Arquivo

Líder da 12 é proibido de ir aos estádios

Em mais um episódio da rivalidade entre as duas facções dos barra-bravas xeneizes, o chefe atual da 12, Mauro Martín, foi proibido pela justiça de ir aos campos de futebol. Seu rival de morte, Rafael di Zeo, seria julgado ainda hoje, podendo sofrer a mesma sanção. Por outro lado, o comitê de segurança da AFA tenta impedir que os aliados dos chefes possam ir à cancha do Vélez na próxima partida.

Segundo o despacho do fiscal Walter Lopez, Martín “deverá abster-se de frequentar qualquer espetáculo de futebol em todo o território argentino enquanto durar o processo”. A proibição é mais severa no caso de partidas do Boca Juniors, quando o barra além disso não poderá chegar a 500 metros do estádio onde os xeneizes jogarem. O detonador do processo foram os sinais de Martín nas arquibancadas na Bombonera no último domingo, indicando que iria “cortar a cabeça” do líder rival. Mas é evidente que isso se deve ao medo das autoridades de que o retorno de Di Zeo desencadeie uma guerra de proporções inéditas entre as duas facções, com consequencias imprevisíveis.

Nesse cenário, a venda dos ingressos para a torcida xeneize assistir à partida contra o Vélez se transformou em uma verdadeira operação de guerra. Após originalmente ter se decidido que a partida não teria público visitante, resolveu-se que se venderiam 2 mil ingressos para os hinchas do Boca. Para decidir quem seriam os contemplados, o clube da Ribera enviou uma lista com 3.500 sócios em dia, lista da qual, por motivos óbvios, não fazem parte Mauro Martín e Rafael di Zeo. Todavia lá estão importantes aliados dos dois chefes, o que mantém acesa a preocupação com confrontos entre os barras.

Segundo noticiou o diário Olé, a Unidade de Coordenação de Segurança e Prevenção da Violência em Espetáculos Futebolísticos vai passar um verdadeiro “pente fino” nessa lista, dela retirando aqueles que tiverem antecedentes de violência. Os 2 mil afortunados teriam um espaço muito pequeno de tempo para comprar seu ingresso, e já nas proximidades do horário da partida (domingo, das 12 às 16h), tudo para que não haja como falsificar os ingressos para garantir a entrada dos barras. E haveria segurança especial tanto no local de venda de ingressos, como na cancha do Vélez, para garantir que, através de ameaças e intimidação, os barras não tomem os ingressos dos hinchas contemplados com seus bilhetes.

Tiago de Melo Gomes

Tiago de Melo Gomes é bacharel, mestre e doutor em história pela Unicamp. Professor de História Contemporânea na UFRPE. Autor de diversos trabalhos na área de história da cultura, escreve no blog 171nalata e colunista do site Futebol Coletivo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

4 + 19 =

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.