Conheça Facundo Albaqui, novo jogador do Palmeiras e a polêmica em torno de sua contratação
No final do mês passado, o Palmeiras anunciou a contratação de um jovem jogador argentino de apenas 18 anos (e não 17,19 ou até 20, como alguns têm afirmado), trata-se do meio-campista Facundo Albarqui, que não chegou ao Verdão diretamente do Sarmiento de Junín, mas de alguns empresários ligados ao IMG (International Managment Group). O FP esperou para falar do assunto, já que ele desde o começo estava rodeado em polêmica, e mesmo após o jovem atleta acertar com o Palmeiras, todos em Junín ainda davam como possível o seu regresso ao seu clube de origem. Vamos falar então como joga Albaqui, mas antes disso algumas poucas palavras sobre a polêmica em si e os bastidores de sua contratação.
Albaqui foi lançado na equipe titular do Verde no ano passado, quando o Sarmiento atuava na B Metropolitana, a 3ª Divisão para os clubes de Buenos Aires. Na estreia, contra o Sportivo Italiano foi apenas regular, contudo, na partida seguinte, fez um golaço contra o Morón; daqueles gols muito parecidos com o que Juan Iturbe fez pela Argentina contra o Brasil, pelo Sul-Americano Sub-20. Albaqui não é tão forte quanto el Paraguayo, mas sabe usar muito bem os braços, na proteção da bola, quando a carrega em velocidade. A jogada que encantou Roberto Frizzo, vice-presidente do Palmeiras, foi muito parecida com esse gol, na qual Albaque arranca desde o campo de defesa, passa por alguns jogadores do Barracas Central e toca para Cerutti fazer o gol. No estádio, em ambas as partidas, estavam presentes alguns empresários, que acompanhavam a promessa do Sarmiento desde quando ele estava nas categorias de base do clube. A partir daí, começou a produção de um DVD, que no final das contas, foi o responsável pela contratação de Albaqui pelo Palmeiras.
Assim que terminou a temporada, o clube apresentou um contrato para o jogador, que só poderia assiná-lo após completar oito partidas como profissional na 3ª Divisão argentina (desde que estreou, o atleta realizou um total de cinco partidas). Então começou o “pesadelo” para o clube da província de Buenos Aires. Segundo o presidente Fernando Chiófalo, “nunca veio um representante à cidade para tratar do assunto. Sequer nos chamaram para uma reunião. Houve apenas um rápido contato telefônico. Ninguém apresentou uma proposta oficial”, disse o dirigente, que ainda completou: “entramos em contato com o pai do jogador e dissemos que queríamos apresentar o contrato, além de informá-lo de que tínhamos recebido um telefonema que falava de uma possível proposta do Brasil. Ele disse que não sabia de nada e se mostrou surpreso. Na semana em que encontraríamos o pai de Albaqui, recebemos uma ligação de Darío Bombini fazendo uma proposta pelo jogador. Decidimos levar o caso para os diretores, que não se convenceram da validade da oferta, que era muito baixa. Depois recebemos um fax com a mesma proposta e respondemos que a partir daqueles valores não poderíamos seguir com a negociação. E fizemos uma contraproposta em duas vias: a primeira era que o Sarmiento venderia 80% do passe por um determinado valor, que lhes pareceu excessivo, e a outra dizia que emprestaríamos o jogador por um ano, com prioridade de compra no final e com um preço prefixado. Tampouco aceitaram”.
“O capital do clube são os seus jogadores. Não queremos atrapalhar a carreira de ninguém, como nunca fizemos, mas também não estamos em condição de presentear quem quer que seja”, disse Chiófalo. Após receber a proposta dos empresários, os familiares do jogador esfriaram os contatos com o clube, Não foram a uma reunião para tratar do assunto e tampouco atendiam a telefonemas da direção do Sarmiento. “Investimos muito dinheiro nas categorias de base para fazer com que o clube suba de divisão. Se for o caso de algum desses garotos não puderem estar conosco neste desafio, que ao menos o clube seja ressarcido de seu sacrifício. Neste caso, se há uma oferta que não nos satisfaça ela pode ser melhorada; porém, estão nos pressionando, pois o jogador ainda está sem contrato”, disse Diego Cifarelli, tesoureiro do clube. Para finalizar, Chiófalo disse “estão nos pressionando, dizendo que se não aceitarmos a oferta, o jogador vai, de uma forma ou de outra para o Brasil, porém, já acionamos a AFA, que proíbe que jogadores saiam do país sem a autorização do clube”, disse Chiófalo ainda antes de Albaqui firmar contrato com o Verdão.
O Atlético Sarmiento é o clube em que Passarella nasceu para o futebol, em 1971. Apesar de estar apenas na 3ª divisão, investe grande parte do que arrecada com as categorias de base, que têm nada menos do que 500 jogadores sendo preparados para o profissionalismo. A partir de 2009, o clube resolveu participar, com sua base, dos torneios organizados pela AFA, para que seus jogadores ganhassem cancha. Foi aí que chamou a atenção de empresários para os seus jogadores. Embora Albaqui se despontasse como uma revelação, o clube postergou ao máximo sua ida ao elenco profissional, de maneira que completasse sua preparação. Contudo, paralelamente a essa preocupação, empresários acompanhavam o atleta, com o objetivo de levá-lo a outro centro futebolístico. Pior para o Sarmiento e melhor para o Palmeiras. Melhor?
Segundo os empresários do jogador, foram alguns dirigentes do Palmeiras que foram até o IMG (empresa que assessoria jogadores como Sergio Agüero, Diego Buonanotte, Eric Lamela e Maxi Moralez). O clube procurara a entidade, pois pretendia contratar algum jogador argentino. Um total de cinco vídeos foram mostrados aos dirigentes do Palmeiras, que se entusiasmaram e não tiveram dúvida em buscar a incorporação da jovem promessa. Contrariamente ao que se fala, a ideia era de incorporá-lo ao elenco profissional, já que o próprio Roberto Frizzo parece ter se encantado com o que viu nos vídeos. “Se ele for o que realmente falam dele e o que também vimos no DVD, teremos em breve um grande jogador no elenco”, disse o dirigente. Porém, se esqueceram de combinar o discurso com o técnico Luiz Felipe Scolari. Perguntado sobre Albaqui, Felipão respondeu: “conheço o jogador, ele estava na Espanha, mas não sei de acerto. Sou o último a saber… Não sei quem do Palmeiras pode estar negociando com ele”, disse o treinador, irônico e irritado com a postura de Frizzo. A partir daí é que Albaqui foi mandado para base do Verdão, algo que ele já havia superado no outro Verde, o de Junín.
Segundo Darío Bambini, o Palmeiras teria pago 25 mil dólares aos empresários, por um período de seis meses de contrato. Caso o jogador atenda às expectativas do Verdão, o jovem atleta assinaria outro contrato e o time de Parque Antártica pagaria mais 35 mil dólares. Porém, os valores não parecem muito claros.
Albaqui é um jogador habilidoso, típico meia; jogador que sabe ocupar bem todos os espaços do meio-de-campo, e se desloca fácil pelo setor esquerdo, onde costuma cair, principalmente em um esquema tático como o do Sarmiento, em que no 4-4-2 um dos atacantes (Pasquinelli) abandonava o setor e permitia com que Albaqui alternasse de função entre o meio-campo e o setor esquerdo, como um falso ponta. A partir de sua estreia diante do Spotivo italiano, o clube de Junín ganhou consistência no meio-de-campo, até porque aliviou Jonhy Aquino (outro meia da equipe) da dura função de articular as jogadas no setor, em um elenco que se preocupava muito com a marcação. Tanto Aquino quanto os dois atacantes do time ganharam em produtividade com a presença de Albaqui.
O jogador pode atuar tanto na função de enganche quanto na de meia-atacante ou segundo atacante pela esquerda. No atual elenco do Palmeiras, Albaqui sentiria falta de um centroavante típico, a quem ele sabe municiar com passes precisos. Uma das boas características do jovem jogador é soltar a bola em boa situação para a finalização. No Palmeiras atual, o jogador teria o seu espaço ocupado pelo Luan, além de bloquear a função de ala-esquerda, exercida atualmente pelo Gerley, quando o lateral abandona a defesa do Verdão. Como enganche, o jogador aciona bem os atacantes através de passes longos (geralmente rasteiros) e toques curtos e rápidos, que insinuam a tabela. Porém, isso dá bons resultados em jogadas de contra-ataque, já que Albaqui não é um jogador tão cerebral como alguns pensam, e até mesmo como o próprio atleta parece acreditar, quando tenta orquestrar o meio-de-campo, parando, olhando e decidindo (tal como Xavi, no Barça e Danilo no Corinhthians ou Douglas no Grêmio) a melhor jogada para a equipe.
Outro ponto desfavorável do jogador é seu vício em se deslocar do meio-de-campo apenas para a esquerda. Isto ocorre sobretudo porque o jogador, que é um canhoto típico, apresenta enormes dificuldades em usar o pé direito, o que favorece a marcação dos bons zagueiros, quando Albaqui dá os seus bons arranques, já como um bom atacante. Fisicamente não é tão forte, mas, como dissemos acima, sabe usar bem o corpo, principalmente os braços para se proteger dos choques e também oferecer proteção à bola, quando ele a carrega. Por fim, vale destacar que o jovem atleta sabe fazer gols, tem calma diante dos arqueiros adversários e, nestas situações, costuma arrematar com o lado do pé. Algo que favorecia seu desenvolvimento no Verde de Junín era o fato de que ele já conhecia alguns jogadores da equipe, que também foram provenientes da categoria de base; algo que não terá no time brasileiro, além da grande concorrência no elenco e da frustração em ser jogado no time B do Verdão, algo que ele jamais imaginava que aconteceria.
Diante de tudo que foi colocado, será que valia a pena mesmo a contratação do Albaque? E pelo que eu entendi o tal do Sarmento não ficou com nada mesmo?
Fiquei impressionado com a qualidade da matéria. Parabéns.
Só fiquei com uma dúvida: quem é o louco que assistiu às partidas do Sarmiento de Junín? Eu nem sabia que esse clube existia!
É uma grande Merda esse Frizzo comprar jogador por DVD. E ainda assume na maior cara de pau. Quando eu vou no Canindé e vejo o time que essa diretoria montou e o que o Felipão consegue fazer pra salvar dá mais raiva do Frizzo por que o Felipão tá quase indo embora. Agora a materia é boa mesmo, ninguem falou nada desse jeito sobre o argentino. No forum da torcida o pessoal achava que ele vinha pra jogar, é uma pena.
Time que essa diretoria montou???
HAHAHAHAH,essas Felipetes são brincadeira,foi a diretoria que quis o Rivaldo????Renovou contrato do Dinei????Pressionou para pagar 7 milhões de reais pelo Luan???
A diretoria é uma merda,mas esse discurso endeusando o Felipão é pior ainda.
Eu apenas acho que seria pior sem ele John. Num concordo com o salário que ele ganha, nem o do Kléber e nem o do Mago. Apenas acho que seria pior sem ele. E na arquibancada mesmo na Mancha tem muita gente que pensa como eu. Agora também num acho certo ele coloca o Albaque no time B só porque foi contratação da dretoria, é muita vaidade e só o time que perde, não eles.
so uma pergunta ? ele vai vir mesmo ? um abraço