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Ricardo Gareca, novo técnico do River?

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Gareca ainda no Vélez: maior técnico depois de Carlos Bianchi no clube. Teria êxito parecido no River?

Ricardo Gareca fez sucesso como técnico do Vélez nos últimos quatro anos e pode vir a ser substituto da decepcionante volta de Ramón Díaz ao River, onde El Tigre tivera breve passagem como jogador. Díaz é o técnico mais vezes campeão com o Millo (5 argentinos, uma Supercopa e a última Libertadores vencida pelo clube, entre 1996-2002) e voltara aos fins de 2012. Lutou pela taça do Torneo Final da temporada 2012-13, mas o rendimento despencou depois e o cambaleou entre os dirigentes.

Gareca, do seu lado, reergueu o Vélez. Em números, só o mito Carlos Bianchi foi um treinador mais vencedor de La V Azulada. O clube estava um viúvo dos vitoriosíssimos anos 90 e, tirando a boa temporada 2004-05 (vice no Apertura e campeão do Clausura), se acostumou a ficar no quinto lugar ou não raramente bem abaixo. Torcedor do clube do bairro de Liniers, pelo qual passou no fim da carreira de jogador, no início dos anos 90, Gareca veio treina-lo em 2009 e logo veio o título do Clausura.

As taças voltaram a ser uma constante no Fortín: depois vieram Clausuras 2011, Inicial 2012, supercampeonato 2012-13, além da campanha semifinalista na Libertadores 2011 que só não resultou em final pela escorregada de Santiago Silva ao cobrar pênalti nos últimos minutos contra o Peñarol. Mas o rendimento ruim no ano passado (o título do supercampeonato 2012-13, tira-teima entre campeões dos Torneos Inicial e Final da temporada, é creditado em boa parte à decisão do concorrente Newell’s em priorizar as semifinais da Libertadores contra o Atlético) e falta de perspectivas de melhora lhe tiraram do cargo. A Supercopa Argentina de 2013 foi vencida já sob o comando de José Turu Flores.

Seu nome foi cogitado no Boca também, mas Gareca o descartou, por ter ficado eternizado como traidor dos auriazuis, onde era ídolo, ao passar justamente ao arquirrival em 1985, em um troca-troca que levou também o amigo Oscar Ruggeri a Núñez, que por sua vez cedeu Julio Olarticoechea e Carlos Tapia aos xeneizes. A Guerra das Malvinas afetara a economia argentina em 1982 e o Boca sofreu demais, inclusive tendo a Bombonera fechada em 1984. Gareca e Ruggeri eram os que se salvavam no elenco – tinham alguma regularidade na seleção (por exemplo, foi com gol de Gareca que a Argentina terminou seu maior jejum sem vencer o Brasil, treze anos até 1983).

Mas chegou um ponto em que eles não aguentarem mais a penúria. A troca fez muito bem ao amigo, que em 1986 foi campeão argentino terminando cinco anos de jejum do clube, também afetado pelas Malvinas, e das primeiras Libertadores e Intercontinental dos Millonarios, além da Copa do Mundo. El Tigre fez o gol da suada classificação da Albiceleste ao México (clique aqui para ver os outros onze que jogaram pela seleção a partir de principal rivalidade do país), mas não ficou muito tempo no River.

Ainda em 1985, após dois jogos pelo vitorioso campeonato de 1985-86, o atacante acertou sua ida ao rico futebol colombiano da época. No América de Cali, foi trivice seguido nas Libertadores 1985, 1986 (para o próprio River) e 1987, da qual foi artilheiro. Sobre um possível retorno ao River, para quem sabe “resolver a pendência” no clube, Gareca declarou que “aceitarei me reunir com gente do River uma vez que não haja treinador. Seria uma honra que me chamassem”.

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Sondado também pelo Boca, onde começou a jogar, Gareca descarta-o: ainda é “traidor” lá por ter ido diretamente ao River em 1985. Nas fotos, com os também vira-casacas Jota Jota López e Ruggeri

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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