Briga pela liderança foi sem-graça entre Newell´s e San Lorenzo
No resumo da 15ª rodada, até os jogos do domingo, destaque apenas para o Rafaela, que soube vencer o Godoy Cruz e subir ainda mais na tabela. No mais, o Quilmes venceu o Olimpo, fora de casa; assim como o Albo, que na Floresta, derrotou o Gimnasia y Esgrima de La Plata. Estudiantes e Rosário Central ficaram no empate, na Capital bonarense. Porém, o cotejo que frustrou as expectativa foi Newells e San Lorenzo. Em disputa, a liderança da competição e, para o Newell´s, a chance de colocar uma das mãos na taça do Inicial. Ninguém jogou nada e ninguém mereceu vencer. Assim, o Boca fica feliz e agradece. Basta aos xeneizes vencerem hoje o Tigre para ficarem a dois pontos da liderança.
Newell´s 1×1 San Lorenzo
O encontro frustrou as expectativas em torno das duas equipes, já que estão entre quem melhor joga futebol na Argentina, atualmente. O Newell´s pareceu irreconhecível, dando mostras de exaustão, ainda que alguns nomes, como o de Trezeguet, tem sido novidades quanto à equipe dirigida por Martino. O primeiro tempo foi fraco e até sonolento. O conjunto local não conseguia sair da marcação cuerva e até aceitava excessivamente o trabalho defensivo bem executado pelos homens de Pizzi.
Já o San Lorenzo, pareceu se concentrar demais na ideia de conter o líder do Torneio Inicial. No papel, o tradicional 4-4-2, esquema que melhor se enquadra ao elenco cuervo. Só que, muitas vezes, o esquema escorregava para um 4-5-1, deixando ora Piatti ora Villalba como o único atacante. Em outros momentos, o conjunto de Pizzi praticava o 4-1-5-1, com Mercier ou Kalinski se reservando no papel de protetor dos zagueiros. Assim, era vital para o Newell´s que exercesse a criatividade para conseguir entrar na área de Torrico. Desgraçadamente, o elenco leproso não estava em boa jornada.
Bernardi errava mais que de costume, embora tenha sido um dos melhores da equipe, no jogo. Figueroa tinha dificuldades para fazer o trabalho de recomposição do meio-campo e sobrecarregava Maxi, que tampouco estava bem na partida. Desta forma, Trezeguet ficava quase sem função no ataque. O “francês” é apenas um finalizador de jogadas e exige da equipe que produza futebol, como condição para que também ele faça sentido numa equipe. Em jornadas ruins, para uma equipe como a de Berti, o melhor é que Trezeguet fique no banco de reservas.
Apesar disso, foi o “francês” quem abriu o placar. Jogada começou, como sempre, com Bernardi, no meio-campo. Bola lançada para Maxi Rodríguez, no setor direito. La Fiera recomeçou com Cárceres, que lançou a pelota na área e encontrou a cabeça de Trezeguet: 1×0, aos 25 minutos da etapa inicial. Não deu tempo para comemorar, cinco minutos depois e o Ciclón chegava à igualdade. Se os rivais da Lepra não podem deixar Bernardi live, os jogadores rojinegros se esqueceram que o mesmo serve para Correa e Piatti, no Ciclón. Pelota sobrou nos pés de Correa, que se deslocava entre o meio-campo e o setor direito. Bastou Lançá-la para dentro da área. Villalba acionou Piatti que marcou: 1×1.
A partir disso, o San Lorenzo melhorou e teve uma ou outra chance para passar à frente do placar. Contudo, isto não ocorreu nem no primeiro tempo nem no segundo. Na primeira etapa, porque o conjunto de Pizzi não acreditou que poderia abandonar seu esquema ultra-defensivo. Na segunda etapa, porque o Newell´s contou com o desgaste do rival, que já não conseguia marcar como nos primeiros 45 minutos. Então, o jogo de escapadas do San Lorenzo se transformou numa peleja burocrática e sonolenta no meio-campo.
Nem mesmo a massa que lotava o Coloso Marcelo Bielsa parecia influir no desempenho do conjunto de Berti. Uma chance para cá e outra prá lá. E só. Nada mais de emoção na etapa final e um justo empate ao fim do encontro. Com o resultado, nada muda na ponta da tabela. Newell´s segue líder, mas tem a desvantagem de ver o rival jogando primeiro, na próxima rodada. Caso o San Lorenzo vença o Belgrano, em Bajo Flores, a pressão será grande para o líder, que jogará no dia seguinte, domingo, em Victoria, contra o Tigre. Só que para as duas equipes pintou um um problema bem sério: a possibilidade de o Boca Juniors vencer o Tigre, se igualar em pontos com o Ciclón, ficar a dois do líder Newell´s e, definitivamente, entrar na disputa pelo caneco do Torneio Inicial.
Demais resultados da rodada de sexta e sábado
Atlético de Rafaela 3×1 Godoy Cruz
Em Rafaela, ainda na sexta-feira, La Crema não tomou conhecimento do Godoy Cruz e venceu fácil por 3×1. Quase imbatível, dentro de seus domínios, o conjunto dirigido por Burruchaga prendeu o Tomba no seu campo de defesa e martelou até abrir o placar, logo aos oito minutos com Diego Ferrera. Esta tem sido uma das fórmulas infalíveis de La Crema: pressionar o rival impiedosamente até marcar o primeiro gol. Como em geral o gol sai logo nos primeiros minutos, a equipe ganha tranquilidade e dificilmente ver o rival virar o marcador. Nesta competição, isto só ocorreu na quarta rodada, quando o Rafaela perdeu para o Newell´s por 2×0.
Após abrir o marcador, o conjunto local continuou na pressão. O Godoy Cruz não se achava em campo e, na tentativa de sair do abafa, gerava espaços excessivos para o rival. Aos 38, Diego Vera se aproveitou de uma bobeira na marcação e aumentou o placar para 2×0. Na etapa complementar, o jogo perdeu em velocidade, pois o Rafaela tirou o pé e ficou na espera do rival. Só que os contragolpes não saíam, como desejava Burruchaga. Não saíam, pois dificilmente o Godoy Cruz atacava com muitos homens. Ainda assim, o Tomba descontou aos 38 minutos. Um minuto depois, Diego Vera, de pênalti, deu números finais ao encontro. Com a vitória, La Crema confirma a excelente fase. A equipe está a apenas quanto pontos do líder, enquanto o rival sofre na zona da degola.
Olimpo 0x1 Quilmes
Numa verdadeira decisão para permanecerem na elite, Olimpo e Quilmes duelaram em Bahía Blanca na tarde de sábado. Após nove rodadas sem conhecer uma vitória, o Quilmes voltou aos três pontos justamente fora de casa, assim como na quinta rodada, quando vencera o Tigre por 1×0, em Victoria. O jogo em Bahía Blanca era importantíssimo, mas não foi o que pareceu para os jogadores.
O jogo foi burocrático do começo ao fim, sem criatividade, sem precisão nos passes e sem imaginação até mesmo do ótimo Miguel Caneo, um dos melhores enganches atuando em campos argentinos. A modorra era a personagem principal até os 31 minutos da segunda etapa, quando Facundo Díz fez o gol da vitória cervecera. A pelota voou sobre a área do Aurinegro e encontrou Díz e mais cinco homens da defesa local. Quando a fase não é boa os zagueiros têm medo até de disputar a pelota no alto. Foi como se Díz estivesse sozinho dentro da área. Era só ajeitar a cabeça e marcar. Foi o que fez. Com o resultado, o Quilmes se afasta do descenso, enquanto o Olimpo se reencontra ainda mais com a B Nacional, lugar de onde não deveria ter saído, pois não parece ter nível para jogar atualmente na elite argentina.
All Boys 2×1 Gimnasia
Após sete partida sem vencer, o Albo voltou a sorrir. Atuando na Floresta, a equipe de Falcioni não jogou “absolutamente nada” diante do Lobo, mas venceu e saiu temporariamente da zona do descenso. O resumo do jogo foram as palavras do treinador local, após o jogo: “foi a partida que menos merecemos vencer, só que ganhamos e aqui estou…”.
Mauro Mato abriu o placar, logo aos 14 minutos, após um vacilo ridículo na defensiva visitante. Depois de uma cobrança de lateral, Cachorro Cámpora recebeu sozinho dentro da área e, de cabeça, acionou Matos. Também de cabeça, o atacante abriu o marcador para o Albo. Toda a jogada ocorreu dentro da área e sem a menor resistência da zaga do Lobo. Minutos depois, Casteglione derrubou Barsottini dentro da área. Lucas Licht cobrou no outro canto de Cambiasso e empatou: 1×1, aos 25 do segundo tempo. A seis minutos do fim, Torassa de novo se aproveitou de falha ridícula da defesa visitante. Novamente os ataque local praticou linha de passe de cabeça dentro da pequena área. Resultado: 2×1 para o Albo.
A festa foi grande, após o gol da esperada vitória. Não que o Albo esteja jogando um primor de futebol, longe disso. Porém, a equipe de Falcioni poderia estar bem melhor na competição, já que dentro de campo nem sempre mereceu os resultados adversos que teve ao longo das 15 rodadas.
Estudiantes 1×1 Rosário Central
No Estádio Único, o Pincha recebeu o Central e não saiu de um empate de 1×1. O jogo foi mais para o conjunto de Pellegrio, que esteve melhor durante a maior parte do jogo.
Porém, nem uma equipe nem outra conseguiu ser tão superior a outra, a ponto de merecer a vitória. Após nada acontecer nos primeiros 45 minutos, o Central até que buscou mais o gol na etapa complementar. Russo abriu a equipe pelos lados do campo e pelo menos levou preocupação à meta de Rulli. E foi assim que saiu o gol, logo aos cinco minutos. Após uma ótima trama pelo setor esquerdo, Paulo Ferrari tentou cruzar e encobriu Rulli: um golaço: 1×0 Central.
O empate aconteceu apenas sete minutos depois, Após cruzamento da esquerda, Román Martínez cabeceou fraco em direção ao arco canalla. Assustado, Donatti colocou o pé na bola e a desviou das mãos de Caranta: um fiasco. Jogo empatado e resultado justo. Assim, as duas equipes quebram suas boas sequências vencedoras e não avançam na tabela. O destino de ambos parece mesmo ser o de ficarem entre os líderes e os desesperados da zona da degola. Melhor para o Central, para quem permanecer e se adaptar à elite são quase um título na atual temporada.