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OPINIÃO – Só punir o Boca não resolve um problema muito maior na América do Sul

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Este seria o responsável por um dos episódios mais vergonhosos da história do Superclássico e da Libertadores. Ele não é “a torcida”, nem o próprio “Boca Juniors”, mas não dá para ignorar o que ele fez aos jogadores do River Plate, ou achar que ele concentra todo o problema.

Trata-se de mais um dos momentos em que imbecis mancham o futebol sul-americano. Nem precisa recorrer ao Google, a própria memória nos faz lembrar em casos com o Corinthians, com o Cerro Porteño, com o Tigre e com o Boca. Na verdade, assistimos a vandalismo, violência e intolerância até nos campeonatos locais, dos menores aos maiores.

Este talvez seja o mais enigmático. Vimos como o gás de pimenta atingiu os jogadores do River, mas como um indivíduo desses tem acesso a um artefato policial? Quem deixou ele entrar com isso na Bombonera? Por que não tinha ninguém para garantir a segurança num ponto tão estratégico? Quem são os responsáveis?

Perguntas que, se respondidas, levam a uma compreensão muito maior de um problema muito maior. Claro que ai dependeria de vontade e investimento da Conmebol e das outras federações. Só assim se cria a estrutura indispensável para uma Libertadores segura e atrativa. Também o Boca precisa rever muita coisa internamente.

Suspender o jogo, interditar o estádio, prender os responsáveis. Tudo isso é lógico e necessário. Mas é paliativo. Enxugar gelo, como diz o povo. Mesmo as poucas punições que vimos até hoje não deram certo. Se essa for a única medida, não chegaremos a lugar algum.

Entendo o raciocínio de quem queira punir o Boca Juniors. Uma decisão, porém, que não conversa com esse sujeito das imagens, pois este não raciocinou. Pessoas como ele e atos como estes que precisamos eliminar. O futebol na América não tem que se confundir com isso. A paixão pode e deve ser civilizada.

Rodrigo Vasconcelos

Rodrigo Vasconcelos entrou para o site Futebol Portenho no início de julho 2009. Nascido em Buenos Aires e torcedor do Boca Juniors, acompanha o futebol argentino desde o fim da década passada, e escreve regularmente sobre o Apertura, o Clausura e a seleção albiceleste

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