Tragédia em La Plata faz Verón disparar contra os governantes argentinos
Faz quase dois anos que eu me perdia pelas diagonais da cidade de La Plata em busca de restaurantes, táxis e até mesmo o hotel em que eu iria me hospedar. Uma cidade tranquila, pacata, em que tudo – absolutamente tudo – fecha mais cedo do que o normal. Algo complicado para quem está acostumado com Buenos Aires.
Mas nesta terça-feira, a pacata cidade, passou por uma de suas maiores tragédias dos últimos anos, em consequência das chuvas que atingiram a cidade. Pelo menos 25 pessoas morreram e várias outras tiveram suas casas inundadas e estão desaparecidas. Seria um retrato de uma cidade em que se preocupou em ser sede de um torneio de futebol ao invés de dar melhores condições aos cidadãos.
Juan Sebastián Verón, ex-jogador, foi árduo com as palavras contra os governantes. “Há muita responsabilidade das pessoas que estão no poder. Era uma questão de prevenir e fazer mudanças, pois a cidade cresceu muito nos últimos anos. Hoje a infraestrutura é muito precária e, para que se previsse mudanças, teve que cair o dobro de água que na Capital quando o território é menor do que a metade”.
Até porque as tragédias são, no mínimo, previsíveis. Ainda mais num mundo atual, onde enchentes, ventos fortes em regiões não muito comuns, terremotos, enfim, desastres naturais, são possíveis com certa frequência. É claro que catástrofes não são comuns, mas com base em estudos, são previsíveis sim. Não só aqui, como em qualquer outro lugar. Mas, como é mais fácil dar o pão e o circo, faça-se isso e depois lamenta as tragédias.
Verón ainda foi mais longe. O ex-jogador do Estudiantes criticou o recente aumento de impostos do país e, principalmente, o atual governo local. “Eles se isentam de responsabilidade ao invés de colocar a disposição de pessoas que merecem. Ficam subindo impostos. Há muitas pessoas sofrendo, pois perderam tudo e será muito difícil ter tudo de volta. É preocupante porque quando acontece essas coisas, somente vemos os lixos que nos governam”, disparou.
