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B Nacional: Instituto vence Aldosivi e divide liderança com River

Encina comemora com Gagliardi o primeiro gol do triunfo de "La Glória"

No fechamento da rodada da B Nacional, o Instituto recebeu o Aldosivi em Alta Córdoba e venceu por 3×1. Foi Resultado um pouco enganoso, mas não pelo futebol de “La Glória”, que pareceu voltar aos bons dias, mas pela postura do visitante, que em toda a partida buscou levar a melhor. Prevaleceu o meio-de-campo habilidoso do Instituto e a tranquilidade de seu treinador, que só faltou entrar em campo para pedir calma a seu elenco. Após abrir 2×0, tudo parecia caminhar para uma fácil vitória do Instituto. Mas então apareceu o treinador visitante que alterou a equipe, modificou a formação para um 4-3-3 e foi para o ataque como se estivesse atuando em Mar del Plata. Mas para a sorte do Instituto, Paulo Dybala estava em noite iluminada em Alta Córdoba tão tão encharcada pelas chuvas que cobrem a cidade. Graças a esse diferencial, “La Glória” soube vencer. Vitória que significa o retorno da equipe à ponta da tabela, juntamente com o River Plate. Um pouco antes, em Villa crespo, o Atlanta não mostrou reação diante do Atlético Tucumán, que atuou por toda a segunda etapa com um homem a menos. O empate de 1×1 foi péssimo para ambas as equipes; pior para o Atlanta, que já arruma as malas para retornar à Primeira B Metropolitana, lugar que lhe parece mais próprio e aconchegante.

Instituto 3×1 Aldosivi

Para afastar a possível instabilidade que se apossava do clube, o Instituto tratou logo de abrir o placar. Na primeira vez que chegou, logo aos dois minutos, fez o gol com Gagliardi. Em típica jogada de pressão, a defesa rival saiu mal e entregou a pelota para Encina. Este mandou para Lagos no flanco esquerdo, que cruzou para Dybala cabecear forte; no rebolte do arqueiro Campodónico, Gagliardi apareceu para tocar para as redes.

Mas o abafa local foi prontamente relativizado por duas razões: pela postura do Instituto de trabalhar pouco a bola na meia cancha e pela atitude do Aldosivi de tentar descontar o gol que havia sofrido. Aos 17, teve grande chance com Piñero, que após saída errada de Barsottini e a assistência de Aguirre, arrematou forte e à direita do arco de Chiarini.

Então, Darío Franco ordenou que a equipe tramasse jogadas com mais tranquilidade. Apareceu a triangulação que facilitava os passes e a retomada de bola ainda no campo de defesa do visitante. Contudo, o cotejo seguia perigoso para “La Glória”, pois o Aldosivi conseguia encaixar bem o contra-ataque e sinalizava que poderia empatar a qualquer momento. Aos 38, Lagos levou pela esquerda e, enquanto Dybala abria pelo outro flanco, Fileppi recebeu a pelota, mas arrematou mal e perdeu chance clara de ampliar. Porém, mesmo com o meio-de-campo local conseguindo articular as jogadas, Encina parecia ser a peça destoante no sistema de “La Glória”. Perdia bolas, errava passes e se apresentava atrasado quando a trama do meio para o ataque pedia a sua presença.

Na segunda etapa, O Instituto voltou melhor e seu jogo saiu mais fácil da cabeça de seu treinador para os pés de seus atletas. Outro responsável pela melhora de “La Glória” foi justamente Encina, que voltou outro jogador na segunda etapa. Seu trabalho com Lagos e Dybala pareceu excessivo para o Aldosivi. Aos oito, após toque-toque de cabeça dentro da área, Lagos foi o nome do segundo gol de “La Glória”.

O gol ocorreu logo após o treinador Darío Franco sair do banco para pedir calma para os seus jogadores. Porém, o visitante era perigoso e chegava rápido ao arco de Chiarini. Aos 11, a pelota sobrou para Piñero da Silva que arrematou fraco e o arqueiro defendeu. Três minutos depois, Matías Gigli se aproveitou de falha do porteiro local e descontou para o Tiburón. A falha do arqueiro foi compensada pouco minutos depois com uma grande defesa em chute de Gigli.

O Aldosivi melhorou porque teve atitude ofensiva e invejável preparo físico; tomou conta do duelo por longos minutos e por muito pouco não chegou à igualdade. A tensão tomou conta do embate, pois o que parecia uma vitória fácil de “La Glória, após à marcação de seu segundo gol, virou um pesadelo com a bela performance do Aldosivi. No campo, a formação dos últimos minutos com um 4-3-3 deixava claro sua vontade de empatar. Tudo poderia acontecer, já que ambas as equipes buscavam o gol. Depois de perder várias oportunidades, o conjunto local matou o jogo aos 46 minutos. Após cruzamento para a área, Dybala, o melhor da partida, raspou para Fernández guardar. Um grande resultado para “La Glória”, que volta a dividir a ponta com o River Plate. Na próxima rodada, vai a Tucumán se deparar com o Atlético. Já o Aldosivi será local para o Gimnasia y Esgrima de Jujuy.

Formações

Instituto: Julio Chiarini; Raúl Damiani, Osvaldo Barsottini e Juan Sills; Gagliardi (Cristian Gaitán, Ezequiel Videla, Claudio Fileppi (López Macri) e Franco Canever; Encina, Paulo Dybala, e Diego Lagos (Miguel Fernández). Técnico: Darío Franco.
Aldosivi: Pablo Campodónico; Nahuel Roselli, Iván Furios, Darío Cajaravilla e Walter Zunino; Marcelo Veja (Mauricio Carrasco), Jonathan Galván (Enrique Seccafien), Jonathan Blanco e Enrique Seccafién; Matías Gigli e Jorge Piñero Da Silva. Técnico: Fernando Quiroz.

Atlanta 1×1 Atlético Tucumán

Disputa acirrada dos jogadores dá o tom do que foi a partida em Villa Crespo

Na simpática cancha de Villa Crespo, o Atlanta recebeu o Atlético Tucumán e ficou no 1×1, em partida que o Bohemio precisou superar o rival, todos os seus problemas e o próprio contexto do jogo para vencer. A tarefa pareceu excessiva e o conjunto de Villa Crespo não conseguiu esse objetivo.

O Tucumán saiu na frente logo aos sete minutos com um gol de Palacios. O empate ocorreu três minutos depois, com Soriano. A partir daí, o Atlanta foi sempre mais contundente que seu rival. Procurou a vitória e encontrava no visitante apenas um time que se defendia e buscava os contragolpes para fazer a diferença.

Na segunda etapa, o Tucumán ficou com um homem a menos logo aos seis minutos, após expulsão de Mármol. Isso facilitou a pressão do Atlanta. Enquanto o Tucumán tentava se resguardar no cmapo de defesa, o Bohemio buscava a marcação do gol da vitória.

Mas o Atlanta é um time com problemas. Muitos jogadores estão no departamento médico; outros foram para lá nesta mesma partida; enquanto alguns outros parecem sentir o momento do clube demonstram pouca personalidade para defender a equipe na B Nacional. Junta-se a isso a insegurança da maioria dos jogadores de assumir a responsabilidade pela definição das jogadas. Por isso, por mais que o conjunto local tentasse, não conseguiu obter os três pontos diante de um rival que parece ter se perdido completamente após a contusão de seu melhor jogador: “La Pulguita” Rodríguez. Com o resultado, o Tucumán não sai do meio da tabela, enquanto o Bohemio se afunda cada vez mais e já arruma as malas para retornar à B Metro, de onde parecia pouco preparado para sair.

Formações
Atlanta: Fernando Pellegrino; Matías Quiles (Guzmán/ Bielkiewicz), Carlos Arancibia, Guido Milán, Juan Segovia; Lucas Mancinelli; Maximiliano Pogonza (Galeano), Fernando Lorefice, Nicolás Pasquini; Nicolás Ramírez e Abel Soriano. Técnico: Jorge Ghiso.
Atlético Tucumán: Lucas Ischuk; Carlos Fondacaro, Mosset, Líder Mármol, Edgardo Galíndez; Diego Barrado, Milton Zárate (César Montiglio), Silvio Iuvalé, Sebastián Longo; Daniel Salvatierra (Rodrigo Herrera) e Cristian Palacios (Jairo Castillo). Técnico: Juan Manuel Llop.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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