Governo de Buenos Aires envia ao Brasil lista de barra bravas indesejáveis
Em meio às preocupações do governo brasileiro com a vinda dos violentos barra bravas argentinos para a Copa, o governo da província de Buenos Aires resolveu agir. O governador Daniel Scioli enviou ao Planalto uma lista de torcedores cuja entrada em estádios da província está proibida. Uma ação que gera polêmica.
Primeiro vale um esclarecimento. A cidade e a província de Buenos Aires são coisas distintas. A capital federal tem status de “ciudad autonoma”, e não se situa na província. É governada pelo direitista Mauricio Macri, ex-presidente do Boca Juniors e feroz opositor do governo federal. A província de Buenos Aires tem sua capital em La Plata, não inclui a capital (mas inclui as cidades de seu entorno, onde se situam clubes como Independiente e Racing) e é comandada pelo governista Daniel Scioli, que, assim como Macri, tem planos de se apresentar nas eleições presidenciais do ano que vem.
O governo nacional argentino analisava a possibilidade de enviar para o governo brasileiro uma lista de barra bravas com antecedentes criminais, mas as Hinchadas Unidas Argentinas (entidade que representa o conjunto das organizadas do país) conseguiu impedir na justiça que isso ocorresse, deixando a Casa Rosada em uma sinuca. Já estava pronta uma lista com cerca de 600 torcedores com antecedentes criminais, mas a divulgação de seus dados foi proibida.
Nesse contexto, o governador da província, que não havia sido alcançado pela decisão judicial, enviou ao governo brasileiro uma lista de barras com antecedentes criminais. Segundo Alberto Pérez, chefe de gabinete do governo provincial, “temos nos comunicado com as autoridades brasileiras para colocar à disposição deles uma lista de barras, e nosso gesto foi muito bem recebido por eles”.
Pérez acrescentou que “não podemos proibir que eles saiam do país nem dizer ao Brasil quem pode ou não entrar no país, mas podemos colaborar com a segurança enviando uma lista de barras que estão impedidos de entrar nos estádios em nossa província. Que eles tomem as medidas que julgarem convenientes”
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