Primeira Divisão

Derrota para Vélez não importa. Rafaela segue na elite

rescaldani

Assim como os dois outros jogos que envolviam o drama do descenso, o cotejo do Rafaela com o Vélez começou às 15h15. Dos três, foi aquele que mais posicionou seu protagonista na tranquilidade, mas também na nuvem obscura que por vezes ronda o futebol. Bastava um empate para se salvar. Já, se perdesse, tudo poderia acontecer. Desta forma, o jogo em si foi parelho e dominado tanto pelo Newell´s quanto por La Crema. Só que no momentos em que teve o jogo em suas mãos o Vélez foi mais eficiente. Sorte de La Crema foi que o Verdinegro perdeu.

De início, foi o Vélez quem mandou na partida. O Rafaela parecia perdido e dava campo para a construção de jogadas pelo habilidoso meio-campo fortinero. Assim foi que logo aos 16 minutos Ezequiel Rescaldani guardou: 1×0 Vélez. O gol não pareceu ser o golpe que tiraria La Crema de seu sono. O domínio seguiu a ser do conjunto local, enquanto a defesa rafaelina marcava de maneira muito centralizada e abria espaços para os avanços velezinos nos flancos.

Um ataque aqui, outro ali e era o Vélez quem tinha as melhores chances. Porém, nos minutos finais da primeira etapa, La Crema finalmente começou a ocupar o campo de defesa local. Isto porque a defesa do Vélez, que até então não dava a menor bola para o Rafaela, começou a aprontar das suas. Nada de grave, mas certo sono parecia ser mais ofensivo à defensiva fortinera do que o próprio ataque dos visitantes.

E o desinteresse do Vélez custou caro. Aos 36 minutos, bola para Eduardo Domínguez, que não desperdiçou e a colocou no arco de Sosa: 1×1.

Na segunda etapa, o jogo foi outro desde seu início. O Vélez parecia desinteressado, enquanto La Crema era a própria disposição de não depender do acaso. Foi para cima do rival e por várias vezes esteve perto de passar à frente do marcador. Só que o campo era todo um convite aos contragolpes do Vélez. Logo aos nove, de novo Rescaldani guardou: 2×1.

A partir disso, o Rafaela pareceu se tranquilizar com os resultados nas outras canchas e também dormiu em campo. Sem muitos esforços, o conjunto de Gareca soube dominar a pelota e jogar principalmente no campo de defesa de La Crema. Nas poucas vezes em que tinha a chance de ir ao ataque, os visitantes levavam o rápido contragolpe do Vélez. Porém, bastava a pelota chegar ao ataque para os jogadores locais demostrarem o seu desinteresse com o jogo. E assim foi até o final.

Mesmo com a derrota para o conjunto de Liniers, o Rafaela se beneficiou da derrota do San Martín, para o River. Só que o benefício pode ser colocado na própria conta de La Crema, já que a equipe soube construir uma situação tranquila para chegar a este jogo podendo até perdê-lo.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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