Primeira Divisão

San Lorenzo vence clássico contra Independiente e volta à liderança do Campeonato Argentino

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Em partida no Nuevo Gasómetro, o San Lorenzo recebeu o Independiente, de olho na ponta da tabela, mas também sensivelmente preocupado com a partida de quarta-feira, na Arena Corinthians, contra o Timão de Parque São Jorge. O jogo não foi grande coisa, com o privilégio dos sistemas defensivos contras os ataques das equipes. Curiosamente, o ataque do Rojo, se não chegou nas redes ao menos se mostrou mais dinâmico do que o do San Lorenzo. Mas bastou uma única boa trama cuerva, na primeira etapa, para Villalba fazer o isolado gol da partida. Final no Nuevo Gasómetro, San Lorenzo 1×0 Independiente. Campeonato argentino deixa de importar para o Ciclón, por hora, já que as preocupações se voltam novamente para a Libertadores de América.

Quanto ao jogo, o Independiente se colocava melhor, distribuído pela cancha com Pisano e Mancuello como dois armadores eficientes e oferecendo grande dificuldade à marcação cuerva. O dinamismo do Rojo se fazia pelo meio, local em que o Ciclón dispunha de cinco jogadores, mas que tinham a função mais de marcadores do que de criadores das jogadas. Por outro lado, quando Blanco tentava algo pelo setor esquerdo era bolqueado por Toledo e Tula. Ainda assim, quem primeiro chegou com perigo foi justamente o conjunto local. Curiosamente, foi no costado de Toledo que a jogada aconteceu.

Outro problema para o Ciclón se fazia no recuo excessivo das linhas de marcação, oferecendo muito campo à criatividade e à rapidez da leve equipe roja. Ao bloqueio defensivo cuervo o Rojo opunha a habilidade veloz de gente como Albertengo, Tagliafico, Mancuello e até Riaño. Já o Ciclón, quando tentava algo no ataque, acionava Villalba como sua melhor opção. Se por um lado a proposta de ataque insinuava certo perigo à defesa roja; por outro, destituía o Ciclón da profundidade pelos flancos da cancha, já que Villalba centralizava muito o ataque local e permitia a compactação defensiva rival e o ataque ao homem da bola azulgraná.

O bom recado quem dava era o Rojo, buscando levar a pelota sempre para os lados do campo. Foi então que o Ciclón resolveu seguir o mesmo caminho. Buffarini passou a atacar um pouco mais, fazendo uma dobradinha com Villalba. Nos segundos finais da etapa inicial, na primeira trama organizada do Ciclón, Keko Villalba guardou a pelota no arco de Rodríguez: San Lorenzo 1×0. Nota triste dos primeiros 45 minutos foi a saída do volante uruguaio, Diego Rodríguez, do Rojo, que fraturou a tíbia.

Já no segundo tempo, o San Lorenzo partiu para cima do Rojo, tentando ampliar o placar logo nos primeiros minutos. Deu a entender que rapidamente chegaria lá, porém, pouco a pouco o jogo articulado do Rojo foi emparelhando e por pouco, aos cinco minutos, Albertengo primeiro e Tagliafico, na jogada, após o córner, tiveram a chances de igualar a disputa no Gasómetro. O recuo cuervo pareceu um efeito de certo desgaste físico do conjunto local, mas também do excelente trabalho de Mancuello para o visitante.

A partir dos 15 minutos, porém, o aparente desgaste físico azulgraná desapareceu. O jogo ficou bastante movimentado, porém seguiu com poucas chances de gols para as duas equipes. Tanto o Rojo quanto o seu anfitrião propunham o jogo ofensivo, embora por formas diferentes. O Independiente usava os dois lados do campo, além de transitar com maior velocidade do meio-campo para o ataque. O Ciclón, resolveu que atacaria em bloco, compactuando até seis jogadores pelo setor direito. Esta proposta favorecia a triangulação e escancarava as tentativas de Romagnoli e Villalba de oferecerem um pouco mais de suas condições em prol da vitória cuerva.

O jogo ficou lá e cá, mas sem grandes jogadas finais e sem sustos para as metas de Rodríguez e Torrico. Mesmo as substituições, principalmente a de Pizzini, no Rojo, que entrou bem na partida, conseguiram modificar o panorama. E o resultado ficou mesmo no placar mínimo de 1×0 para o San Lorenzo; resultado que recoloca a equipe de Bauza na liderança do campeonato. Agora, as preocupações se voltam para o jogo decisivo pela Libertadores de América, em São Paulo, contra o Corinthians, na quarta-feira.

San Lorenzo: Sebastián Torrico; Julio Buffarini, Mauro Cetto, Matías Caruzzo, Emmanuel Mas; Juan Mercier, Néstor Ortigoza; Héctor Villalba (Mussis), Sebastián Blanco (Barrientos), Leandro Romagnoli (Cauteruccio); e Mauro Matos.

Independiente: Diego Rodríguez; Gustavo Toledo, Cristian Tula, Víctor Cuesta, Nicolás Tagliafico; Matías Pisano (Pizzini), Diego Rodríguez (Bellocq), Jesús Méndez (Benítez), Federico Mancuello; Lucas Albertengo e Claudio Riaño.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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