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Há 15 anos, o Boca reconquistava a América e saía da fila pelo tri da Libertadores

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Em pleno Morumbi lotado, o time de Bianchi arrancava o cinturão do atual campeão Palmeiras

Córdoba, Ibarra, Bermúdez, Samuel e Arruabarrena; Traverso, Battaglia, Riquelme e Basualdo; Guillermo Schelotto e Palermo. Um dos melhores (talvez o melhor) times que o Boca Juniors ostentou em 110 anos de história. No dia 21 de junho do ano 2000, para eles veio a consagração da era de títulos iniciada em 98: o tri da Copa Libertadores.

A imagem atrelada à memória hoje é a de um time que tinha eliminado o River Plate pelo caminho e transformou o Morumbi em La Bombonera com a qualidade do Virrey e seus comandados. O contexto da época, no entanto, pressionava os Xeneizes por ficar fora da competição por seis anos, e sem vencer há 22.

Começaram mal, derrotados pelo Blooming na Bolívia. Mas logo o time imbatível na Argentina, campeão do Apertura 98 e Clausura 99 se impôs na na fase de grupos:

Boca Juniors 2 x 1 Universidad Católica
Peñarol 0 x 0 Boca Juniors
Boca Juniors 6 x 1 Blooming (com destaque ao reserva Alfredo “Chango” Moreno, autor de cinco gols, recorde no clube em jogos internacionais)
Universidad Católica 1 x 3 Boca Juniors
Boca Juniors 3 x 1 Peñarol

Nas oitavas, tranquilidade ao golear o El Nacional na Bombonera. Mas nas quartas, o histórico confronto River x Boca no qual, novamente, o estádio mítico fez a diferença, e o quase aleijado Martín Palermo também, voltando de seis meses parado por joelho estourado mas ainda assim marcando de muletas o terceiro gol. Nas semifinais, fizeram 4-1 no América-MEX, mas se Samuel não tivesse salvo o time aos 38 do 2º tempo no estádio Azteca, onde era derrotado por 3-0, tudo iria por água abaixo.

Eis que nas finais, o atual campeão desbancou a força xeneize. Com Palermo e Barros Schelotto a meia força, o então lateral Arruabarrena, marcando duas vezes, virou a força de ataque para Bianchi em La Bombonera, mas o time do Felipão não se intimidou. Pena e Euller garantiram o empate de 2-2 com gosto de vitória ao Palmeiras.

Por conta disso, a torcida esbanjava soberba no Morumbi, aos gritos de ‘bicampeão’. Se esqueceram, porém, que Bianchi sabia jogar naquele estádio, vide o título treinando o Vélez em 1994 contra o São Paulo de Telê. Os comandados do Virrey não só aguentaram o empate como, não fosse o árbitro paraguaio Epifanio González, teriam vencido no tempo regulamentar com gol mal anulado de Palermo.

Como em 1994, Libertadores foi decidida novamente nos pênaltis. O Palmeiras tinha a vantagem psicológica por triunfar nessas decisões diante do Deportivo Cali na final de 1999 e do Corinthians nas quartas-de-final de 1999 e nas semifinais de 2000 graças a ‘São Marcos’. Naquela noite, todavia, surgiu ‘San Córdoba’.

Veja no vídeo abaixo a confiança que o goleiro colombiano tinha no rosto antes de cada cobrança. Ele defendeu os chutes do compatriota Faustino Asprilla e do zagueiro Roque Júnior enquanto os xeneizes acertaram todos (até mesmo Palermo).

PALMEIRAS 0 (2) X (4) 0 BOCA JUNIORS

Palmeiras: Alex e Rogério; Asprilla e Roque Júnior perderam
Boca Juniors: Guillermo Barros Schelotto, Riquelme, Palermo e Bermúdez

PALMEIRAS: Marcos, Rogério, Argel, Roque Júnior e Júnior; César Sampaio, Galeano e Alex; Marcelo Ramos (Tiago), Euller e Pena (Basílio). Técnico: Luiz Felipe Scolari.
BOCA JUNIORS: Córdoba, Ibarra, Bermúdez, Samuel e Arruabarrena; Traverso, Battaglia, Riquelme e Basualdo; Guillermo Barros Schelotto e Palermo. Técnico: Carlos Bianchi.

 

Rodrigo Vasconcelos

Rodrigo Vasconcelos entrou para o site Futebol Portenho no início de julho 2009. Nascido em Buenos Aires e torcedor do Boca Juniors, acompanha o futebol argentino desde o fim da década passada, e escreve regularmente sobre o Apertura, o Clausura e a seleção albiceleste

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