se entregue novamente às drogas em meados de 1996. Mas, mesmo com diversas outras estrelas no ataque do Boca, o final não foi feliz.

Vamos voltar a 1997, com as notícias de Maradona chegando a um Brasil que descobria a ovelha Dolly, chorava Chico Science e Galdino Pataxó, ainda assitia TV Colosso, O Rei do Gado, Maria do Bairro e o fim de Cavaleiros do Zodíaco na Manchete; vibrava com Guga em Roland Garros e a artilharia de Edmundo; ouvia de fora Spice World (Spice Girls), HIStory (Michael Jackson), Pop (U2), Be Here Now (Oasis), Ok Computer (Radiohead) e o single de Elton John para a Princesa Diana, e do mercado interno Ao Vivo (Banda Eva), Sonho Azul (Sandy e Júnior) e o quarto do Só Pra Contrariar (o com “Depois do Prazer” e “Mineirinho”); e ao fim entrava na “Leomania” com o filme Titanic, após Batman & Robin só agradar o público infantil.

Que ataque!

Quando falamos sobre a Supercopa de 1996, sugerimos que nenhum clube no mundo teve de uma vez tantos goleiros renomados à disposição como o campeão Vélez: Pablo Cavallero, que jogava na seleção argentina, era reserva do paraguaio José Luis Chilavert, que defenderia tranquilamente a Albiceleste (e qualquer outra seleção) se nascesse hermano. E o terceiro goleiro era ninguém menos que Sergio Goycochea. Pois bem: o Boca teve diversos homens à disposição para as posições ofensivas no segundo semestre de 1997, dos quais nove tinham ou teriam destaque no futebol.

Talvez nenhum outro time no mundo tivesse uma constelação com tantas estrelas para o ataque, a ponto de um dos reforços para aquele segundo semestre, o meia peruano Nolberto Solano, do Sporting Cristal vice da Libertadores, voltar à posição de origem: lateral-direito. Para comanda-los, estava Héctor Veira, de grandes trabalhos nos rivais: no River, vencera a Libertadores e o Mundial em 1986, e no San Lorenzo encerrara o maior jejum dos azulgranas na elite (21 anos, no Clausura 1995). Ainda no River, Veira também profissionalizara Claudio Caniggia, que igualmente voltava ao Boca e ao futebol após um ano parado, após o trauma do suicídio da mãe em setembro de 1996.

Maradona assina o contrato com Macri, presidente do Boca (e hoje, da Argentina). Sofre de Mateo a falta que vai gerar seu gol há 20 anos. E cumprimenta o brasileiro Ricardo Rocha

Bom, Caniggia e Maradona são conhecidos por qualquer brasileiro que se limite a saber da seleção canarinho em Copas do Mundo. Já Martín Palermo e Guillermo Barros Schelotto, reforços do Boca a partir daquele semestre, e Juan Román Riquelme (que estreara no clube ainda em 1996) são figurinhas carimbadas para quem viveu a dominação do clube na Libertadores entre 2000 e 2007. E quem acompanhava o futebol de seleções nos anos 90 também se recordará do mexicano Luis Hernández, que vinha ao Boca após destacar-se na Copa América, onde chegou a marcar dois gols para abrir 2-0 no campeão Brasil, ainda que os tupiniquins depois epicamente virassem para 3-2 sobre os astecas.

Por fim, nomes que dispensam comentários na Argentina, mas talvez os brasileiros não conheçam tanto: Diego Latorre, com uma canhota refinada, já jogava pelo Boca em 1987 e tivera grandes momentos, como uma bicicleta para dar aos 44 minutos do segundo tempo uma vitória de virada sobre o River na Libertadores de 1991, chegando à seleção naquele ano no embalo de sua dupla de sucesso com Gabriel Batistuta. Foi justamente Latorre quem mais jogou dentre os atacantes do Boca em 1997: 28 jogos, dez gols. Adorado pela torcida, calhou de ir embora em momentos inoportunos.

Latorre saíra em 1992 antes do Apertura no qual o Boca se livraria de um jejum de onze anos sem títulos argentinos, a maior seca doméstica do clube. Uma nova demora de taças veio e só acabaria no Apertura 1998. E novamente Latorra saíra logo antes, disparando que o clube era “um cabaré”. Bom, o artilheiro daquele redentor Apertura 1992 era o uruguaio Sergio Manteca Martínez (presente na Copa de 1990 e campeão da Copa América 1995), que seguia no Boca em 1997, mas seria relegado e vendido ao Deportivo La Coruña ao fim daquele ano. No primeiro semestre, as estrelas ainda se resumiam a ele e Latorre, que protagonizaram um 3-0 fulminante, mas parcial, no River em pleno Monumental em menos de meia hora de jogo, ainda que depois o arquirrival tenha empatado.

Contra o Racing, no único jogo de Maradona pelo Clausura 1997: lances plásticos, como o toque de letra (à direita, onde aparece Galván, depois ídolo no Atlético-MG) em um dos gols

Uma última estrela ofensiva era Sebastián Pascual Rambert, carrasco justamente do Boca na final de 1994 da Supercopa (torneio disputado entre 1988-97 pelos campeões da Libertadores). Defendia ali o Independiente, o único clube onde brilhou. Em 1995, foi contratado pela Internazionale ao lado do compatriota Javier Zanetti (um Google Imagens encontra fácil ambos apresentados juntos) e era Pascualito, que jogou pela Argentina a Copa das Confederações de 1995, o mais badalado. Lesionou-se e entrou em declínio, mas o Boca apostou nele em 1996.

Como vinha Maradona

Voltemos a Maradona e recapitulemos as interrupções em sua carreira: em 1991, ainda no Napoli, um antidoping positivo para cocaína escancarou seu vício e lhe provocou suspensão de quinze meses. Voltou para a temporada 1992-93, agora defendendo o Sevilla. Em 1994, um novo antidoping positivo, para cocaína, em plena Copa do Mundo, trouxe outra suspensão de quinze meses. Durante a suspensão, trabalhou como técnico no Deportivo Mandiyú e no Racing, que o contratara na esperança de vê-lo jogando ao fim da punição – Maradona chegou a jogar um amistoso pelo time.

Os péssimos resultados como técnico da Academia e a não-reeleição do presidente que o contratara fizeram Diego rescindir contrato com os alvicelestes de Avellaneda. Às vésperas do fim da punição, sendo sondado até pelo Santos, Maradona acertou com o Boca para a temporada 1995-96. A Parmalat trouxera também Caniggia. No Apertura 1995, um Maradona razoável liderou uma campanha perfeita até a antepenúltima rodada. O Boca era líder invicto, mas repentinamente viu-se sem chances de título já ao fim da penúltima rodada após sofrer duas derrotas seguidas.

Maradona e Caniggia com o técnico Veira (quem profissionalizara Caniggia no River). Ambos eram “o melhor do estádio”, segundo a legenda à direita, mas ficaram no quase

No Clausura 1996, foi Caniggia a estrela principal, com direito aos três gols no 4-1 sobre o River (e ao famoso beijo na boca com Diego) que três semanas antes havia vencido a Libertadores. Sua fase era tão boa que, contrariando as lendas, ele voltou rapidamente à seleção mesmo com os cabelos compridos “proibidos” na Albiceleste por Daniel Passarella, sendo o ano sabático em função do suicídio materno o que realmente lhe prejudicou. Já Maradona perdeu simplesmente seis pênaltis seguidos na campanha. O Boca, a um ponto do líder Vélez antes da pausa para as Olimpíadas, somou só um ponto nas três partidas agendadas para depois dos Jogos de Atlanta.

As chances de título acabaram na penúltima rodada novamente (em uma derrota em casa curiosa: Juan Sebastián Verón jogava no Boca, por sinal pela última vez, e justamente ele fez o gol sobre o Estudiantes, que por sua vez venceu com dois gols de Martín Palermo…). Deprimido com títulos que escapavam pelos dedos, Maradona anunciou ao fim do Clausura 1996 que tirara 45 dias de licença para tratar-se contra as drogas. A esperara viraria quase um ano. Em abril, jogaria um Resto do Mundo x Europa e, tendo o polêmico velocista Ben Johnson como preparador físico (logo ele?), anunciou que desejava voltar. Em 13 de junho, assinou então novo contrato com um bigodudo Mauricio Macri – na época, presidente do Boca e não da Argentina.

A reestreia de Maradona com a camisa azul y oro (ou melhor, azul, oro y blanco, pois a Nike, que estreou naquele 1997 no Boca, inventou finas listras brancas separando as cores tradicionais do manto xeneize), enfim veio naquele dia 9 de julho. Ele e Caniggia poderiam não ser os mesmos, mas se com eles o Boca ficava no quase, sem eles o time despencara na temporada 1995-96: 10º no Apertura e 9º no Clausura. Maradona ainda pôde jogar uma partida do Clausura 1997, quatro dias depois daquele retorno contra o Newell’s. Na ocasião, El Diez exibiu jogadas plásticas em um 3-2 no Racing (semifinalista da Libertadores naquele ano), com destaque a um toque de letra que colocou Latorre livre na grande área para que este tocasse para Rambert marcar.

Contra Diego Placente do Argentinos Jrs na 1ª rodada do Apertura: seu gol, de pênalti, após ter errado seis seguidos, merece comemoração no alambrado. Mas é pego no antidoping

Maradona pôde atuar ainda no Clausura porque esse campeonato havia se pausado para a Copa América e, em demonstração de desorganização “invejável” da AFA, teve as últimas três rodadas espremidas entre 7 e 12 de agosto. Diego, que sentira uma contratura contra o Racing, não foi exposto a este desgaste; só voltou a campo em amistosos intertemporada em agosto, contra Universidad Católica e Cerro Porteño. Contra os chilenos, jogou pela primeira vez ao lado de Riquelme, mas ambos não evitaram a derrota por 3-2. A notícia boa: Maradona aguentou os 90 minutos.

O grande campeonato do Boca em 1997

O Apertura 1997 começou em 24 de agosto. Maradona enfrentou o Argentinos Jrs e, tal como em sua reestreia há 20 anos, fez valer a lei do ex: o gol foi de pênalti, mas, no contexto de quem havia perdido seis seguidos no ano anterior, valia-lhe muito (aliás, a torcida já havia pedido que ele batesse outro pênalti, naquela derrota amistosa para a Universidad Católica seis dias antes; Rambert perdeu-o e contaria que Maradona, para protegê-lo, afirmou que voltaria a batê-los, sabendo de seu respaldo muito maior caso errasse). Com dois gols do “outro Diego”, Latorre (“o Diego II”, ou “o Diego bom”), o Boca venceu por 4-2. Mas a edição pós-jogo da revista El Gráfico estamparia dizeres de lamentação na capa: “por que, Deus?”. Tudo porque Maradona voltou a ser pego no antidoping ao fim daquela partida. O filme de quinze meses se repetiria pela terceira vez?

Não. Maradona inicialmente foi sim suspenso, mas enquanto o mundo enterrava a Princesa Diana e Madre Teresa, Diego conseguiu um acordo inédito de submeter-se a exames após cada partida para que fosse autorizado a voltar. Não foi a única polêmica no Boca: aquele 4-2 marcou ainda a despedida de Rambert, que, sem empolgar na maior parte do contrato, vinha de bons números recentes, sendo comprado justamente pelo River (naquela que é até hoje a última transferência direta entre os dois principais clubes e rivais argentinos): só naquele segundo semestre de 1997, Rambert fez seis gols em sete jogos pelo Boca. No River, o desempenho cairia para 3 gols em 14 jogos no Apertura; na vitoriosa Supercopa, foram 7 jogos e 2 gols, sobre Santos e Vasco.

Latorre e Martínez. Maradona com o mexicano Hernández. E Rambert e seus aviõezinhos pós-gol, que no mesmo semestre encenou por Boca e River: última transferência direta entre eles

Já Maradona, após três semanas afastado, reapareceu em novo reencontro com o Newell’s, agora pelo Apertura. Marcou mais uma vez, novamente de pênalti – contra ninguém menos que Sergio Goycochea, o consagrado pegador de penais do Mundial de 1990. Foi último gol da carreira de Dieguito, que em seu retorno, curiosamente, só fez sobre ex-clubes. A ocasião ficou marcada também pela auspiciosa estreia do talismã Guillermo Barros Schelotto, que em seu primeiro jogo pelo Boca marcou o gol da vitória. Se houve dois jogos de sucesso daquele ataque estelar do Boca, foram justamente os dois primeiros de Maradona naquele Apertura 1997: dos nove astros, cinco jogaram (nunca passou-se disso) e dois marcaram gols, incluindo Diego nos dois jogos.

Após o novo reencontro com o Newell’s, Maradona enfim emendou alguma sequência. Com novamente cinco dos nove em campo, na rodada seguinte visitou-se o Vélez, que vivia época dourada. E por muito pouco o último gol da carreira de Maradona não veio nessa partida, um 0-0 no qual Chilavert buscou o ângulo para impedir um golaço de falta do camisa 10, em defesa tão espetacular que Diego, não escondendo a frustração, rendeu-se, aplaudiu e cumprimentou o paraguaio, já desafeto na época (que, em contrapartida, garantira em agosto que um Boca com eles dois seria campeão). Uma lamentação histórica, pois se a bola entrasse e o Boca vencesse, adiante aquele gol pesaria para o clube ser campeão do Apertura. Lá na frente, a taça escaparia por um único ponto…

Veio uma vitória em casa sobre o San Lorenzo e uma derrota na Supercopa para o Colo-Colo, um jogo histórico: essa foi a única partida de Maradona em alguma competição clubística da Conmebol. Como mostramos aqui, Diego jamais pôde disputar a Libertadores. O gol do Boca na partida foi do mexicano Hernández, cuja inscrição no Apertura foi impossibilitada pelo clube ter extrapolado o limite de estrangeiros: além do uruguaio Martínez, já estavam inscritos o peruano Nolberto Solano e os colombianos Oscar Córdoba (goleiro) e Sergio Bermúdez (volante).

Outro jogo contra o Newell’s: o estreante Schelotto grita seu primeiro gol pelo Boca e é celebrado por Caniggia (atrás, desfocados, vibram Palermo e Latorre). À direita, Palermo e Maradona.

Emprestado pelo Necaxa, Hernández só pôde jogar a Supercopa e um amistoso. O jogo histórico contra o Colo-Colo foi infeliz: além do resultado desfavorável, que complicou o Boca na Supercopa (o time cairia mesmo na primeira fase), Maradona sentiu lesão muscular. Só retornou um mês depois, para o Superclásico contra o River. E voltou a sentir o músculo, pedindo para ser substituído no intervalo, com o River ganhando no Monumental; os poetas dizem que em seu lugar entrou justamente Riquelme, sendo essa a versão mais difundida, mas na verdade Román substituiu outro a sair no intervalo, o lateral Nelson Vivas, com Caniggia substituindo Maradona, segundo o Historia de Boca.

Mesmo fora de casa, os xeneizes viraram para 2-1, com Palermo, maior artilheiro do Boca na rivalidade, marcando nela pela primeira vez exatamente para dar a vitória e a liderança. Bastaria para ser um Superclásico histórico, mas esse dado terminou ofuscado por algo maior que se conheceria dali a alguns dias. No dia 29 de outubro, o Boca enfrentou novamente o Colo-Colo pela Supercopa, sabendo de antemão que não contaria com Maradona em função da lesão. Mas o que seria provisório virou definitivo no dia seguinte: em seu aniversário de 37 anos, Diego anunciou que não jogaria mais, revoltado com a divulgação da falsa notícia da morte de seu pai.

O abalo parece ter sido forte: o compromisso seguinte teve cinco daqueles nove atacantes, mas o Boca, em casa, foi derrotado por 1-0 pelo Lanús. E a bruxa parecia solta, pois Caniggia se lesionou naquela partida e virou outro desfalque para o resto do torneio… A partir dali, Riquelme recuperaria a titularidade e o Boca lutou palmo a palmo pelo campeonato com o River. Houve grandes momentos, como a cabeça de Palermo dando a vitória sobre o “rival pessoal” Gimnasia em La Plata no último minuto, ou os três gols do mesmo Palermo como visitante sobre o Deportivo Español.

Cenas do último jogo de Maradona, justamente uma virada sobre o River no Monumental. Mas ninguém sabia que seria o último: assim, as manchetes foram para o gol da vitória, de Palermo

Na última rodada, Palermo e Latorre marcaram em um 4-0 no Unión, mas um empate do River bastou para o rival ser campeão por um ponto a mais, mesmo com duas derrotas na campanha, enquanto a única do vice foi aquela para o Lanús no primeiro jogo realmente pós-Maradona. Aquele Boca do segundo semestre fez justamente a melhor campanha de um vice-campeão na história dos torneios curtos. Mostramos aqui que só sete campeões somaram mais pontos que aquele vice. É de se pensar como poderia ter sido se Caniggia e (sobretudo) Maradona somassem mais jogos. O River, aliás, se despedia de Francescoli. Histórico é pouco para aquele Apertura 1997!

Epílogo: exatamente um ano depois do retorno de Maradona, o Boca voltou a Rosario para um amistoso no feriado da independência, dessa vez contra o Rosario Central. Ganhou por 4-2 e a presepada da vez da Nike era alongar a faixa dourada, fazendo dela um quadrado do tórax ao umbigo, para na parte de trás abranger por completo os algarismos de cada jogador – e, na frente, todos os símbolos (do clube, da própria Nike e da patrocinadora Quilmes). A data de 9 de julho, dessa vez em 1998, marcava o início da era em que o clube enfim voltaria a ganhar títulos: era a estreia de Carlos Bianchi como técnico xeneize! Mas isso já foi história para este outro Especial

Ao fim, vídeos de duas faltas de Maradona: a que converteu há 20 anos e afastada pela mais famosa defesa de Chilavert.

Logo abaixo, antes dos vídeos, tabela com os jogos do Boca no segundo semestre de 1997 e as participações marcadas daqueles nove atacantes. Pode-se observar uma única partida sem nenhum deles: a rodada final do Clausura, em que um Boca desinteressado jogou fora de casa cheio de reservas. Os atacantes titulares foram Rubén Cantero, de apenas dois jogos e nenhum gol pelo clube, embora tenha integrado as seleções juvenis; Emanuel Ruiz, que chegara do Argentinos Jrs junto com Riquelme e ficaria até 2000 com 35 jogos e também zero gol; e Pedro González, que jogou 24 vezes, com um único gol, entre janeiro de 1997 e meados de 1998. Diego Herrera, de três jogos e zero gol, substituiu Cantero. E até mesmo o técnico não era o treinador principal: Veira folgou e em seu lugar foi Esteban Pogany, que, como goleiro, foi justamente o jogador mais relacionado no banco na história do Boca…

Maradona saúda Chilavert, que impediu espetacularmente o que teria sido o último gol da carreira de Diego. Brigado com a imprensa, o craque desistiu de jogar
Jogo Maradona Riquelme Palermo Schelotto Latorre Caniggia Martínez Rambert Hernández
09-07-97

 

Newell’s 0-2 Boca

(amistoso)

SIM

 

(1 gol)

      SIM     SIM  
13-07-97

 

Boca 3-2 Racing

(Clausura)

SIM       SIM     SIM

 

(2 gols)

 
19-07-97

 

Chivas Guadalajara 2-3 Boca

(amistoso)

              SIM

 

(1 gol)

 
07-08-97

 

Platense 1-0 Boca

(Clausura)

  SIM     SIM   SIM SIM  
10-08-97

 

Boca 4-3 Rosario Central

(Clausura)

  SIM

 

(1 gol)

    SIM   SIM SIM

 

(3 gols)

 
12-08-97

 

Gimnasia Jujuy 0-0 Boca

(Clausura)

                 
18-08-97

 

Boca 2-3 Universidad Católica

(amistoso)

SIM SIM     SIM

 

(1 gol)

  SIM SIM  
21-08-97

 

Boca 2-0 Cerro Porteño

(amistoso)

SIM         SIM SIM    
24-08-97

 

Boca 4-2 Argentinos Jrs

(Apertura)

SIM

 

(1 gol)

SIM     SIM

 

(2 gols)

SIM   SIM  
27-08-97

 

Boca 1-1 Independiente

(Supercopa)

        SIM SIM      
30-08-97

 

Platense 2-2 Boca

(Apertura)

  SIM     SIM   SIM

 

(1 gol)

   
03-09-97

 

Boca 1-0 Cruzeiro

(Supercopa)

    SIM

 

(estreia no Boca)

  SIM        
14-09-97

 

Boca 2-1 Newell’s

(Apertura)

SIM

 

(1 gol)

  SIM SIM

 

(1 gol e estreia no Boca)

SIM SIM      
16-09-97

 

Vélez 0-0 Boca

(Apertura)

SIM   SIM SIM SIM SIM      
21-09-97

 

Boca 2-1 San Lorenzo

(Apertura)

SIM   SIM SIM SIM

 

(2 gols)

       
24-09-97

 

Colo-Colo 2-1 Boca

(Supercopa)

SIM

 

(único jogo sul-americano da carreira)

  SIM   SIM SIM     SIM

 

(1 gol)

27-09-97

 

Estudiantes 0-0 Boca

(Apertura)

    SIM SIM SIM        
30-09-97

 

Boca 2-1 Independiente

(Apertura)

    SIM

 

(1 gol)

SIM          
04-10-97

 

Gimnasia Jujuy 0-3 Boca

(Apertura)

    SIM

 

(1 gol)

SIM SIM

 

(1 gol)

       
09-10-97

 

Boca 1-2 Peñarol

(amistoso)

    SIM SIM SIM   SIM   SIM

 

(1 gol)

16-10-97

 

Independiente 2-1 Boca

(Supercopa)

    SIM   SIM

 

(1 gol)

      SIM
19-10-97

 

Boca 2-1 Colón

(Apertura)

  SIM SIM SIM SIM

 

(1 gol)

       
23-10-97

 

Cruzeiro 2-1 Boca

(Supercopa)

  SIM       SIM     SIM
25-10-97

 

River 1-2 Boca

(Apertura)

SIM

 

(último jogo da carreira)

SIM SIM
(1 gol)
  SIM SIM      
29-10-97

 

Boca 2-2 Colo-Colo (Supercopa)

  SIM SIM

 

(1 gol)

    SIM      
01-11-97

 

Boca 0-1 Lanús

(Apertura)

  SIM SIM SIM SIM SIM      
08-11-97

 

Rosario Central 0-3 Boca

(Apertura)

  SIM SIM SIM

 

(1 gol)

SIM

 

(1 gol)

       
20-11-97

 

Boca 1-1 Ferro Carril Oeste

(Apertura)

  SIM SIM SIM

 

(1 gol)

SIM        
23-11-97

 

Deportivo Español 0-4 Boca

(Apertura)

  SIM SIM SIM

 

(3 gols)

SIM        
30-11-97

 

Boca 2-1 Huracán

(Apertura)

  SIM SIM SIM SIM        
07-12-97

 

Gimnasia LP 0-1 Boca

(Apertura)

  SIM SIM

 

(1 gol)

SIM SIM        
10-12-97

 

Boca 0-0 Racing

(Apertura)

  SIM SIM SIM SIM        
14-12-97

 

Gimnasia y Tiro 0-1 Boca

(Apertura)

  SIM SIM SIM SIM        
21-12-97

 

Boca 4-0 Unión

(Apertura)

  SIM SIM

 

(1 gol)

SIM SIM

 

(1 gol)

       

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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