Primeira Divisão

Na luta cabeça a cabeça pelo título, Lanús passa à frente do Newell´s

Jogadores granates abraçam o artilheiro Silvio Romero, autor dos dois gols contra o Bicho
Jogadores granates abraçam o artilheiro Silvio Romero, autor dos dois gols contra o Bicho

A partida era de fundamental importância não só para o Argentinos, que precisava da vitória para se afastar da zona da degola, como para o Lanús, que chegou na rodada atrás do Newell´s e precisando triunfar para recuperar a liderança do Torneio Final. Com uma atitude corajosa, no início, e com o bom uso do cotra-ataque e do desespero rival, depois, o Lanús soube chegar ao gol logo no início. O que tranquilizou o agora líder do Torneio Final. A cartilha foi a mesma do começo ao fim e o resultado de 2×1 premiou quem se apresentou melhor na tarde de futebol na Paternal.

Logo de cara deu para ver qual seria o cenário do jogo. Embora jogasse na Paternal, o Argentinos não conseguia fazer a transição da defesa para o ataque. Possível até que isto tenha ocorrido pela forte marcação do Lanús a partir do meio-campo. A proposta granate era a de deixar a saída de jogo do Bicho bem livre, a partir de Ojeda. Nisto estava a percepção de que o Bicho não possuía uma boa saída de bola e, por consequência, a de que seus jogadores entregariam a pelota assim que recebessem o primeiro combate, no meio. Não deu outra.

Assim, a bola ficava mais com o conjunto local do que com o visitante. Porém, quem conseguia ser efetivo era o Lanús, que imprimia velocidade ao jogo, quando recuperava a pelota no meio. Aos sete minutos foi assim que ocorreu. Bola levantada e mal defendida na área até que ela se deparou com o talentoso Silvio Romero. A atacante visitante matou no peito e arrematou a pelota no arco de Ojeda: 1×0.

Na segunda etapa, o Bicho esteve disposto a descontar o placar a qualquer custo. Adiantou sua marcação e passou a ocupar um espaço de campo que até então era mero território granate. Ficou difícil para os comandados de Schelotto jogarem. Por momentos pareceu que eles entregariam a liderança facilmente. Só que isto não aconteceu.

Em parte, porque os jogadores do Bicho pecavam excessivamente pela pontaria. Bola ia toda hora para o ataque, mas o último passe ou a conclusão eram de uma feiura só, algo que certamente irritava até mesmo o seu exigente técnico, Caruso Lombardi. Em parte, porque os bem treinados soldados dos Mellizos pouco a pouco foram controlando as ações e retomando o domínio de seu campo de defesa. Tanto foi assim que, minutos depois da empreitada do Bicho, o Lanús retomou o domínio de seu campo de defesa. A partir daí, o contragolpe passou a ser uma marma fatal.

Bola do Bicho pra lá e bola pra cá e nada. Até que o Granate teve a pelota do jogo em contragolpe bem elaborado. A redonda chegou à frente da área de Ojeda e os atletas visitantes deram um exemplo de como se trama a jogada até que ela resulte na marcação do gol. Regueiro achou Ayala no canto da grande área. O meia deu um lindo toque para Romero, que guardou. O atacante não titubeou e anotou seu segundo gol no cotejo e o seu oitavo tento na competição: 2×0 Lanús, aos 28 minutos do segundo tempo.

Nada restava ao conjunto de Caruso que não fosse seguir na sua proposta um tanto suicida e um tanto única. E de maneira quase fortuita Matías Martínez cabeceou no segundo pau de Marchesín para descontar o placar: 2×1 Lanús, aos 36 minutos. O gol deu força e disposição ao Bicho. Efeito disso foi a intensificação de suas ações à frente da área de Marchesí.

A pressão foi forte, mas, da mesma forma, pouco eficiente. De maneira que o resultado final foi mesmo o da vitória granate. Um triunfo que recoloca o conjunto do Sul da Grande Buenos Aires novamente na liderança do Torneio Final. E a promessa já foi feita: a luta pelo caneco, com o Newell´s, vai ser cabeça a cabeça.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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