RacingSan Lorenzo

Racing goleia o San Lorenzo em Avellaneda

Jogadores da Academia festejam um dos quatro gols da noite

Do Cilindro de Avellaneda – O Racing não perdoou. Não perdoou o péssimo momento vivido pelo Cilón, não perdoou as falhas individuais do seu rival, não perdoou as duas expulsões que sofreu o San Lorenzo… Enfim, em um jogo que na sua primeira parte até foi equilibrado (pendendo um pouco mais para o lado dos visitantes), a Academia aplicou uma dura goleada por 4 a 0 em Avellaneda e pode ter marcado o fim da era Caruso Lombardi. Pelo lado celeste, outra vez o torcedor se enche de ilusão. Um time que vem jogando um futebol às vezes bonito, às vezes de resultado, agora está apenas a um ponto dos líderes.

AMBIENTE DO CLÁSSICO

Animados pelo triunfo diante do River Plate na última rodada, os torcedores do Racing chegavam em excelente número para acompanhar mais um confronto importante da equipe no campeonato. Outro grande viria pela frente: o San Lorenzo seriamente ameaçado pelo rebaixamento. Os cuervos também compareceram em massa e cumpriram muito bem a sua função desde aquilo que é possível fazer um torcedor; cantaram e incentivaram a equipe em todos os momentos da partida e mesmo com o placar adverso e quando a goleada já era irremediável.

Na belíssima noite de sábado em Buenos Aires, ainda houve tempo para tradicionais cantos e avisos de que o rebaixamento está logo ali. A todo momento os donos da casa pareciam querer lembrar aquilo que todo torcedor do Ciclón não quer nem pensar. “Pone a Tinelli” e “Me parece que el Cuervo se va a la B, con el Rojo y River Plate” foram alguns dos temas que saciavam o prazer dos racinguistas em tirar uma casquinha das más campanhas dos outros três grandes.

O JOGO

A história desta partida pode ser contada facilmente através dos graves erros que cometeu o San Lorenzo. O primeiro deles foi o pênalti cometido por Gonzalo Prósperi, um absurdo toque de mão dentro da área que o árbitro Diego Ceballos não teve a menor dúvida em marcar. Lance infantil. Aos 16 minutos do primeiro tempo, o goleiro Saja cobrou forte com a pena esquerda no canto direito, Migliore caiu para o outro lado e nem saiu na foto, 1 a o para o Racing.

O San Lorenzo procurou colocar a cabeça no lugar e buscar o resultado com a calma necessária. Se organizou e passou a frequentar mais o campo de ataque. Alguns chutes de longe passaram perto e obrigavam Saja a saltar de um lado para outro. Mas na necessidade de buscar o empate, oferecia o contra-ataque que Vietto quase aproveitou ao sair cara a cara com Migliore e definir mal. Chute rasteiro cruzado para uma fácil defesa do arqueiro cuervo.

Intervalo de jogo e até então um resultado normal, possível de ser revertido. Porém tudo foi por água abaixo logo que a etapa complementar iniciou. Logo aos 4 minutos, Centurión cruza para o miolo da área buscando por Vietto, o defensor Gentilleti tenta cortar e acaba desviando para o fundo do próprio gol, 2 a 0 Racing. E já era uma outra partida. Um Racing dominante pintava e bordava como queria.

Academia não tirava o pé do acelerador e encurralava o rival perto do gol de Migliore. Outra vez um cruzamento de Centurión, desta vez vindo do lado direito, encontrou Javier Cámpora dentro da área, dominou com extrema facilidade depois da falha do defensor e tocou na saída do goleiro. Aos 18 minutos, Racing 3 a 0. Para completar a péssima noite, além do gol contra, Gentilleti foi expulso aos 19 minutos e também Masuero aos 23, deixando o San Lorenzo com nove homens e completamente exposto.

Aos 32 minutos, Vietto escapa livre pelo lado esquerdo, invade a área e chuta no canto oposto. Prósperi tenta cortar a trajetória da bola antes dela chegar ao gol, mas acaba desviando para o fundo das redes e anotando o segundo gol contra do jogo, Racing 4 a 0. E neste ponto vale a pena destacar esse jovem talento que a Academia descobriu: Vietto. Rápido, habilidoso e com faro de atacante, infernizou o tempo todo a defesa do Ciclón. Obviamente teve sua função facilitada no segundo tempo depois das duas expulsões dos rivais, mas também jogou muito bem durante toda a primeira parte quando os times ainda jogavam onze contra onze. Méritos para Zubeldía que foi quem descobriu e apostou no garoto.

Final de jogo e uma importantíssima vitória que deixa o Racing ilusionado na segunda colocação. Sua torcida até se permitiu em um determinado momento do segundo tempo, cantar algo que há tempo não se escutava pelo Cilindro: “Hace mucho tiempo que la vuelta yo quiero dar, vamos Academia este año no me podes fallar”, algo do tipo este ano não pode falhar. Esse é um time que encheu seu torcedor de esperança. Fez uma final de Copa Argetina contra o Boca e até aqui venceu os três clássicos que disputou no campeonato (2 a 0 no Independiente, 1 a 0 no River Plate e 4 a 0 no San Lorenzo).

Para a grande torcida do San Lorenzo, futuro complicado. Caruso Lombardi saiu sem falar com a imprensa e está sem apoio algum no clube. Nas próximas partidas receberá o Arsenal e depois viajará até Mendoza para jogar contra o Godoy Cruz. Será que já de técnico novo?

 

EM RAFAELA:

Na tarde deste sábado se encontraram Atlético Rafaela e Argentinos Jrs. Num jogo movimentado e com muitos gols, os donos da casa conseguiram se impor por 5 a 3. César Carignano do Atlético foi o destaque da partida anotando três dos cinco gols na vitória do seu time.

 

Leonardo Ferro

Jornalista e fotógrafo paulistano vivendo em Buenos Aires desde 2010. Correspondente para o Futebol Portenho e editor do El Aliento na Argentina.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

dezenove − treze =

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.