Seleção

Quando os grandes não têm vez

De Córdoba/ARG – Nem o terremoto que foi sentido na Argentina durante a semana parece ter acordado os grandes. Na quarta-feira foi a vez da anfitriã ficar adormecida em Santa Fe. Sexta, apesar do bom futebol apresentado, o Uruguai ficou no empate. E neste sábado foi a vez do Brasil. Até os 44 do segundo tempo, proporcionava a primeira derrota de um gigante na competição. Mas, o gol de Fred diminuiu tamanha vergonha. Só diminuiu.

Essa história de que não existe bobo no futebol todo mundo está cansado de saber. Mas, o discurso será o mesmo na enxuta zona mista ou na coletiva de imprensa de Córdoba. Vão dizer que o Paraguai fechou os espaços e só conseguiu tal resultado por jogar nos contragolpes. A velha história de sempre. Mas, a verdade não é essa. Se no primeiro jogo faltou objetividade e sobraram dribles desnecessários, em Córdoba passou o mesmo. Tanto que nas únicas vezes que conseguiu alguma coisa foi em chutes de longa distancia. E com os jogadores mais questionados deste selecionado.

Somente no primeiro momento os paraguaios fecharam tal porta. Marcaram pressão e não deixavam os brasileiros passar do meio campo. Mas, foi por pouco tempo. O Brasil começou a ter domínio do jogo, colocou a bola no chão. Todavia, as firulas desnecessárias voltaram. A intenção era entrar na grande aérea driblando meio time. Não deu certo. O gol brasileiro saiu num chute de fora da área (algo incomum) do substituto de Robinho , do questionado Jadson, que mesmo sendo o salvador brasileiro naquele momento, sequer voltou para o segundo tempo.

Melhor para os paraguaios. Sem o brucutu, o Brasil não chutava a gol. Pior, dava espaços pelas laterais. E foi nessas brechas que o Paraguai chegou ao empate. Os gols de Roque Santa Cruz e Valdez em menos de 15 minutos saíram graças ao oportunismo e a solidez. No primeiro gol, Ramires não conseguiu cobrir a subida do lateral do Barcelona e deixou os paraguaios chegarem ao empate, aos 9 minutos. 11 minutos depois, Daniel falhou na grande área e viu Valdez virar o marcador. Antes, todavia, Neymar havia perdido um gol claro, ao tentar encobrir Justo Villar.

Os gritos de olé começaram a ser entoados em Córdoba. Os paraguaios, maioria no estádio faziam uma festa. Comemorou quando começou a trocar passes, lamentou os contragolpes desperdiçados. Só estavam errados ao vaiar Neymar. Não pelo que o jogador do Santos apresentou, mas sim por conta do seu substituto. Mal sabiam eles que Fred, ao apagar das luzes, seria o vilão em questão. Um empate com um sabor de derrota para a massa que lotou o Mario Kempes. E graças a um novo chute de fora da área.

O empate para o Brasil ficou com um sabor de vitória – assim como na partida contra a Venezuela. E a Copa América chega a sua segunda rodada sem nenhum gigante vencendo. Alguém ficará de fora das quartas de final? O resultado dessa novela nós veremos no dia 13.

Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

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