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Futebol argentino no metrô de Londres

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Duas instituições inglesas completam 150 anos neste 2013: o metrô de Londres e a Associação Inglesa de Futebol, ambos os primeiros do mundo em seus segmentos. A celebração ficou conjunta em um mapa da malha metroviária londrina – as estações foram rebatizadas com nomes célebres do futebol da Inglaterra. Com direito a alguns argentinos.

Na brincadeira, as diferentes linhas, tanto do metrô subterrâneo quanto o térreo, foram renomeadas: das posições em campo (goleiros, defensores, meias, artilheiros) a dirigentes, técnicos e árbitros, como também “gigantes da Copa do Mundo”, “heróis da FA Cup”, “jogadores do Pré-Guerra” e outras categorias, dentre as quais também as “estrelas além-mar”.

O número de argentinos é baixo mesmo em comparação com legiões mais recentes de estrangeiros da Grã-Bretanha, como os espanhóis e mesmo os brasileiros (o recém-chegado Oscar está lá, junto de David Luiz, Ramires, Gilberto Silva, Juninho Paulista e Pelé), reflexo mais do próprio uso incomum de hermanos por lá em comparação a outras canchas europeias, especialmente as de Espanha e Itália, do que por poucos sucessos em si deles por lá. Mas vale lembrar que foram os primeiros não-britânicos importados em escala maior ao futebol inglês.

Diego Maradona, que nos ingleses marcou o maior gol da história dos mundiais, está na linha “gigantes da Copa do Mundo”. “Rebatizou” a estação Sloane Square, das linhas Circle e District do tube (como os metrôs subterrâneos são chamados ali), em Chelsea, centro-oeste londrino. Os outros quatro hermanos estão agrupados em sequência na linha North London do metrô térreo, algo apropriado para Osvaldo Ardiles e Ricardo Villa, ídolos de um clube daquelas bandas, o Tottenham Hotspur.

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Ardiles e Villa com Claudio Marangoni (ídolo de Independiente e Boca), do Sunderland, e Alejandro Sabella (de River e Estudiantes e atual técnico da Argentina), do Leeds United

O Tottenham, que os colocou em seu hall da fama em 2008, está a cerca de meia hora de carro do terminal Willesden Junction, “renomeado” como Ardiles e que conecta com a linha Bakerloo do tube – a mesma que leva a Wembley, a três estações dali. Villa renomeia a estação Brondsbury da North London. Chegaram aos Spurs após a Copa 1978 e se deram muito bem. Ossie e família, por exemplo, se radicaram em Londres e até hoje moram lá. Ele foi o primeiro convocado à seleção a partir do futebol inglês, quando este não tinha o glamour de hoje. Por muito tempo, foi o único. O segundo veio só em 1999 (o zagueiro Nelson Vivas, do rival Arsenal).

Ricky foi herói na FA Cup de 1981, marcando duas vezes na final (a centésima do torneio, não ocorrido durante as guerras mundiais) contra o Manchester City, com o segundo sendo o do título e eleito “o do século” dentre os marcados em Wembley – o barbudo, que nem jogara direito no título mundial argentino, passou por três oponentes antes de concluir entre as pernas do goleiro. Na época, os pitches ingleses chegaram a ter ainda outro campeão mundial em 1978, Alberto Tarantini, no Birmingham City; o atual técnico da seleção, Alejandro Sabella, no Sheffield United e no Leeds United; e Claudio Marangoni, no Sunderland. Mas só a dupla do Tottenham vingou.

Outra dupla, mais recente, completa o “elenco metroviário” argentino: Carlos Tévez renomeia a estação Kensal Rise da North London, embora a idolatria que despertou em Londres esteja mais focalizada pelo centro-leste, área do West Ham United. Nos Hammers, começou sua trajetória de amor e ódio pelo futebol inglês, carregando-os na luta de sucesso contra o rebaixamento em 2007. Depois seria um brilhante anti-herói no Manchester United e no Manchester City.

Sergio Agüero, que foi seu colega no City, seria o “novo nome” da estação Brondspury Park do North London. O gol agônico do título inglês de 2012 já bastaria para eternizá-lo. Mas El Kun não ficou “só” nisso e vem vivendo nos Citizens o auge da carreira. É ali que vem obtendo sua melhor média de gols.

Confira o mapa detalhado clicando aqui.

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Parte da malha metroviária “rebatizada” em que é possível ver os nomes argentinos: Ardiles, Villa, Agüero e Tévez estão acima à esquerda. Maradona, abaixo à esquerda

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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