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Racing: o sofrimento de Pepe Sand

O atacante não consegue chegar às redes e tenta se refugiar na família

José Sand, atacante do Racing, reconheceu que não vive um bom momento e se mostrou profundamente afetado por isso. Embora demonstre confiança em reverter a situação, já apela para discursos do tipo: “preciso ficar sozinho, com minha esposa e meus filhos”. Ou seja, o desespero parece bater à porta do atacante acadêmico: “eu sequer me lembro como se comemora um gol”. E como acontece nesses casos, o amanhã parece ser mais importante para Sande que o hoje.

Em entrevista a uma rádio da cidade de La Plata, José Sand admitiu o que é óbvio para todos: o atacante não vive um bom momento. E embora fosse consciente do caso, pareceram que as vaias dos próprios torcedores, contra o River, afetaram o coração do atacante e despertou sua reflexão. Foi como se sua angústia saísse de repente. E ela foi reveladora.

“Sequer sei como se comemora um gol”, disse o atacante, que ainda conta com a confiança de Zubeldía, mas que pode deixar a formação titular a qualquer momento.

Contra o rival do Racing, o Independiente, foi que Sand marcou pela última vez. Na ocasião marcou dois gols. Porém, de lá para cá não mais chegou às redes. Apesar de tentar passar confiança, o jogador deixou transparecer que se sente preocupado e principalmente inseguro sobre seu momento: “eu tenho confiança, mas quando a bola não entra as dúvidas começam a aparecer na nossa cabeça”, afirmou.

Sand demonstra consciência sobre o seu momento e tenta isentar Zubeldía pelo esquema tático do último jogo. “Estou tentando contribuir com o estilo de jogo da equipe”. Na partida anterior, o centroavante foi substituído no no segundo tempo e poupou Zubeldía de críticas. “Luís nos disse que seria um jogo para atuarmos na defesa, contendo os avanços do River. Quando vi Camoranesi preparado para entrar, eu já previa que seria o alvo da substituição. Mesmo no intervalo, Luís me havia pedido para recuar um pouco e exercer a marcação no meio-campo”, confessou Pepe Sand.

Sobre a possibilidade de sair da equipe já no próximo jogo, contra o San Lorenzo, o atacante disse que “penso que um goleador precisa de partidas e não creio que o melhor seja ficar de fora da equipe. Até porque tento sempre fazer o melhor”. Em relação a uma complicação no joelho ele esclareceu que “o médico me liberou para o jogo, embora eu ainda sinta certo incômodo na região. Porém, vou mostrar nos próximos treinos que tenho condição de ir a campo”.

O fim da declaração surpreendeu por denunciar o momento do atacante acadêmico. “Se eu fizer um gol, sequer saberei como festejar, já que tenho tido poucas chances ultimamente e tampouco as tenho aproveitado. A realidade é que neste momento eu não quero saber de ninguém; quero ficar sozinho, na companhia de minha senhora e de meus filhos”, finalizou Pepe Sand.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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