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Racing vence o Sporting Cristal, em Lima, e fica perto das oitavas de final

Milito comemora o gol de pênalti, primeiro do Racing, no jogo
Milito comemora o gol de pênalti, primeiro do Racing, no jogo

Jogo foi no Estádio Nacional de Lima. Remodelado e belo, assim como o público presente para acalentar o conjunto local. Sporting Cristal queria mostrar que a vitória em Avellaneda não fora um acidente; o Racing queria dar o troco e ficar a um passo da classificação. Não foi um jogo daqueles; antes disso, foi até “fraquinho” e marcado mais pela correria do que por situações claras de gol. Nos poucos momentos em que prevaleceu o futebol, A Academia de Avellaneda mostrou que tem mais bala na agulha. Com gols de Milito, de pênalti, e de Videla, a equipe de Cocca bateu no “Cervecero” peruano por 2×0.

O jogo começou com muita velocidade e com a aposta do conjunto peruano de que abriria o placar rapidamente. Para tanto, imprimiu um jogo de passes rápidos, longos e sempre buscando explorar os lados do campo. Enquanto isso, o Racing tratava de se preparar para o contragolpe. As duas propostas logo viraram o mero corre-corre, daqueles nada agrada a quem gosta de ver o belo futebol.

Sendo assim, pouco a pouco, o Cristal logo assumiu o controle do jogo, articulando a pelota de maneira não tanto refletida, mas com a agilidade necessária para encher de gente a proximidade da área de Saja. Era notável a capacidade do conjunto peruano de recompor sua defesa, com no mínimo sete homens bloqueando o arco do porteiro local. E se por um lado isto mostrava o quanto o “los Cerveceros” estavam intensos na partida, sinalizava um possível desgaste na segunda etapa.

Em ternos de perigo, o Racing foi muito mais efetivo, chegando na maioria das vezes com “La Pantera” Bou, levando perigo ao arco defendido por Penny. Também Milito teve uma chance de guardar, mas nada tão elogiável quanto um dos arremates de Bou, que obrigou o guardametas local a uma ótima intervenção. Do lado peruando, Lobaton foi quem mais incomodou a defesa racenguista, tendo, ao menos uma boa chance, aos 40 minutos da primeira etapa. De qualquer forma, o primeiro tempo foi pobre de futebol.

Na etapa final, as duas equipes voltaram bem mais “vitaminadas” para o jogo. Em cinco minutos, tanto o Racing quanto o seu anfitrião criaram mais situações de gol do que em todo o primeiro tempo. E mais uma vez, chamou a atenção a disputa entre Gustavo Bou e o goleiro Penny, do Cristal. Essa disputa não demoraria muito tempo mais. Cocca sacaria “La Pantera” para colocar Carlos Núñez em seu lugar.

Só que a partir dos 15 minutos, as duas equipes recriaram o cenário do do final do primeiro tempo: muita correria e pouca efetividade. Mas, como dissemos, Cocca resolvera colocar o uruguaio Carlos Núñez para jogar. E na primeira jogada do atacante charrúa, ele apareceu como um trem dentro da área, tomou a frente do zagueiro e foi derrubado. O árbitro anoutou pênalti para o Racing. Militou foi lá, cobrou e guardou a pelota no arco de Penny: 1×0 Racing.

O gol serviu para oportunizar uma tranquilidade rara para o Racing. Não que o rival jogasse o fino da bola. Só que dispunha de certa intensidade ainda consistente, apesar do empenho dos primeiros 45 minutos. Válido dizer duas coisas. Embora Núñez tenha entrado no lugar de Bou, ele fez bem para “La Acadé”. Isto porque após o gol de Milito, o conjunto cervecero se abriu definitivamente na busca da igualdade. Desta forma, a velocidade do uruguaio foi fundamental para o tão almejado contragolpe da equipe argentina. Prova disso foi o segundo tento racenguista. Após jogada rápida de Núñez, e o cruzamento perfeito, Videla apareceu para guardar o segundo: Cristal 0x2 Racing.

Depois disso, não teve tempo para mais nada. A equipe de Diego Cocca somou mais três pontos importantíssimos e praticamente assegurou sua classificação para a etapa de oitavas de final da Libertadores. Importa agora que o Racing some o maior número de pontos, de maneira a encarar, nas oitavas, um rival teoricamente menos qualificado.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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