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15 anos do 1º título internacional de um gigante: a Mercosul do San Lorenzo

Se a sigla CASLA ainda significou Club Atlético Sem Libertadores da América até 2014, o Club Atlético San Lorenzo de Almagro ao menos pôde ter pequenos desafogos em 2002, ano em que de uma vez conseguiu dois títulos internacionais. O primeiro deles, válido ainda por 2001, foi garantido de forma emocionante e turbulenta há exatos 15 anos. Vale atualizar este Especial que publicamos quando a conquista fez dez.

Se até 2014 a falta de Libertadores pesava, especialmente pelo torneio já ter sido obtido não só pelos outros quatro grandes do país (Boca, River, Racing e Independiente) como também por Estudiantes, Vélez e Argentinos Jrs, equipes de mais porte fora do que dentro da Argentina, até 2001 o Sanloré convivia também com longos intervalos bissextos em suas conquistas domésticas. Depois dos anos 20, ainda no amadorismo (campeão em 1923, 1924 e 1927), em apenas um momento o time se impusera de forma contínua. Foi entre o final dos anos 60 e o início dos 70, com quatro títulos entre 1968-72.

Até então, os intervalos eram de treze anos. O bairro de Boedo celebrou em 1933, 1936, em 1946 e 1959, mas o título de 1936 só veio a ser reconhecido em 2013: houve dois campeonatos naquele ano e como o River ganhou um “tira-teima” com o Ciclón, foi por muito tempo visto como campeão único, até a leitura atenta do regulamento mostrar que o ano teria mesmo dois campeões e o tira-teima serviria apenas para definir quem enfrentaria outra decisão, contra o campeão uruguaio. Já o ciclo 1968-72 rendeu também recordes históricos: em 1968, os azulgranas se tornaram os primeiros campeões invictos no profissionalismo. Por sinal, treinados por um técnico brasileiro, Tim.

Contamos aqui sobre aquela taça, obtida mesmo com a suspensão do ídolo Narciso Doval em toda a campanha. O que não impediu que Tim (que aliás foi o único técnico estrangeiro campeão no San Lorenzo até aquela Mercosul) detectasse o brilho de Doval, levado em seguida pelo brasileiro quando este foi treinar o Flamengo. Doval, falecido em 1991, viraria um ídolo em comum nos dois finalistas da Mercosul. A ponto do jornal Clarín, na ocasião da final, lembrar dele como um dos ídolos cuervos que viram a decisão desde o céu. Um outro teria sido Mirko Saric, querido volante de origens croatas prata-da-casa que havia se suicidado em 2000. Já Diego García não foi mencionado, mas certamente seria outro orgulhoso: atacante da vitoriosa década de 20 e técnico do título de 1946, ainda é o segundo maior artilheiro do clube e faria cem anos no dia seguinte à segunda final.

Ainda naquele ciclo histórico, o CASLA também se tornou o primeiro a vencer os dois campeonatos anuais na Argentina (Metropolitano e Nacional, este também invicto), façanha garantida por sinal no aniversário do futuro Papa Francisco. A equipe vencia até quando jogava mal, caso da taça que fechou o ciclo, o Nacional de 1974. No período, também foi em 1973 semifinalista da Libertadores, o mais perto que chegara da decisão até 2014. Mas logo veio uma queda livre, com uma seca de 21 anos com direito à perda do tradicional estádio (já em 1979, com o Gasómetro, outrora o “Wembley Argentino”, dando lugar a um Carrefour, outra fonte de brincadeira dos rivais) e a rebaixamento (o primeiro de um grande na Argentina, em 1981).

Fotos da Placar: a animada torcida cuerva no Maracanã. Júlio César e Petković enclausurados no hotel em Buenos Aires em meio à crise

A seca acabou de forma emocionante em 1995, já com casa própria (o Nuevo Gasómetro foi erguido em 1993, ainda que com o pecado de não se situar no bairro de Boedo e sim no perigoso Flores) mas foi necessário esperar-se mais seis anos para o clube viver de fato um novo período expressivo. Foi no biênio 2001-02, com três taças e dois vice-campeonatos. Um time jovem recuperou-se do baque do suicídio de Saric dedicando-lhe primeiramente o Clausura 2001, com a melhor campanha da história dos torneios curtos, 47 pontos embalados por um recorde de vitórias na Argentina: treze seguidas, superando em uma marca de mais de 60 anos do Independiente.

Mas a torcida cuerva ainda convivia com as provocações de “¡Ni la Conmebol!“, uma alusão de que não conseguia nem mesmo a competição sul-americana secundária da época, vencida pelos tradicionais, mas pequenos (nacionalmente), Rosario Central, Lanús e Talleres de Córdoba. Também não chegava na Supercopa, por motivos óbvios (este outro torneio reunia apenas os vencedores da Libertadores). Pois foram justamente as sucessoras dela que o San Lorenzo abocanharia em seguida. Se a Copa Conmebol, encerrada em 1999, era um prêmio de consolação disputado por equipes não-classificadas para a Libertadores (o que foi fatal para gerar maiores interesses), a caça-níquel Mercosul conseguia alguma atenção por colocar times de peso na disputa.

Menos pelo índice técnico e mais pela camisa, equipes tradicionais de Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai eram convidadas a medirem forças pelo atrativo prêmio de 4,5 milhões de dólares ofertados ao vencedor. Após a inaugural edição de 1998, todavia, a competição foi minguando. A de 2001 foi iniciada, por sinal, já com a ciência de que seria a última. O torneio da Traffic não se coadunaria com a programação do futebol brasileiro para 2002, segundo a alegação da CBF. Se a Mercosul conseguia alguma receptividade justamente no Brasil, cujos clubes vinham sendo hegemônicos (todas as três finais anteriores foram entre brasileiros), era comum que equipes argentinas escalassem reservas, ainda mais se, paralelamente, lutassem por seu torneio nacional.

Não foi o caso do San Lorenzo (semifinalista em 1998 e 1999) ali: em 9 de dezembro, em nome da obsessão internacional e sem ter o que aspirar no Apertura 2001, o Ciclón poupou titulares no último jogo antes das decisões contra o Flamengo, partida esta que era simplesmente um clássico contra o Huracán, válido pela antepenúltima rodada do Apertura. O rival, mesmo fora de casa, venceu por 1-0, quebrando jejum de dez anos sem vitórias suas no duelo e ganhando pela primeira e ainda única vez no Nuevo Gasómetro. Afinal, os próprios finalistas da Mercosul já haviam se enfrentado nela, na primeira fase. E na ocasião, os rubronegros venceram tanto no Rio de Janeiro quanto em Buenos Aires, ambas por 2-1.

O CASLA conseguiu classificar-se segurando empate sem gols contra o concorrente direto Nacional, em Montevidéu, na última rodada, com o zagueiro Claudio Morel Rodríguez salvando em cima da linha no último lance. A partir dali, o caminho mostrou-se mais tranquilo: no duelo de dois azulgranas e Ciclones nas oitavas-de-final, vitórias sobre o Cerro Porteño tanto em casa (4-2) quanto em Assunção (2-1); nas semifinais, a derrota de 2-1 para o Corinthians em São Paulo foi revertida com um 4-1 na Argentina. A primeira partida da final, em 12 de dezembro, foi no Maracanã. A massa flamenguista estava animada: na semana anterior, havia se livrado do rebaixamento no Brasileirão e podia obter o terceiro título no ano, depois da Copa dos Campeões e do tetra-tri estadual. 

Romeo contra o Corinthians: foi o artilheiro da Mercosul, mas foi vendido antes da segunda final. À direita, Romagnoli bailando na primeira

Já os jogadores, sem receber direito há alguns meses, tinham em vista a premiação milionária do título. Mas o jovem Sebastián Saja (que depois passou bem pelo Grêmio, sendo vice na Libertadores de 2007) teve noite inspirada entre as traves que guardou frente ao público de 84 mil pessoas. Muitas, provocando com notas de um real os quinhentos visitantes, que amargavam a pior crise econômica da Argentina. Nervosos, os mandantes, que já não tinham Petković desde os 30 minutos do primeiro tempo após o iugoslavo estirar a coxa, ainda perderam Edílson, expulso no início da segunda etapa após soltar o cotovelo em Pablo Michelini sem disputa de bola. 

A partida, que poderia ter se encerrado em 4-2 para os brasileiros (Saja espalmou um forte chute e uma cabeçada de Beto, uma tentativa de cobertura de Reinaldo e um diagonal chute rasteiro de Fernando; Júlio César fez o mesmo com um tiro à queima roupa de Bernardo Romeo, a quem bloqueou o ângulo em outro lance cara-a-cara), terminou sem gols e houve quem dentre os torcedores rubronegros tentou descontar fisicamente a frustração na torcida sanlorencista, que conforme relato da própria Placar foi a mais barulhenta na maior parte da peleja. Que deveria ter volta uma semana depois. No ínterim, porém, a crise político-econômica argentina vivia seus momentos mais dramáticos.

A repressão policial aos panelaços nas ruas contra o ministro Domingo Cavallo e o presidente Fernando de la Rúa só fez a insatisfação popular crescer, e, com isso, os distúrbios. Dezenas de mortes e milhares de feridos levariam o próprio De la Rúa a renunciar no dia 20, não sem antes decretar estádio de sítio. A partida deveria ter ocorrido na véspera, mas fora cancelada em virtude da desordem geral, bem como a rodada final do Apertura 2001, prevista originalmente para o dia 21. Fatores também relacionados ao título argentino que quebrara jejum de 35 anos do Racing. Quando ainda havia dilema sobre realizar ou não o jogo, o Flamengo, repleto de jogadores com contratos a vencer ao fim do ano e querendo escapar o mais rápido possível da situação caótica do país vizinho, chegou a propor a divisão do título (e do atrativo prêmio).

A possível tentação por parte do San Lorenzo se desfez ante a total falta de clima para festejar algo, mesmo com todo o ineditismo da conquista (de internacionais, o clube tinha somente algumas esquecidas taças da época amadora, nos anos 20). A Conmebol também negou. Os times enfim reencontraram-se em campo no dia 24 de janeiro, mais de um mês depois do programado. O Flamengo pisou no Nuevo Gasómetro com a formação Júlio César; Edson, Juan, Fernando e Cássio; Leandro Ávila, Jorginho, Rocha e Petković; Roma e Leandro Machado. O técnico Carlos Alberto Torres ainda usaria no segundo tempo André Bahia, Andrezinho e Jackson, nos lugares de Fernando (aos 39), Rocha (aos 43) e Leandro Machado (aos 15), respectivamente. 

Já os onze titulares mandantes eram Sebastián Saja; Juan Serrizuela, Horacio Ameli, Diego Capria e Aldo Paredes; Guillermo Franco, Pablo Michelini, Walter Erviti e Leandro Romagnoli; Raúl Estévez e Alberto Acosta. O treinador local, por sua vez, era o chileno Manuel Pellegrini. O sereno Ingeniero (formou-se em engenharia civil), recém-sucedido por Pep Guardiola no Manchester City, superara a inicial desconfiança azulgrana, conseguindo o que o idolatrado antecessor não: Óscar Ruggeri, ex-jogador do CASLA, saíra após anos de campeonatos até bons, promovendo jovens promessas, mas sem títulos. No primeiro semestre do desconhecido Pellegrini (contratado com o apoio de Acosta, treinado com sucesso pelo mesmo na Universidad Católica), viera aquela excelente campanha do Clausura 2001.

Os autores dos gols da final, Leandro Machado e Estévez. Ao meio, Estévez comemora com Acosta. À direita, Saja cata a cobrança de Roma

Apesar do elenco reunir alguns que mesmo naquela época já eram ídolos históricos (sobretudo o veterano Acosta, em sua quarta passagem pelo clube e uma espécie de Martín Palermo cuervo – tosco e sem virtuosismo com a bola, mas batalhador e artilheiro como El Optimista del Gol), o conjunto não tinha maiores primores individuais: a posterior estadia do capitão Ameli no Internacional e no São Paulo, em ambos ainda naquele 2002, mostraram um beque regularmente avermelhado pelos árbitros. O outro líder da equipe, El Caudillo Michelini, também não era, tecnicamente, nada mais que um brucutu e raçudo volante de ocasionais bons cabeceios.

Guille Franco, que naquele mesmo 2002 foi jogar no México (naturalizou-se lá e inclusive jogou por este país nas Copas de 2006 e 2010, curiosamente enfrentando e perdendo para a Argentina nas oitavas-de-final de ambas), descompensava o talento que mostrava em algumas partidas com a irregularidade em outras tantas. A inconstância também marcava El Pipa Estévez (de passagem pelo Botafogo em 2004, um ano depois de vencer a Libertadores e a Intercontinental entre os reservas do Boca), que tanto podia perder gols claros como marcar alguns salvadores.

Este seria o caso, para a felicidade dos azulgranas, a preencherem os 43 mil lugares do Nuevo Gasómetro em noite em que o time já não tinha o seu goleador: o oportunista atacante Bernardo Romeo, artilheiro daquela Mercosul com dez gols em nove jogos (e do vitorioso Clausura com quinze em dezesseis, deixando ali o ídolo Sebastián Abreu no banco), mas transferido ao Hamburgo no início do mês. Outras figuras campeãs do Clausura, como os zagueiros Fabricio Coloccini e Eduardo Tuzzio, já haviam rumado ao exterior ainda em agosto, bem como o próprio uruguaio Loco Abreu.

Por pouco, não saíra também o craque do plantel, o jovem maestro Romagnoli, que viria a ser o maior campeão do clube e único presente em todos os três títulos internacionais, embora ironicamente seja filho de torcedor do Huracán. Camisa 10 da Argentina campeã mundial sub-20 em casa naquele 2001, chegou a negociar com o Bayer Leverkusen (que vivia seu auge, terminando vice de tudo naquela temporada 2001-02) nos fins daquele caótico dezembro, mas não foi assim como não iria ao Bahia. Por sinal, o Leverkusen também pretendia levar Romeo, sugerindo-lhe que esperasse mais seis meses, quando o contrato do atacante junto ao CASLA expiraria, podendo então ir de graça ao clube das aspirinas: “me levantei e me fui. Não poderia ser um ingrato com o San Lorenzo”, afirmou Bernie.

Além de El Pipi Romagnoli, os cuervos, tinham, sobretudo, novamente um Saja (que estrearia pela seleção um mês depois, ainda que terminasse não indo à Copa do Mundo) seguro. Mas quem abriu o marcador foi o Flamengo, já aos 12 minutos: Leandro Machado cabeceou livre para as redes bola levantada por Rocha perto da pequena área. Serrizuela (irmão do zagueiro mundialista em 1990) respondeu em cobrança de falta, mandando um balaço na trave, mas a exibição do Ciclón no primeiro tempo terminou apática, apesar das tentativas de pressão. O empate só viria aos 22 da segunda etapa, com os brasileiros mais acuados. 

O ex-atleticano Capria convertendo a cobrança do título e celebrando com Saja

El Cañito Erviti arranjou espaço por Juan e, da ponta-esquerda, chutou sem ângulo. Júlio César espalmou a bola na coxa de Estévez, que, livre, não teve muito trabalho para igualar o placar, não muito ameaçado depois e de fato inalterado até o fim. Houve tempo para que, aos 43 minutos, o mesmo Estévez desse lugar a Leo Rodríguez (reserva de Maradona na Copa de 1994), ídolo à beira da aposentadoria aos 35 anos, em seu retorno ao clube depois de uma década. Sem prorrogação, a última Mercosul foi decidida diretamente nos pênaltis. Saja defendeu o primeiro, cobrado por Juan no canto direito do goleiro. O mesmo ocorreu entre Beto Acosta e Júlio César.

A balança passou a pender aos cariocas (que na semifinal haviam eliminado o Grêmio da mesma maneira, dentro do Olímpico): El Chino não alcançou a boa cobrança de Petković no alto do canto direito; Júlio César espalmou a de Serrizuela para o travessão; e depois Andrezinho enganou Saja, abrindo 2-0 para o Flamengo com um chute para a esquerda do goleiro, que pulara para o outro lado. De fato, por muito pouco o título não foi praticamente definido na cobrança seguinte: Júlio César tocou na bola chutada por Romagnoli no seu canto direito, mas ela conseguiu entrar.

Cássio, em seguida, quase mandou a redonda para as ruas do bairro de Flores. Lucas Pusineri (que substituíra Franco no intervalo) encaixou na esquerda bola que passou pouco abaixo das mãos de Júlio César, empatando a série. Edson recolocou os visitantes na frente. Saja então disse ao árbitro, o colombiano Óscar Ruiz: “este penal eu marco e o próximo eu pego”. Último a bater na série inicial, o arqueiro cumpriu a primeira parte, com um tijolaço no meio do gol. E também a segunda, espalmando na sua esquerda o tiro de Roma logo na primeira cobrança das séries extras.

A emoção em alguns torcedores foi tão grande que teve quem invadiu o campo, imaginando que a agonia já havia terminado. Mas ainda restava, pelo menos, a cobrança do zagueiro Diego Capria. Curiosamente, seu irmão Rubén era rotineiramente sondado nos anos 90, onde foi ídolo no Racing, mas a vinda deste ao San Lorenzo, time do coração dos irmãos, nunca se concretizou. Diego também passara pelo Racing, além do Atlético Mineiro (fez o gol da vitória sobre o Boca pela Copa Mercosul anterior), e, curiosamente, um Huracán: o de Corrientes, que ironicamente tem um uniforme semelhante ao do San Lorenzo. Integrara a equipe correntina campeã da segunda divisão de 1996.

Depois de quinze minutos de paralisação, El Coco, que já havia marcado no 1-0 no Boca que assegurara o mencionado recorde de treze vitórias, não deu chances a Júlio César. Ele acertou o lado, mas a bola foi no seu ângulo superior direito, indefensável. O San Lorenzo, enfim, tinha uma conquista internacional. Se ainda faltava algo de continental nela – a Mercosul, de fato, só reunia times do bloco econômico e não todos da Conmebol -, isto seria resolvido ainda naquele 2002, já na primeira edição do torneio sucessor, a Copa Sul-Americana. Com um time titular quase todo diferente. Trajetória já detalhada neste outro Especial

Saja, Serrizuela, Franco, Michelini, Capria e Ameli; Paredes, Estévez, Erviti, Acosta e Romagnoli. À direita, o técnico Manuel Pellegrini com o troféu

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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