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Sistema defensivo: o motivo de a Argentina não ser a favorita para os argentinos

Jogadores argentinos aplaudem torcedores no Independência.  Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG
Jogadores argentinos aplaudem torcedores no Independência. Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG

De Belo Horizonte – As opiniões dos membros do Futebol Portenho muitos já sabem. Além de vermos a Seleção como uma candidata ao título, sabemos dos problemas no sistema defensivo, mas em compensação conta com um ataque fenomenal. Mas, e a mídia argentina? Conversamos com alguns jornalistas do país para saber se há um consenso sobre esse favoritismo que encontramos no Brasil ou se há uma cautela. E pelo que se notou é um pé atrás, principalmente devido ao setor defensivo.

O repórter Victor Tujschinai, do canal TyC Sports, por exemplo, é bem cauteloso com esse favoritismo. Para ele, a Argentina não está numa chave tão fácil como se diz. “Temos que jogar. Não estamos classificados para as oitavas como todos dizem. Sinceramente, não sei (como está a Argentina). Irã não é uma potência, mas é bem melhor jogar com eles do que do que contra Inglaterra e Itália, como vai passar como o Uruguai. Mas é um grupo acessível, mas não fácil”.

“Não creio que a Argentina seja o principal candidato. Talvez pela história ou por ter o melhor jogador do Mundo, com o ataque que nós temos vemos lutar pela Copa, mas o Brasil é o favorito, por ser local e pelo que fez na Copa das Confederações, e a Alemanha, mesmo com o histórico de um europeu não ter vencido fora de seu continente. A Argentina entra num segundo pelotão e vamos ver como vai ser para tomar impulso”, disse o jornalista Marcelo Sottile, do Diário Olé.

A preocupação com o sistema defensivo também é um dos motivos por essa cautela. Apesar do bom momento dos jogadores em seu clube, há um receio e desconfiança. “Não temos um Messi na defesa. Não temos um Passarella ou um Ruggeri. Preocupa-me muito a defesa, não pelos jogadores, mas o modo que ela joga”, destacou Sottile.

O fato de Alejandro Sabella ter apostado em uma sequência com os defensores pode ser uma arma positiva ao sistema do treinador. “Sabella apostou numa continuidade e seria antipático não dar sequência nessa reta final. Não teria sentido ele convocar outros. Ele constituiu um grupo, uma família. Num torneio curto isso é muito importante”, explicou Germán Sosa, da ESPN Deportes.

Na mesma linha, Jorge Parodi, no canal Cadena 3, teme o sistema defensivo. Para ele, a linha é muito tênue entre o positivo e o negativo. “Argentina tem duas caras: terrível no ataque, e temível na defesa. Não temos nenhuma solidez. Por isso somos um protagonista, mas não favoritos”, agregou o jornalista argentino.

Um possível nome que pode ajudar no sistema defensivo da Argentina, mas para a próxima Copa do Mundo, em 2018, na Rússia, é Emanuel Mammana. “Ele eu vejo um jogador diferenciado. Fez um bom torneio de verão e esteve muito bem, o melhor da equipe, e depois os juvenis e foi o melhor nos torneios locais e no exterior”, acredita Sosa.

Jefecito não pode faltar
Não há como negar o poder ofensivo da Seleção Argentina. Para os jornalistas, a Albiceleste tem uma das melhores linhas de ataque deste mundial. Mas dois jogadores em questão estão na lista daqueles que podem ser protagonistas e importantes para o esquema tático: Mascherano e Dí Maria.

“Mascherano é um chefe, um líder. Ele transmite uma personalidade para o todo o time, mesmo não sendo um jogador velho”, destacou Parodi. “O nosso jogador mais importante é o Messi, que jogaria em qualquer seleção do mundo. Mas, taticamente, coloco o Dí Maria como um jogador chave. Ele é quem dá equilíbrio ao meio campo, ajuda a defesa e é a variante para quando Messi esteja bem marcado”, apontou Sotille.

O certo é que os argentinos estão muito cautelosos quanto a uma conquista da Argentina neste mundial. Muito por conta das recentes participações nos Mundiais, pela falta de títulos com a seleção principal e pelo frágil sistema defensivo. “Porque não (acreditar num Maracanazzo)? O Brasil é o candidato principal. Mas no futebol tudo pode acontecer. E a história já mostrou coisas impressionantes. Por isso é perigoso lançar um prognostico”, finalizou Sosa.

Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

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