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Onde escalar Gio Moreno?

A posição de Gio em campo, a mesma dúvida de sempre

Desde Buenos Aires – Não há como negar que o toque de classe refinado e as jogadas de luxo no meio de campo do Racing, em muitas ocasiões são fruto de um mesmo jogador: Gio Moreno. O talentoso camisa 10 se enquandra em uma rara característica: é fundamental neste time, porém ninguém sabe exatamente onde colocá-lo para que se sinta mais cômodo e possa render mais.

Nenhum dos treinadores que passaram pela Academia até agora e tiveram Moreno como seu camisa 10 (Miguel Ángel Russo, Diego Simeone, Alfio Basile) conseguiram encontrar a zona do campo onde Gio se sinta mais à vontade. Naturalmente o jogador deve estar na parte de criação, muito pela sua qualidade individual, mas não pode estar tão longe da área porque arremata bem de longe. O problema é que  o colombiano volta muito para buscar a bola e às vezes, se permite alguns dribles em zonas arricadas, o que acaba irritando técnicos e torcida.

Agora chegou a vez de Zubeldía tentar solucionar a fórmula de Moreno na equipe. “Necessito esperar um pouco para saber onde joga, acho que é um atacante a definir-se” disse o treinador. De certo até agora é que neste Racing, Gio atua como um ponta direita avançado com liberdade para dar-se o luxo a firulas que quiser lá na frente, mas proibido de descer tanto para buscar jogo. Seu limite de regresso em campo é até a posição de Pelletieri e se chegar até aí, já vai escutar uma sonora bronca do treinador.

Suas melhores atuações foram no período de Russo, pouco antes de romper os ligamentos do joelho depois de uma entrada de Hugo Barrientos do All Boys. Ficou seis meses parado e quando retornou demorou para adaptar-se ao esquema tático. Com Simeone, não viveu bom momento, mas era difícil encontrar quem naquele time jogava alguma coisa. Estavam muito preocupados em defender e custava perceber a movimentação dos homens de frente. Já com Basile, também sofreu uma pequena lesão e ficou de fora das únicas duas vitórias do Racing neste período, o que levou Coco a pensar em sacá-lo do time e utilizar Téo como enganche.

Com Zubeldía a chance e esperança se renovam. Qualidade e o talento ele já tem.

Leonardo Ferro

Jornalista e fotógrafo paulistano vivendo em Buenos Aires desde 2010. Correspondente para o Futebol Portenho e editor do El Aliento na Argentina.

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