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Debaixo de temporal, Colón goleia o Independiente

Chuva e derrota, domingo para ser esquecido

Desde Buenos Aires – A chuva que castigou quase toda a República Argentina neste domingo, também atingiu a Província de Santa Fé, onde se encontraram Colón e Independiente. Antes da partida começar, atos para relembrar o golpe militar no país que neste último sábado completou 36 anos. As duas equipes fizeram um minuto de silêncio, respeitado por todos os presentes no moderno Cemitério dos Elefantes.

Num primeiro tempo dominado pelo clube de Avellaneda, a síntese se deu da mesma forma que a história política conturbada da Argentina no período de 1976 a 1983, tempo que a junta militar esteve no comando: injustiça. Por quê? O Rojo foi melhor criou mais, mas foi para o intervalo com 1 a 0 em desvantagem. Simples assim. Foi um gol que mudou completamente a sequencia da partida, já que o Independiente não conseguiu mais se recuperar do golpe.

Criou inúmeras oportunidades e Pato Rodriguez foi o melhor em campo na primeira parte, inclusive brindou a todos com uma jogada quase perfeita, um arranque desde o meio de campo, drible em dois defensores, mas o goleiro do Colón salvou o que seria o primeiro gol do jogo.

Enquanto o Independiente avançava e parecia estar cada vez mais perto de encontrar seu gol, tudo não passou de mera ilusão. Os donos da casa conseguiram marcar com Chevantón, dominou um cruzamento dentro da área e fuzilou a cinco minutos do intervalo. A derrota parcial diminuiu os ânimos dos visitantes que preferiram esperar o final do primeiro tempo tocando a bola e voltar com tudo na etapa final.

Voltar com tudo? Outra vez, ledo engano. Com a volta para os últimos 45 minutos, junto com as equipes veio uma tempestade. Ainda que já tivesse chovendo, e muito, desde o primeiro tempo, o volume de água que caía no começo do segundo tempo impressionava.

Aos 10 minutos, o Colón marcou o seu segundo com um chute de Iván Moreno que desviou na zaga do Rojo e tirou o goleiro do lance, 2 a 0. E cinco minutos mais tarde já não era mais uma simples chuva, era uma chuva de gols. Mugni fez o terceiro tocando rasteiro no canto depois de uma falha individual de Velázquez que perdeu a bola bisonhamente para Chevantón.

O placar já era muito para o castigado Independiente que fez um bom primeiro tempo, mas agora era mero espectador do que produzia o Colón. A única coisa interessante que o Rojo fez no segundo tempo, foi uma cobrança de falta bem ensaiada que passou raspando a trave.

Com o baile que vinha tomando, a chuva que caia sem parar, o domingo era para ser esquecido por parte da torcida do Rojo. Pellerano, que havia acabado de entrar, pareceu ter se rebelado contra tudo isso e numa falta feia, um carrinho por trás, recebeu o vermelho direto. Foi para o vestiário mais cedo, como deveria ser o desejo de todo o time do Independiente desde o terceiro gol sofrido aos 15 do segundo tempo.

No resumo, boa vitória para o Colón que há três partidas não sabia o que era vencer. Pelo lado do Rojo, Díaz conhece sua primeira derrota no Clausura 2012 e agora terá a semana para trabalhar a equipe visando o próximo confronto contra o Rafaela em Avellaneda.

httpv://youtu.be/zbGVX_yRtOs

Leonardo Ferro

Jornalista e fotógrafo paulistano vivendo em Buenos Aires desde 2010. Correspondente para o Futebol Portenho e editor do El Aliento na Argentina.

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