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Independiente e Arsenal não saem do 0 a 0 em Avellaneda

Desde Buenos Aires – Noite de sábado em Buenos Aires. Dentre as muitas opções de diversão e entretenimento que a capital argentina oferece, o futebol passou a ser mais uma. Com o jogo entre Independiente e Arsenal marcado para às 22:15, horário local, ir ao estádio virou um programa para a família, casais apaixonados que dividem o mesmo sentimento por seu time e amigos que fazem do estádio a prévia de uma noite que promete ser agitada.

Mas diferente do clima de hoje, a partida começou sem muitos lances de emoção. Claramente se notava uma postura mais agressiva da equipe de Ramón Diaz, que vinha de uma trágica derrota por 3 a 0 frente ao Banfield. Uma das apostas do treinador, foi sair com Perez de titular deixando Parra no banco.

Apesar da disposição e da pressão inicial, o Independiente sofria das mesmas carências de criatividade de outros jogos e proporcionava ao Arsenal perigosos contra ataques. Quando era difícil avançar pelo campo, os dois times arriscavam chutes de longa distância. Pellerano era a figura dentro de campo. Todas as bolas no meio de campo obrigatoriamente passam por seus pés. Eficiente na marcação e no desarme, o camisa 7 do Rojo ainda arriscava alguns lançamentos, apostando na velocidade do colombiano Marco Perez.

O lance de maior emoção no primeiro tempo saiu dos pés do jovem Patricio Rodriguez. Depois de um chute de Perez que cruzou toda a área do Arsenal, Rodriguez aplicou um lindo chapéu no seu marcador num espaço de campo limitado. Jogada digna de futebol de salão. Mas ao centrar ninguém do Rojo parecia querer compartir da bela jogada e a defesa afastou.

Final do primeiro tempo e o empate sem gols resultou numa tímida vaia do público presente. Novamente se escutou desde a arquibancada onde se reúnem torcedores comuns que não são membros da “barra”, gritos contra o atual presidente do clube. Durante o intervalo Ramón procurava definir o que seria do Rojo nesta noite e pelas arquibancadas os torcedores também faziam o mesmo.

Na volta para a etapa final o Rojo troca no ataque; sai Nuñez e entra Diego Churin.

O Independiente só ajudou sua torcida a entusiasmar-se com a noite aos 11 minutos. Depois de uma cobrança de escanteio a bola ficou viva na área do Arsenal e terminou com um chute desviado pela defesa da equipe visitante. A partir de então foi uma “blitz” do Rojo. Dois minutos mais tarde, Defederico costurou pelo meio, livrou-se de dois adversários e rolou limpa para Churin chutar em cima da zaga. Escanteio e outra vez a bola área apresentava perigo para o Arsenal que só conseguia afastar depois de muita dificuldade.

O Rojo se animou e pressionava o rival no seu campo de defesa. Matías Defederico parecia ter despertadao do sonolento primeiro tempo e com arrancadas e dribles fáceis, levava o Independiente a ótimas jogadas. A torcida compreendeu o bom momento dentro de campo e ditava os temas musicais que embalavam o encontro. Variavam entre cumbia, reggaeton e até Xuxa com seu famoso “Ilariê”, tradicional nas “canchas” por aqui.

Mas como o sábado deve ser de festa para todos e o Arsenal também queria dar a seus torcedores uma boa prévia. Chegou ao gol, mas foi corretamente anulado por impedimento. Ramón resolve mexer novamente e saca o autor da obra de arte da noite; Rodriguez por Nicolás Cabrera.

O Arsenal, que até então não ameaçava resolveu jogar e nos últimos cinco minutos empurrou o Independiente para seu campo de defesa. Em duas cobranças de escanteio, quase abriu o placar. Em uma delas o goleiro Assmann espalmou uma cabeçada a menos de três metros de distância.

Final de jogo em Avellaneda. Apesar de demonstrar uma leve melhora e fazer um bom segundo tempo, o Independiente não conseguiu sair do empate sem gols com o Arsenal. Outra vez o presidente Comparada foi o alvo escolhido pelos torcedores para descontar sua frustração.

Agora é esperar e torcer para que o resto da noite seja melhor do que o resultado.

Leonardo Ferro

Jornalista e fotógrafo paulistano vivendo em Buenos Aires desde 2010. Correspondente para o Futebol Portenho e editor do El Aliento na Argentina.

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