Arquivo

B Nacional: Rosário Central dorme em Isidro Casanova e perde do Almirante Brown. River Plate agradece

Em Isidro Casanova, o Almirante Brown recebeu o Rosário Central para um cotejo importantíssimo a todos os quatro clubes que lutam diretamente pelo título e acesso direto. Só que não recebeu um visitante disposto a jogar. Disposição tinha o Central só para dormir. Foi assim que levou o primeiro gol, logo aos nove minutos de jogo. Foi assim que levou o segundo, logo aos nove do segundo. E o sono continuava, embora a cama onde ele ocorria havia deixado de ser na defesa e passara para o ataque. O time criava e errava o último passe; criava e errava o arremate definitivo. Foi assim até que o árbitro Alejandro Castro ficou com dó. Inventou um pênalti no fim do cotejo, que Castillejos guardou. Um 2 a 1 para o Almirante Brown que foi justo. Resultado que distancia o Canalla do River Plate e o faz perder o quarto posto para o Quilmes, pois que o Cervecero já goleia o Aldosivi, com apenas 25 minutos de partida.

O jogo em si

A partida começou com muita movimentação das duas equipes, só que o Almirante Brown estava mais atento na cancha. Talvez devido ao fato de que não havia público canalla nas arquibancadas do Fragata Sarmiento. Talvez pelo fato de que os torcedores locais lotaram o espaço que lhe foi reservado no estádio.

No duelo da impetuosidade do Fragata contra o sono do Central, o Almirante Brown chegou ao gol logo aos nove minutos. Após boa linha-de-passe, a pelota passou por Cisterna, Garcia e finalmente Ceballos, que a colocou no arco de García. 1×0 Fragata.

Então, o sono diminuiu e os canallas conseguiram igualar as ações. Ganharam o meio-de-campo e criaram jogadas no ataque. Mas, o sono não havia passado de todo. Aos 17, após grande falha de Leque na marcação, Ceballos tocou de letra para o arco de García. A pelota passou fraca na frente do porteiro canalla.

As jogadas do visitante começaram a surgir. Aos 25, houve uma boa articulação entre Méndez e Carrizo, que ficou com a pelota e arrematou no canto baixo, direito do arqueiro Monasterio, que fez a defesa. O volume de jogo do Central já incomodava a defesa do Fragata. Aos 41, Méndez fez um levantamento para a área, quase do meio-de-campo, e a pelota por pouco não enganou o arqueiro Monasterio. Mas o resultado do primeiro tempo ficou mesmo no 1×0 para o conjunto local.

No início da etapa complementar, o conjunto de Rosário pareceu disposto a descontar o placar a qualquer custo. Ao menos na disposição para o ataque conseguiu. Pressionou o conjunto local e de fato parecia outra equipe em relação ao elenco que esteve em campo na primeira etapa. Apenas pareceu. Na defesa o sono continuava profundo e no ataque imperava a ideia de que o gol de empate haveria de sair de qualquer maneira. Perdeu feio essa aposta, pois ao se descuidar da meia cancha e da defesa, levou um belo contra-ataque aos nove minutos. Mauro Marrone foi o nome de quem tocou na pelota por último e decretou o segundo tento do Fragata; 2×0 Almirante Brown.

Na tentativa de empatar, aos 15, Castillejos recebeu de Méndez e perdeu uma grande chance de chegar ao desconto. Essa foi só mais uma das boas chances criadas pelo Canalla, a partir de então. Porém, isso se deveu mais por um recuo consciente do Almirante Browm do que por um jogo organizado do Central. A equipe rosarina desfilava um tipo de futebol muito distante daquele que tem encantado seus torcedores.

Certo era que criava situações. Foi assim até o final, quando aos 40, Biglieri arrematou por cobertura e obrigou Monasterio a desviar para córner. Aos 45, teve um pênalti, inventado pelo árbitro Alejandro Castro, que Castillejos guardou. Mas o fato é que o Canalla foi um time sem organização futebolística. Errava no tempo de bola, perdia as disputas no meio e, quando tinha de arrematar para o arco, ou pecava no arremate ou se precipitava e consagrava o porteiro Monastério. Com o resultado, o Central ficou a cinco pontos do River Plate e ainda perderia o quarto posto, já que o Quilmes goleava o Aldosivi com 20 minutos de jogo. Na próxima rodada o Almirante Brown será visitante na cancha do Patronato, enquanto o Central será anfitrião para o Independiente Rivadávia, em Rosário.

Formações

Almirante Brown: César Monasterio; Federico León, Hernán Ortiz, Jesús Nievas, Ezequiel Garré; Mauro Marrone, Iván Centurión, Daniel Olmedo, Diego Cisterna (Gastón Giménez); José Luis García (Ricardo Chavarri) e Diego Ceballos (Cristián Gutiérrez). Técnico: Blas Giunta.

Rosario Central: Manuel García; Paulo Ferrari, Franco Peppino, Matías Lequi, Germán Rivarola (Santiago Biglieri); Julio Mozzo; Federico Carrizo (Rodrigo Salinas), Jesús Méndez, Ricardo Gómez; Antonio Medina (Leonardo Monje) e Gonzalo Castillejos. Técnico: Juan Antonio Pizzi.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

16 + treze =

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.