Bauza resgatou 2010 e estreitou o caminho para a Rússia. Afinal, o que joga a Argentina?
A particular sensação é de que Bauza em sua essência ainda não estreou, ou pelo menos não tem conseguido dar continuidade aos bons e seguros minutos contra o Uruguai em Mendoza. Agachado na posição Bielsa, em nervos, me sentí em 2010 quando ví a Argentina sofrer para vencer as linhas defensivas do Paraguai em Córdoba, na última partida da Albiceleste pelas Eliminatórias. Nítida sensação de que Maradona tinha voltado ao banco da Seleção e um buraco havia se instalado no meio-campo da Argentina.
Estreia da Argentina na Copa do Mundo 2010. Maradona no banco da Seleção e um enorme espaço entre o meio e o ataque, em linha – 4-2-4. pic.twitter.com/XbQ8OgWxae
— Júnior Marques (@jamarquesjunior) October 13, 2016
Esta não é a Seleção do Bauza. Ao menos não era pra ser. Banega parecia exausto em resgatar a bola dos defensores e ver um deserto de opções para passe e lá na frente, como um oásis, Aguero e Higuaín, alinhados, sem efetividade, prontos para disputar um lançamento direto de algum dos volantes. A Argentina claramente está destinada a sofrer se continuar desta maneira.
Além do retorno de Messi, Bauza precisa se reencontrar com a característica solidez dos seus meio-campistas, uma das marcas que o levaram ao bi-campeonato da Libertadores da América. Aliado a isso, a má fase técnica de Mascherano ainda preocupa meio a tantas pautas em questão. Quando em um jogo a Argentina esbarra na trave, um pênalti desperdiçado, gol mal anulado e mesmo assim não tem a derrota questionada, fica claro que: é preciso rever as escolhas, entre elas, a disposição tática de Kun Aguero. Apesar de o momento não ser de terra arrasada, não sei o que joga a Argentina.
Como os espaços entre o meio-campo e ataque, sobram opções para uma reconstrução. Antes de deitar, Bauza precisa urgentemente abrir a gaveta da cabeceira, ler o próprio livro e se desapegar de outras convicções. Alí estarão as respostas.
Com base nas opções que Bauza tem demonstrado, seguem algumas idéias. Icardi, Belluschi e alguns outros são excelentes idéias para a tal reconstrução, mas hoje são utópicas. Ao menos hoje.
• 4-2-3-1 com Dybala pelo centro, como tem mandado o manual para o juventino.
• 4-3-3 com o resgate do trio de volantes. pic.twitter.com/p64c9GhUY0— Júnior Marques (@jamarquesjunior) October 13, 2016