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B Nacional: Rosário Central bate no Ferro Oeste e divide vice-liderança com River

Atuando excepcionalmente no estádio Diego Armando Maradona, o Ferro Carril recebeu o Rosário Central e perdeu por 2×0 em uma verdadeira jornada da eficiência canalla. Desde o princípio da partida, o Central tentou fazer de La Paternal o verdadeiro Gigante de Arroyito. Desta forma, partiu para cima do Ferro e procurou a vitória durante os 90 minutos. Não apresentou um belo futebol, mas apresentou a devida e necessária eficiência para vencer. Com o triunfo, o Canalla encosta no River e ambos ficam na segunda colocação da B Nacional. O que põe em risco a já conturbada estabilidade millonaria e tranquiliza um pouco mais os ânimos em Arroyo Seco. Independente de ter jogado bem ou mau, esta foi mais uma vitória de quem tem personalidade ganhadora. O que aproxima o tradicional clube de Rosário do futebol de elite da Argentina.

O duelo em si

Como sempre, hinchada do Central foi em massa à Buenos Aires

Disposto a fazer do estádio Diego Armando Maradona o próprio Gigante de Arroyito, o Central partiu para cima do Ferro Oeste disposto a vencer um confronto que foi difícil até para o River. Até os 15 minutos, o Canalla chegou duas vezes; na jogada principal Castillejos acertou a trave do porteiro do Ferro. O sinal era claro: levar a vitória para Rosário.

Importante para a história dos dois clubes, o velho Griguol foi calorosamente saudado pelas duas torcidas

Tentando entender o jogo, o elenco do Ferro procurou segurar a pelota na meia cancha e estudar uma maneira eficiente de bloquear as tentativas de ataque do Canalla. Uma forma encontrada foi a de pressionar as subidas de Zarif e Ferrari, o que foi feito com parcial eficiência. Disto resultou que Gómez ganhou mais liberdade no centro para articular o jogo com Medina e Castillejos mais adiantados. A pressão do Central continuou, mas bem menos intensa e muito mais previsível para o bloqueio da defensiva verdolaga.

Somente aos 35 foi que o Ferro conseguiu chegar bem à meta de García. Ocasião em que o guarda-metas canalla apareceu com destaque no cotejo. Apesar disso, duas conclusões: as duas equipes não atuaram bem na primeira etapa e, além disso, a equipe dirigida por Pizzi manifestou um ligeiro domínio sobre o rival.

Na etapa complementar o conjunto de Caballito voltou melhor, mas o Ferro se complicava quando precisava atacar. Ao contrário do que acontecia com o Central. Aos dois minutos, um arremate de Gómez passou perto da meta de De Giorgi.

Aos 16 minutos, Pizzi coloca Biglieri e Toledo nos lugares de Zarif e Medina. A alteração surtiu efeito e dois minutos depois, Toledo foi o nome do gol para a equipe de Rosário. O gol tranquilizou o elenco canalla e passou o nervosismo para o conjunto de Caballito.
O Ferro chegava mais por desespero que por alguma organização. Já o jogo do visitante ganhava cada vez mais corpo, estabilidade e eficiência.

Aos 25 Castillejos quase ampliou. A resposta verdolaga veio ao 37 minutos com uma cabeceada forte de Schunke que passou raspando a trave de García. Porém, o domínio racional do embate era todo do Central. Aos 44 minutos, Biglieri chegou às redes de De Giorgi. Gol que matou o cotejo e fechou o placar da importantíssima vitória canalla. Com o resultado, o time comandado pelo eficiente Juan Antonio Pizzi chega à segunda colocação da B Nacional. Além disso, coloca pressão no River, com quem divide o posto e as expectativas de acesso direto.

Formações
Ferro: Carlos De Giorgi; Facundo Oreja, Marcelo Berza, Jonathan Schunke, Marcos Sánchez (Casanova); Matías Zaninovic (Buján), Matías Carabajal, Sebastián Navarro (Salmerón), Marcos Acuña; Claudio Aquino; e Osvaldo Miranda. Técnico: Carlos Trullet.
Rosario Central: Manuel García; Paulo Ferrari, Nahuel Valentini, Matías Lequi, Gerardo Pérez; Omar Zarif (Biglieri), Andrés Alderete, Jesús Méndez (Peppino), Ricardo Gómez; Antonio Medina (Toledo) e Gonzalo Castillejos. Técnico: Juan Antonio Pizzi.

Outros resultados do dia na B NAcional

Almirante Brown 2×1 Defensa y Justicia

Em Isidro Casanova, o Almirante Brown frustrou a tentativa do Defensa de subir na tabela da B e almejar uma vaga na “promoción” com a elite argentina. Depois de uma primeira etapa de estudos, o Fragata conseguiu chegar à vitória com um gol de Federico León, aos 20 minutos, e com outro de Gastón Giménez, no quarto minuto do acréscimo do segundo tempo.

Ambas as equipes vinham de longa queda de rendimento na competição. O Defensa aos poucos se recuperava, mas com o resultado fica bastante longe de conseguir uma das duas vagas que leva à “promocíon”. Com um ponto a menos que o rival, o Fragata tem a seu favor o positivo golpe anímico que significou a vitória sobre um dos mais organizados times da B Nacional.

Boca Unidos 2×1 Gimnasia La Plata

Em Corrientes, o Boca Unidos venceu o Gimnasia em uma partida de seis pontos. O triunfo colocou os correntinos na briga pelo acesso e, momentaneamente, tira o Lobo da briga. A partida começava a ficar duríssima para o conjunto local até que apareceu César González para marcar um golaço de falta e tranquilizar a equipe de Corrientes. Aos seis minutos do segundo tempo, Patrício Pérez ampliou para os locais e frustrou a então tímida proposta do Lobo de chegar à igualdade.

A partir disso, o que se viu foi um visitante tentando dominar o rival e descontar o marcador. O que aconteceu aos 35 minutos. Mas a reação dos triperos parou por aí. Com o resultado, o conjunto correntino chega a 49 pontos e fica somente a seis do Quilmes, que hoje ficaria com a última vaga da “promoción” com a primeira divisão.

Guillermo Brown 3×0 Atlanta

Em Puerto Madryn, o Guillermo Brown fez três gols no segundo tempo e colocou uma meia pá de cal no sonho do Atlanta de permanecer na B Nacional. Além disso, a equipe local somou pontos importantíssimos para melhorar os seus baixos promédios.

Hoje o Brown disputaria a “promo” com uma equipe do Argentino A, o que já é bem melhor do que o quadro anterior, pelo qual os patagônios cairiam diretamente à terceira divisão do interior argentino. Além do Atlanta, outros rivais diretos do Brown são Huracán, Independiente Rivadávia, Desamparados e Chacarita. Em relação a todos eles, o conjunto de Puerto Madryn parece ter a vantagem do fator-casa.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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