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Primeiro triplete em um Barça-Real em Madrid, Messi passa Di Stéfano

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Messi ofusca o Bernabéu e seu placar eletrônico, que aponta os 4-3 decretados aos 40 do segundo tempo

É quase unânime que Messi está aquém da sua melhor forma. La Pulga nos deixou mal acostumados. Fosse outro jogador, três gols (e uma assistência) no maior clássico espanhol – para muitos, do mundo – em vitória na casa rival seriam suficientes para rotular o desempenho de “maior atuação da vida”. Ainda mais levando-se em conta que ninguém havia feito isso antes pelo Barcelona contra o Real Madrid no Santiago Bernabéu. Mas não para Messi. Tirou “só” 9,5 em tarde onde dois gols foram de penal.

Messi segue pulverizando recordes nessa temporada. No fim de semana passado, já havia marcado 3 gols em um só jogo também, nos 7-0 sobre o pobre Osasuna – ocasião em que quebrara outro recorde dos mais significativos, os 369 gols do então máximo artilheiro da história do time catalão, o hispano-filipino Paulino Alcántara, que por quase um século foram a marca recordista.

“Bah, uns 90% dos gols de Messi na Espanha são sobre esses Osasunas da vida”. De fato, a equipe da Navarra é a terceira que mais levou gols do argentino. Mas a maior vítima dele é nada menos que o próprio Real Madrid, que, somando os três tiros de ontem, já levou (recordistas) 21 gols no total. O segundo, com 19, é nada menos que outro rival, o Atlético de Madrid. Sevilla e Valencia, outros times que nos anos recentes mais chegaram perto da dupla principal, são respectivamente o quarto e o quinto. Não à toa, Messi foi o mais jovem a chegar aos cem gols pelo Barça, aos 22 anos.

Foi o 26º triplete (ou hat trick, como diriam os ingleses) de Messi pelo Barcelona. Até nisso ele é o recordista no clube. Já é o maior homem-gol do futebol espanhol como um todo, só lhe restando praticamente a marca de maior goleador do campeonato espanhol. Um recorde que deve ser seu ainda no fim deste ano. Justamente ontem, alcançou o segundo posto nisso, ultrapassando um ídolo do arquirrival, Hugo Sánchez. Soma 236 contra os 234 do mexicano. Nesta temporada, deixou para trás no mesmo quesito outros imortais merengues: os 227 de Alfredo Di Stéfano e os 228 de Raúl. Faltam 15 para passar os 251 do recordista Telmo Zarra, ex-Athletic Bilbao.

Falta pouco para ele passar Raúl também como maior artilheiro da Liga dos Campeões – com 67, já o deixou para trás como maior goleador dela por um clube espanhol, faltando cinco para passar a soma que Raúl teve por Real e Schalke 04. Os 4-3, por sua vez, fizeram o Barcelona ficar 1 ponto atrás do maior rival no Espanholzão, além de transferir a liderança, nos critérios de desempate, para o Atlético, de quem os blaugranas também estão 1 ponto atrás. Era a chance de ouro para os madridistas porem poeira para trás na corrida. Felizmente, La Liga continuará tendo sua mais emocionante temporada.

Ontem também, como já dito, ele passou Hugo Sánchez, fato que normalmente seria ecoado. Mas que foi ofuscado por outro “detalhe”: também passou o ainda mais histórico Di Stéfano. Feliz essa rivalidade Real-Barcelona, que teve consigo o auge de dois dos três maiores jogadores que a Argentina já presenteou ao mundo. Vale lembrar que Maradona também fez história como um raríssimo aplaudido de pé no próprio Bernabéu pelos torcedores rivais. O desempenho messista, mesmo levando só 9,5, foi o bastante para ofuscar bela atuação de outro argentino, o madridista Ángel Di María.

Di Stéfano e Messi seguem rigorosamente iguais em gols pelo Espanholzão (14) e pela Liga dos Campeões (2). A Flecha Loira havia marcado mais outros dois, pela Copa do Rei. Já os outros cinco do rosarino foram pela Supercopa da Espanha. “Bah, uma taça que só foi criada em 1982, mais de dez anos após Di Stéfano parar de jogar!”. Só que Messi chegou a 18 gols em 26 clássicos. O “antecessor” fez 18 em 30 e foi ultrapassado de uma vez com outros três gols no 27º dérbi de La Pulga.

Vocês conseguem imaginar um argentino que fez ainda mais gols que Messi em campeonatos de elite expressivos? Existem. Falaremos a respeito assim que o mencionado Zarra também for ultrapassado. Não deve demorar muito.

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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