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Barras na Bombonera: ameaça constante de violência

Em um dia mágico para o Boca, quando o título ficou mais perto da Bombonera, o mágico estádio portenho não viveu um clima tranquilo. Os culpados são os de sempre: os temidos barra-bravas. Ontem o clima de tensão foi excepcional, alimentado pelo retorno às arquibandacas de Rafael di Zeo, ex-chefe da 12, que voltava de cumprir sua pena de prisão.

Rafael di Zeo foi condenado a quatro anos de prisão, após uma violentíssima birga contra torcedores do Chacarita Jrs. Nesse intervalo, a mais famosa organizada xeneize saiu das mãos de seu grupo, e hoje é comandada por Mauro Martin, que no processo se transformou em seu desafeto. Ontem vários ônibus trouxeram Di Zeo e seus aliados, que chegaram fazendo barulho e prometendo retomar seu lugar de destaque nas arquibancadas da Bombonera.

O clima de tensão podia ser medido pelo fato de a TV argentina mostrar em diversos momentos da transmissão da partida os dois grupos rivais, que se posicionaram em lugares muito distintos da Bombonera. Ao fim o pior não ocorreu. Mas o temor que ocorram cenas de violência está no ar. E, em entrevista à rádio Belgrano, o próprio Di Zeo fez questão de deixar seu recado:

“Se vão acontecer episódios de violência? Não sei, não faço previsões para o futuro. Me comprometi a ser pacífico. Se viessem nos atacar, iríamos nos defender, mas por algum motivo eles não vieram para cima de nós, melhor para eles”. O barra arrematou com um recado claro: “hoje mostramos quem é a torcida do Boca de verdade”. Acrescentou ainda: “quero ter as mesmas vantagens que eles [a 12]. Fui preso pelo Boca, não por roubo ou causas alheias”.

A fala em tovo altivo e eventualmente ameaçador indica claramente que Di Zeo está longe de pensar em aposentadoria. O velho estilo violento, chantagista e intimidatório dos barras argentinos aparece intacto em sua fala. E como, na cartografia barrabrava, as arquibancadas da Bombonera já tem dono, pode-se prever problemas. Justo no momento em que nos gramados a equipe volta a dar alegrias a seu torcedor comum

Tiago de Melo Gomes

Tiago de Melo Gomes é bacharel, mestre e doutor em história pela Unicamp. Professor de História Contemporânea na UFRPE. Autor de diversos trabalhos na área de história da cultura, escreve no blog 171nalata e colunista do site Futebol Coletivo.

One thought on “Barras na Bombonera: ameaça constante de violência

  • Yuri Cézar

    Ontem a bombonera estava linda com as duas barras, uma querendo cantar mais alto que a outra, se fosse sempre assim esse seria o lado bom.
    Mas não daria certo, até porque não conseguiriam conviver em paz as duas barras em jogos como visitante, ainda mais queo Rafa falou que quer estar presente em todos jogos.
    Só torço para que isso não afete diratemente o clube. E se fosse para defender uma lado defenderia o do Rafa porque La 12 nunca perdeu nada sobre seu comando.

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