Primeira Divisão

González, do Belgrano: “somos bons e vulneráveis ao mesmo tempo”

Manda-chuva do meio-campo pirata surpreende por uma franqueza rara no mundo do futebol

Um dos destaques do Belgrano de Córdoba no torneio Inicial, o meia Estebán González, falou do momento contagiante do Pirata. Porém, quando todos esperavam por um discurso decorado, o meio-campista surpreendeu: “pela qualidade de seus jogadores, o Belgrano é apenas uma equipe de metade da tabela”. Apesar disso, o conjunto cordobês está somente a dois pontos do líder Newell´s, ocupando o terceiro lugar no Torneio Inicial.

O volante do Belgrano, Estebán González, surpreendeu em declaração a uma rádio local, da Argentina. Em virtude da excelente campanha do Belgrano era de se esperar que seus jogadores apontassem as qualidades da equipe. Em vez disso, o volante foi extremamente realista ao analisar conjunto pirata: “nós somos bons e vulneráveis ao mesmo tempo. Por isso pensamos somente em somar pontos e não em vencer o campeonato. É que temos muito claro que a primeira ‘porrada’ que levarmos vai nos colocar novamente na nossa devida realidade”, admitiu González de maneira realista e surpreendente.

E continuou: “pela qualidade de seus jogadores, o Belgrano é só uma equipe de metade da tabela. Todavia, como possui uma estrutura institucional exemplar, que copiou de clubes como o Lanús, juntamente com uma ótima comissão técnica, então está sendo possível a luta na parte de cima da tabela”, esclareceu.

Em relação à influência do treinador Ricardo Zielinski, González admite que ela é parte responsável pelo sucesso da equipe. “sua principal ferramenta é o trabalho e sua grande virtude é a moderação. Um técnico é uma parte importante em qualquer organização futebolística, porém, se Guardiola vem ao Belgrano não poderá fazer com que joguemos feito o Barcelona, já que por aqui não vai dispor de mão de obra adequada para isso. Nisto, os jogadores também fazem a diferença”, filosofou o volante pirata.

O experiente jogador, que teve passagem até pela Lazio, da Itália, argumentou que “a consistência (de uma equipe) é o que permite a superação no futebol. Isso é o que nos permite se juntar a equipes que jogam um melhor futebol do que o nosso. E falo isto porque o futebol argentino é competitivo na medida dos melhores do mundo; assim como pode ser visto na difícil e muitas vezes duradora readaptação daqueles jogadores que retornam do exterior”, finalizou o realista jogador do clube azul e branco da cidade de Córdoba.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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