Chegou a hora da verdade. E sem margem para erros
Rio de Janeiro – Após o amargo 3 de julho de 2010 quando a Argentina caiu nas quartas de final da Copa do Mundo para os alemães, as renovações e metodologias de trabalho foram mudadas de maneira radical. Neste período, foram duas comissões técnicas distintas, com filosofias diferentes. Uma sem pulso. Outra que se bancou e consolidou uma postura de jogo nas eliminatórias e nos amistosos Mas a partir de agora, a história é outra. Não há margem para erros. É um torneio que vai além dos playoffs da NBA, já que uma derrota pode jogar toda preparação por água abaixo. É Copa do Mundo, amigo!
O início para a Argentina é no Rio de Janeiro, no mítico estádio do Maracanã, na noite deste domingo, às 19h. O adversário é a Bósnia, que estreia em Copa do Mundo. Um adversário chato, que têm paciência, com jogadores altos e bons na bola aérea, o que pode prejudicar a Seleção Argentina.
Sabella, no entanto, consolidou o seu sistema defensivo. Bancou os seus quatro defensores e o goleiro Romero, apesar das críticas. O setor não passa confiança a ninguém – a não ser à comissão técnica e aos jogadores –, mas todos vieram de uma boa temporada em seus clubes. Inclusive os reservas (com exceção de Romero e Andujar, reservas em seus clubes). Logo, isso pode ajudar.
As únicas preocupações são com os desgastes musculares de alguns jogadores importantes. Higuaín e Agüero, possíveis titulares na partida de estreia, vêm de lesão. Dí Maria assustou na reta final do Campeonato Espanhol, mas treinou bem nos últimos dias. Lionel Messi vem “descansado”, já que as lesões impediram uma sequência no Barcelona. Curiosamente, do quarteto, é o que chega pior.
Para aumentar a pressão sobre Lío, há a sequência negativa de partidas sem gols em Copa do Mundo: Em oito jogos, marcou apenas um, contra a Sérvia e Montenegro, em 2006. Desde então, parou em Enyeama (Nigéria), viu Palermo aproveitar rebote contra a Grécia, e cair para a Alemanha, o que o fez desabar em lágrimas no vestiário – foi o que mais sentiu a eliminação, de acordo com Maradona, técnico na época.
A Argentina encontrará dificuldade não só dentro de campo. Mesmo tendo o apoio de vários torcedores no Rio de Janeiro – que tomou as ruas da cidade nos últimos dias –, jogará em ambiente hostil. Muitos vão ao estádio para ver Messi & Cia, mas também para secá-los. Não deve haver vaias como aconteceu com Diego Costa, da Espanha, por exemplo, mas haverá uma multidão torcendo e gritando pela Bósnia. Isso, obviamente, não abalará os jogadores, acostumados com esse tipo de pressão.