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B Nacional: visão e resultados de todos os jogos

Afora o resultado de Gimnasia com River, Rosário Central com Boca Unidos e do embate de hoje entre Desamparados e Instituto, a B Nacional apresentou mais sete jogos na rodada. No geral, foram quatro empates e três partidas com vitórias. A principal delas foi a do Aldosivi sobre o Independiente Rivadávia, em Mar del Plata. A decepção ficou por conta do Quilmes, que não se apresentou bem em Parque Patrícios e apenas empatou em um gol com o Huracán. Vejamos todos os sete jogos.

Huracán 1×1 Quilmes

O Quilmes perdeu uma chance de ouro de se colocar ombro a ombro com o River Plate. Em sua visita a Parque Patrícios, o “Cervecero” vencia por 1×0 até os 34 minutos da segunda etapa, quando levou o empate. Um péssimo resultada para o Quilmes, se considerarmos que o Globo luta apenas para se manter na B Nacional. No entanto, convém recordar que o resultado foi justo para o desempenho das duas equipes no Ducó.

O primeiro tempo apresentou um ligeiro predomínio do Globo. O visitante não se encontrava em campo. Estava tenso e errava mais passes que de costume. Marcava mal a saída de jogo do Globo e não oferecia o devido combate na meia cancha. Efeito disso foi que o conjunto local esteve bem mais próximo de abrir o marcador do que um dos principais candidatos ao acesso.

A segunda etapa desenhava o mesmo panorama da primeira. Foi então que apareceu Cauteruccio para vencer o porteiro Calviño e fazer 1×0 para o Cervecero. Meio gol para Giménez, que fez excelente jogada e tocou para o uruguaio marcar. A bem da verdade, foi a partir daí que a equipe comandada por Caruso Lombardi conseguiu ser melhor que o Huracán por alguns minutos. Só que a defesa do Quilmes não esteve em boa jornada. Aos 34, ela contribuiu muito para o empate do Globo. Marcou mal na frente da área e Quintana assistiu a Villegas, que empatou. Gol que fez justiça ao desempenho de ambos os times.

O jogo foi tenso e o árbitro Pablo Díaz distribuiu oito cartões amarelos, quatro para cada equipe. Mas também nisto o Quilmes esteve pior que seu rival. Por estar disputando o acesso, a equipe não pode fazer de um jogo contra o Huracán o grande drama que fez. Os jogadores estavam visivelmente nervosos e sequer praticavam a insistente orientação de seu treinador para que não recuassem e dessem tanto campo ao Huracán. E foi justamente por esse recuo, que não contribuiu para a melhor marcação, diga-se, que a equipe levou o gol de empate. No fim, ainda sobrou para o árbitro.

O técnico Caruso Lombardi fez críticas à atuação de Pablo Díaz, embora tenha ponderado que ele não foi tão decisivo para o empate. A postura revela a ausência de uma necessária autocrítica. Afinal, o bom conjunto cervecero vem de quatro empates consecutivos; cenário nada indicado para quem pretende retornar à elite do futebol argentino.

Ferro Carril Oeste 0x0 Deportivo Merlo

A última grande performance do Ferro Carril foi cinco rodadas atrás, quando bateu por 1×0 no Boca Unidos, em Caballito. De lá para cá, o Verdolaga perdeu uma partida e empatou três. Prova de que a defesa continua bem é que tomou apenas dois gols; prova de que o ataque continua uma lástima é que fez apenas um. Então, pouco a pouco a equipe se afasta de sua pretensão de acesso. É apenas o nono colocado com 36 pontos e não oferece sinais de que possa modificar esse cenário. Na partida deste domingo não saiu do zero contra o “ajeitadinho” Deportivo Merlo.

Por um lado o 4-4-2 do Ferro, por outro, o 4-4-1-1 do Merlo. Ou seja, fica pouco para dizer sobre o duelo. O Merlo tentou se plantar atrás, chamar o rival para seu campo e explorar os contragolpes. Só que se esqueceu de combinar com o Ferro Carril, que tampouco gosta de praticar o jogo ofensivo. Verdade é que Capogrosso salvou o Merlo em duas oportunidades de gol do rival. Porém, nem um nem outro mereceu a vitória.

É visível que a equipe de Caballito ainda se ressente da ida de Buffarini para o San Lorenzo. A equipe perdeu a óbvia criatividade que possuía no meio-de-campo. É muita marcação no meio e pouca criação. Quando chega finalmente na área do rival, ainda tem de se deparar com outro defeito do elenco, a definição. O que denuncia a falta de qualidade pelo setor. Na próxima rodada, o “Verdolaga” vai se deparar com o River, no Monumental. Se conseguir ao menos um empate poderá ganhar um importante golpe anímico para o restante da competição. Caso não consiga esse ponto, pode despencar pela tabela da acirrada competição.

Aldosivi 2×0 Independiente Rivadávia

Já se conta nove rodadas que o Independiente Rivadávia não vence como visitante; seis que não ganha sequer nos seus domínios, em Mendoza. Por outro lado, o Aldosivi já conta cinco partida sem perder. São quatro vitória e um empate. Não fosse a derrota para o líder Instituto na 21ª rodada e a equipe de Mar del Plata abrilhantaria ainda mais esses números, já que a penúltima derrota havia sido na 14ª rodada e para o Central, em Rosário. Sólida em todos os setores, a equipe estaria disputando o acesso, caso não tivesse empatado por 10 vezes na competição. Ainda assim, o “Tiburón”, que bateu no River em pleno Monumental, pouco a pouco vai se acercando dos principais postulantes ao aceso. Na rodada, fez bonito ao vencer o Rivadávia por 2×0.

Curiosamente foi o visitante quem esteve melhor na primeira etapa. Criou duas boas chances de gol e por muito pouco não complicou a vida do “Tiburón”. Porém, aos 34 minutos, Walter Zunino salvou a equipe ao fazer o primeiro gol da vitória.

O gol e o intervalo foram positivos para o Aldosivi, que se encontrou dentro de campo e praticou o seu futebol eficiente e calculado. E o conjunto mendocino foi mais uma vítima do estilo de jogo do Defensa. Aos 34, Mauricio Carrazco ampliou, após uma grande lambança da zaga visitante. Um resultado justo para quem teve competência para chegar ao gol nos momentos certos do cotejo. Agora o Aldosivi soma 40 pontos e é o quinto colocado pelos critérios de desempate.

Defensa y Justicia 0x0 Atlanta

Em Florencio Varela, o Defensa recebeu um Atlanta que vinha de sete partidas sem uma vitória, e com campanha para rebaixamento direto. A lógica, a priori, era considerar o triunfo do Denfe como previsível. Não foi o que aconteceu. Em parte porque o Atlanta apresentou uma proposta simples e clara: colocar os 11 jogadores atrás da linha da bola durante os 90 minutos. Sem time para fazer frente ao Halcón, o jeito era arrancar um pontinho do jogo e somar alguma coisa nos promédios. Em parte porque o Defensa atuou sem sua principal figura no meio-de-campo, o então insubstituível Rearte.

A equipe acusou a falta de Rearte, pois Facundo Sánchez não foi eficiente na distribuição das jogadas para o ataque. O fato obrigou os atacantes a buscarem a pelota na meia cancha. Com isso, ocupavam o mesmo setor em que Sánchez se desmanchava para atenuar a ausência de Rearte. Ficava um excesso de homens no meio e ninguém no ataque para concluir. A defesa do Atlanta agradecia, pois como a trama do rival não saía do meio-de-campo permitia a fácil composição defensiva do “Bohemio”, que não precisava se desgastar muito para marcar.

À medida que o tempo passava, o elenco de Villa Crespo se acomodava em sua postura e parecia inteiro. Já o do Defensa parecia destituído de condição física e anímica para buscar a vitória. No fim das contas, sem muitas chances de gol ao longo dos 90 minutos, o embate terminou mesmo no zero. Resultado ruim para o conjunto de Florencio Varela e, fora do contexto do jogo, tampouco positivo para o Atlanta, que segue como o principal candidato ao rebaixamento direto.

Atlético Tucumán 1×0 Almirante Brown

Em Tucumán, a irregular equipe local bateu no Almirante Brown por 1×0 com um gol de Daniel Salvatierra aos 26 minutos da primeira etapa. Embora a equipe tenha caído de produção na segunda etapa, foi muito bem na primeira e mereceu o triunfo.

Certo é que o Tucumán nunca mais foi o mesmo desde a contusão de “La Pulguita” Rodríguez no final do ano passado. Porém, Diego Barrado conseguiu pela primeira vez ocupar, de fato, o lugar de Rodríguez no meio-de-campo do Decano. Foi o dono do jogo e, juntamente com o time, ganhou a confiança necessária para superar o parco rendimento dos tucumanos na etapa decisiva da B Nacional.

Já o Fragata é outro que passou de equipe regularíssima para outra com um desempenho que deixa a desejar. Até aqui, é uma das principais vítimas da segunda etapa da B Nacional, que costuma derrubar muitos pretendentes ao acesso.

Patronato 1×0 Guillermo Brown

Se o Patronato já não aspira ao acesso, ao menos pode se aliviar um pouco de seus promédios. O que é pouco, se considerarmos o futebol praticado pela equipe de Paraná na maior parte da competição. Válido dizer que as tempestades que se abateram sobre Paraná não ajudaram em nada a equipe local a obter uma vitória com um maior número de gols. O que facilitou o trabalho defensivo do Brown Madryn, por um lado, e dificultou sua reação, por outro. De concreto, porém foi que aos 43 minutos do primeiro tempo, o goleador Matías Quiroga foi para as redes. Gol que decretou o importante triunfo do Patronato.

Chacarita Juniors 1×1 Gimnasia y Esgrima de Jujuy

Atuando como local na cancha do Defensa, em Florencio Varela, o Chacarita apenas empatou com o Lobo jujeño por um gol. Em jogo que foi uma “final” da parte de baixo da tabela dos promédios, o resultado foi o reflexo do que são atualmente as duas equipes. Um jogo fraco e com um ligeiro predomínio dos visitantes durante os 90 minutos.

O Lobo abriu o placar aos 36 da primeira etapa com Leonardo Ferreyra. O Chaca empatou aos 33 da etapa complementar com Jorge Piris. Resultado péssimo para ambas as equipes, porém, pior para o “Funebrero”. A equipe de San Martín está na zona da “promoción” e não dá sinais de uma possível recuperação em curto prazo. Na próxima rodada, fará outra final, em Puerto Madryn, contra o Guillermo Brown.

A rodada da B se completa nesta segunda à noite em San Juan. Em palco, o líder da competição, o Instituto, contra o anfitrião, Sportivo Desamparados.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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