Primeira Divisão

Newell’s pós-Martino estreia virando na Bombonera

Alfredo Berti
O novo técnico do Newell’s, Alfredo Berti, estreou ontem no comando da “Lepra”

Dificilmente o Newell’s teria estreia mais promissora após as saídas do técnico Tata Martino (ao Barcelona) e do atacante Ignacio Scocco (Internacional). Mesmo também sem Maxi Rodríguez, a jogar logo mais pela Argentina, Heinze, lesionado, e o reforço Trezeguet, o clube voltou a sobrepujar o Boca, ao qual eliminara nas quartas da Libertadores. Reverteu duas vezes a vantagem oponente para vencer em plena Bombonera. Os golaços marcaram a noite.

O Torneio Inicial começou na semana passada, mas os rubronegros receberam o mimo da AFA de só estrearem ontem na temporada – o calendário fora planejado com vistas à hipotética participação do time rosarino na final da Libertadores, que acabou não ocorrendo.

O substituto de Martino foi seu ex-colega dos tempos de jogador, Alfredo Berti, outro integrante do elenco leproso vice-campeão da Libertadores 1992 (ver aqui). Berti também foi vice da de 1996, pelo América de Cali, contra o River. No ano seguinte, foi ao Boca, e por isso seu ex-colega Riquelme o recebeu com um abraço ontem. Não confundir com Sergio Berti, também ex-Boca e que naquela época era ídolo do River e que esteve na Copa do Mundo de 1998.

Outro estreante no Newell’s foi o paraguaio Víctor Aquino, que acabaria o goleador da noite, que começou favorável aos mandantes: logo aos 4 minutos, Marín lançou Martínez pela direita. Dali, o ex-corintiano deu boa assistência para Blandi, sem muito trabalho, empurrar às redes. Em dez minutos, o empate: os visitantes rondavam a grande área boquense, mas a bola não chegava adentro. Foi quando Bernardi aplicou belo lançamento a Casco, que foi mais rápido que dois atrasados marcadores e fuzilou Orión cara-a-cara com ele.

Aos 30, Boca outra vez na frente: o reforço Daniel Cata Díaz (de volta ao clube com o qual ganhara a Libertadores 2007, a última vencida pelos bosteros), ex-Rosario Central, matou a bola no peito e, sem deixar cair, acertou um belo chute de fora da área sobre o antigo rival, no bate-rebate de um escanteio xeneize. Em outros dez minutos, poderia ter vindo o empate: um chute de fora da área bateu no braço do zagueiro boquense Guillermo Burdisso, outro ex-Central, mas o árbitro Patricio Loustau interpretou o lance como não-proposital.

Veio o segundo tempo e em cinco minutos o Newell’s já estava na frente. A igualdade veio perto dos 50 segundos: novo lançamento de Bernardi, agora para Figueroa, na ponta-esquerda. Figueroa pedalou diante de Marín e entregou a bola entre as pernas dele para um Aquino que rapidamente apareceu na defesa xeneize para interceptar a redonda do alcance de Orión e encobri-lo o suficiente para empatar. Aos cinco, Aquino colocou com a cabeça no ângulo esquerdo de Orión após subir mais que Díaz para aproveitar bola cruzada pelo Díaz do Newell’s.

O Boca se abateu nitidamente, mas teve suas chances. O goleiro leproso Guzmán sofreu falta após defender em dois tempos um tiro forte de Marín de fora da área. Mas os rosarinos estiveram mais perto de dar mais gols ao jogo: Tonso, sozinho contra Orión, perdeu um aos 15. Aos 32 e aos 33, o goleiro xeneize, em nova demonstração da noite ruim de sua defesa, teve que pôr para escanteio tentativas de Muñoz e Pérez.

A calma de Carlos Bianchi em admitir que as falhas pontuais custaram caro contrastou com o clima das arquibancadas, já tenso por razões alheias ao que rolava no gramado. A barrabrava estampou um trapo com os dizeres “Rafa Assassino”, em alusão ao ex-capo Rafa Di Zeo, que deseja retornar ao poder e teria planejado o confronto entre seus seguidores e os da barra semanas atrás, resultado em uma morte para cada facção. E, também ontem, o líder atual de La 12, Fido Desbaux, teve a casa baleada e o carro, incendiado.

BOCA: Agustín Orión; Leandro Marín, Daniel Díaz, Guillermo Burdisso e Emanuel Insúa; Pablo Ledesma, Ribair Rodríguez (Claudio Riaño 42/2º) e Juan Sánchez Miño (Jesús Méndez 32/2º); Juan Román Riquelme; Juan Manuel Martínez e Nicolás Blandi (Emmanuel Gigliotti 29/2º). T:Carlos Bianchi.

NEWELL’S: Nahuel Guzmán; Cristian Díaz, Guillermo Ortiz, Víctor López e Milton Casco; Pablo Pérez, Diego Mateo e Lucas Bernardi (Hernán Villalba 41/2º); Martín Tonso (Fabián Muñoz 29/2º), Víctor Aquino (Horacio Orzán 37/2º) e Víctor Figueroa. T:Alfredo Berti.

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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