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Estudiantes goleia o Del Valle e é mais um argentino na fase de grupos da Libertadores

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No jogo de ida, o Independiente del Valle havia levado a fatura por 1×0 sobre o Estudiantes de La Palta. Honesto, portanto, pensar que o Pincha daria o troco e que tentaria fazê-lo logo nos primeiros 45 minutos de jogo. Não deu outra. O que surpreendeu foi a forma impecável como isto aconteceu. Difícil foi decidir quem foi o homem do jogo. Cerutti fez uma partida estupenda e saiu de campo sendo aplaudido de pé pelo público no Estádio Único. Mas Desábato foi ainda melhor. Marcou dois gols e tratou de armar a defesa para impedir os avanços do rival. Importa mais o fato de que o Pincha vai ao grupo 7 da Libertadores. E vai forte, com chances de ter vida longa no certame.

Obrigado a vencer por dois gols de direfença, o Pincha tratou de partir para cima do conjunto visitante. E logo no segundo minuto, apareceu a primeira chance de gol, após ótima jogada de Cerutti. Era o sinal de que as coisas talvez não fossem tão complicadas, como alguns chegaram a pensar. Tudo bem que la nos Andes o Pincha foi aquela baba só, algo bizarro, um timeco de dar dó. Mas no Estádio Único seria diferente. Quem pensava assim era Mauricio Pellegrino, o comandante pincharrata. E após reconhecer os méritos equatorianos, na vitória de 1×0, na partida de ida, Pellegrino tratou de armar sua equipe de forma diferente.

Carlos Auzqui jogava adiantado, quase como um ponta tradicional, embora voltasse rápido para cobrir o meio-campo. Barbona fazia o mesmo, do outro lado. Desta forma, Aguirregaray e Álvaro Pereira não precisavam subir. Esta proposta deixava Ezequiel Cerutti livre para manejar a pelota da forma que desejasse. E foi ele quem desequilibrou. Rodopiando de um lado para outro, e sempre mantendo a pelota colada nos seus pés, o ex-craque do Sarmiento de Junin abria espaço pelo centro da área para as entradas de Carrillo. E para melhorar este quadro, a velocidade na execução das jogadas surpreendia até mesmo aos jogadores equatorianos.

Parecia uma pressão forte demais para os equatorianos aguentarem. E logo aos sei minutos, e após ótima jogada de Cerutti, Carrillo cruzou para Desábato guardar. O gol desarticulou de vez aos bem-intencionados do del Valle. Tanto foi assim que minutos depois, Damonte fez um lançamento preciso para a cabeça de Carrillo: 2×0 Pincha.

O segundo tempo começou da mesma forma que o primeiro: um grande volume de jogo da equipe de Pellegriono, chances de ampliação no marcador, além da tranquilidade em perceber o rival completamente dominado. A correria foi a mesma; uma correria intensa, mas profundamente organizada. Além disso, tudo convergia para o levantamento da redonda para a pequena área de Azcona; e Foi assim, após cobrança de falta de Cerutti, que novamente Leandro Desábato guardou. Foi o terceiro gol do Pincha, mas o tento definitivo para estabelecer a paz e a tranquilidade dentro da cancha.

A partir disso, o jeito foi levar o jogo no banho-Maria, já que o rival estava completamente dominado e não apresentava problemas. Além disso, Pellegrino indicava que a equipe deveria se preocupar com o compromisso do campeonato local, além da própria Libertadores. O jogo de estreia, na fase de grupos, será contra o Barcelona do Equador.

Não deu para ver se o Independiente del Valle tinha equipe para seguir na Libertadores. Não deu, pois o Pincha fez o dever de casa como poucos. Não deu bola para o rival e fez o seu jogo. Abriu as jogadas pelos flancos, o que possibilitava as cobranças de córner ou faltas. Pelota levantada à área e um Desábato ou um Carrillo para guardar. No final, para variar, Mina, contra o próprio arco, fez mais um para os argentinos. Desta forma, O Estudiantes é mais um argentino a ir à fase de grupos da Libertadores. Passaram todos. E todos vão fortes para as disputas da fase de grupos.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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