Primeira Divisão

Huracán arranca empate contra Universitário, nas alturas de Sucre

(Foto AP). Ábila disputa a pelota com a defensiva de "La U"
(Foto AP). Ábila disputa a pelota com a defensiva de “La U”

No estádio Olímpico Pátria, em Sucre, o Universitário foi anfitrião para o Huracán e mais uma vez deu mostras de que não sabe utilizar o fator altitude para bater nos seus rivais. Melhor para o Globo, que soube cozinhar o jogo, assim como fez no Mineirão, contra o Cruzeiro. O jogo foi fraco e feio de ver; sonolento até. E o resultado final não poderia ser outro: 0x0. De certa forma, não foi bom para ninguém. Para “La U”, porque perdeu a oportunidade de disparar na liderança do grupo e ficar perto da classificação; para o Gobo, porque mesmo empatando fora de casa, soma apenas três pontos. Se não vencer ao menos uma partida, contando com empates nas duas restantes, não deverá se classificar às oitava de final da Libertadores.

Primeiro tempo movimentado, no estádio Olímpico Patria, em Sucre. “La U” tentou não oferecer chances para o Globo respirar, atacando por todos os lados do campo, alternando seus jogadores pelos vários setores do ataque e, a partir dos sete minutos, centralizando Rick Mercado, como um 9 típico. A movimentação era amplificada pelo apoio constante dos laterais Ballivián e Camacho, além da pressão de Bejerano e De La Cuesta, que empurravam Castro para a proximidade do Mercado, centralizado e trabalhando de pivô.

Por sorte do Globo, Mercado estava numa noite péssima e todas as pelotas que chegavam para ele não redundavam em absolutamente nada. Em geral, isto acontecia não pela eficiência da defensiva quemera, mas pela ineficiência do principal atacante local. Porém, Mercado não estava sozinho no “showzinho” básico de incompetência. Ele contava com todos aqueles de seu time que também tentavam guardar a pelota no arco. O conta-ataque do Globo não saía como Apuzzo desejava, mas, ainda assim, os argentinos chegaram três vezes com relativo perigo de gol. Na principal delas, Mancinelli acertou a trave de Robles.Em todas as situações de ataque, Romero Gamarra teve participação ativa e foi o destaque da equipe de Apuzzo na primeira etapa.

No segundo temo, o Sucre resolveu aprofundar seu jogo ofensivo, atuando com até nove homens no ataque e empurrando o Globo para seu campo de defesa. No início, as chances apareceram com certa facilidade, mas novamente a incompetência nas definições impediram “La U” de abrir o marcador. Com o tempo, o Globo entendeu que o melhor era cozinhar o jogo e deixar o tempo passar. Para tanto, contava também com um aparente despreparo físico do rival. E se isto era verdade, se materializava principalmente nos erros de passe e articulação das jogadas do meio-campo para o ataque do conjunto boliviano.

Centrado atrás e com uma marcação bem eficiente, no segundo tempo, o Globo tampouco especulou alguma coisa junto à área de Robles. Parecia se contentar com o resultado e também parecia consciente de que não poderia contar com a eficiência de Montenegro, apagado no jogo e carimbando a redonda para um lado e outro, sem dar sentido algum ao jogo da equipe de Parque Patrícios. Poderíamos dizer que as alterações tampouco modificaram esse panorama. Contudo, é válido ressaltar que a entrada de Salcedo, na esquadra local, “otimizou” o show de horrores no ataque de “La U”.

Como o jogo era feio de ver, o melhor era mesmo que acabasse de vez. O fato é que as duas equipes pareciam se arrastar em campo. Algo natural para o Globo, que defendia um sofrido 0x0 fora de casa e a mais de 2.800 metros de altitude. Feio mesmo era para a equipe local, que deu sinais de que joga melhor fora de seus domínios do que no Olímpico Patria. No fim, o placar de 0x0 ficou de bom tamanho para ambas as equipes.

Agora, “La U” lidera o grupo 3, com 5 pontos, dois a mais que o Globo e três a mais que Cruzeiro e Mineros de Guayana. Nas duas próximas rodadas o Huracán será anfitrião em Parque Patrícios. Primeiro, encara o rival de hoje à noite; depois, o Cruzeiro. Não fosse o empate contra o Mineros, na primeira rodada e o Gobo estaria na liderança do grupo. Para se classificar, provavelmente terá de vencer este rival na última rodada do Grupo 3; só que de visitante, em Guyana.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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