AcessoPrimeira Divisão

Nueva Chicago vence Gimnasia Jujuy e conquista vaga na elite

Gomito Gómez ajoelha para comemorar o gol do acesso do Touro
Gomito Gómez ajoelha para comemorar o gol do acesso do Touro

Poucos dia atrás e a torcida do Chicago saia de Mataderos em lágrimas. A equipe vencia o Instituto de Córdoba por 1xo e voltava á elite argentina. Foi então que La Glória empatou e frustrou a imensa hinchada de Mataderos. A equipe foi para o triangular e chegou para a decisão contra o Gimnasia y Esgrima de Jujuy. Quis o destino que o palco do jogo fosse justamente a cancha de La Glória. Mas não ficou somente nisso. Foi também por obra do destino que o gol do acesso saísse dos pés do ídolo histórico do clube: Christian Gomito Gómez. O Nueva Chicago está de volta á primeira divisão.

Mal começou a partida e o Chicago já havia alugado o campo de defesa do Lobo. A pressão era grande demais para um assutado rival. A primeira linha se misturava com o meio-campo e Barbona e Gomito Gómez eram municiados o tempo todo. Tava na cara que o gol não demoraria para sair. E logo aos sete, o mito Gomito Gómez guardou a pelota no arco e saiu para o abraço: 1×0 Chicago.

Engana-se quem imagina que o Torito recuou. Engana-se quem pensa que o Lobo abandonou seu esconderijo e apareceu para o jogo. Nada disso. O aluguel do campo de defesa do conjunto de Jujuy continuou por parte do Chicago, que queria matar logo a partida ainda no primeiro tempo. E esta era mesmo a impressão que o resumo do jogo deixava: só havia um time jogando, enquanto o outro só se defendia. Por certo que em situações como essas a equipe que se guarda em sua defesa pode perfeitamente sair para um contra. O Lobo não conseguia. E aos poucos Gomito Gómez teve mais uma pelota para guardar. Depois dele, também Mendoza. A pelota de Gómez acertou a trave de Cavalotti; a de Mendoza, a sua canela, razão por que a redondinha foi para fora, quando deveria morrer no arco do goleiro de Jujuy.

Apenas aos 37 foi que alguém teve nota de que um certo Lobo chegava ao ataque. Enquanto para o Gimnasia saia no lucro com o fim do primeiro tempo, o Torito ia para o vestiário com a frustração e com o medo de que sua “sorte tradicional” voltasse a aparecer na etapa final.

O segundo tempo não foi diferente no seu início. O Chicago pressionava e seguia criando no campo de defesa do Lobo. Só que pouco a pouco a qualidade foi caindo e certa tensão começou a se apoderar do conjunto de Mataderos. Do outro lado, o Gimnasia decisivamente não conseguia criar nada. Ninguém sabia qual era do motivo pelo qual o Torito estava tão preocupado. A partir dos 20 minutos, a pelota foi para o controle do conjunto de Jujuy, que passou a praticar o jogo “doido” do ataque irrefletido.

Convém lembrar que o Gimnasia precisava desesperadamente da vitória, porque ainda não havia acumulado pontos no triangular do acesso. Porém, pouco a pouco, o conjunto do Norte deixou claro que o problema era outro: a equipe havia chegado ao seu limite. O título para o Lobo se concretizara um pouco antes, quando ele chegou nas disputas do triangular pelo acesso. Time mesmo para subir era outro, o Chicago. Desta forma, embora o Torito não tivesse mais a posse da bola, bastou ao conjunto de Labruna que deixasse o tempo passar. Foi o que aconteceu. Com o apito final de Silvio Trucco, o conjunto tradicional de “la República de Mataderos” estava de volta à primeira divisão do futebol argentino.

Sete anos depois e o Nueva chicago volta à elite. Seis messes antes a equipe ainda disputava a terceira divisão. Foi graças a um golaço de fala de seu ídolo Gomito Gómez que o Chicago derrtou o Colegiales de Munro e subiu à B Nacional. Na noite desta sexta-feira, o rival foi outro, o Gimnasia Jujuy. Contudo, o gol do acesso foi marcado novamente por ele, pelo mito Christián Gomito Gómez, jogador que recusou propostas de diversas partes para retornar a Mataderos e sob a promessa de ascender a seu time do coração. Neste tempo, sentiu dores no corpo, decepções e tristezas que não o deixavam se aposentar. Há alguns dias atrás, havia chorado quando o instituto de Córdoba tirou do Torito o acesso a dois minutos do final de um jogo-pesadelo em Matderos. O sofrimento chega ao fim para o Mito. O Chicago está de volta ao seu merecido lugar. E que fique nele por muito tempo.

Formação do Torito de primeira

Alejandro Sánchez; Marcos Galarza; Samuel Cáceres, Matías Escudero, Mauricio Arias; Alejandro Gagliardi, Federico Fattori, Damián Lemos, David Babona; Diego Mendoza e Christian Gustavo “Gomito” Gómez. Técnico: Omar Labruna.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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