Com gol no final, Boca manda Gimnasia para desempate pela permanência
Alheio a toda a movimentação eletrizante da última rodada, Palermo vivia os últimos instantes no futebol. Mesmo contra o amigo Schelotto, queria se despedir com estilo. Pois assim como todo o resto da carreira, El Titán disse adeus num lance decisivo.
Seu último toque na bola foi uma assistência. Cellay a aproveitou e empatou o jogo em 2 x 2 entre Boca e Gimnasia, no último lance de uma partida histórica.
Um jogo marcante não só pela despedida de Palermo, mas também pelos desdobramentos com relação ao rebaixamento. O empate igualou os Lobos com o Huracán, de tal forma que jogarão um jogo extra para resolver quem cai diretamente e quem passa pela Promoción. Pelas regras da AFA, eles medirão forças nesta terça (21/6), num local a definir, e o vencedor espera por Unión ou San Martin, da Nacional B.
A crônica do jogo
Na vontade de se salvar a qualquer custo, o Gimnasia não deixou que questionassem a raça em campo em momento algum do confronto. Mesmo após se salvar da primeira entre as últimas chances de gol de Palermo na carreira, ninguém se intimidou no Bosque. Logo aos oito minutos, Claudio Graf bateu um tiro livre com esperteza, rasteiro, e venceu Cristian Lucchetti: 1 x 0.
Pouco depois, não cessaram as incursões Triperas para tentar se salvar o quanto antes. Após cruzamento de Iriarte, Insaurralde desviou a bola com a mão dentro da área. Eis que o pênalti gerou a cena que todos esperavam: Schelotto x Boca. O Mellizo, porém, nem quis lembrar da história cultivada no time Xeneize. Marcou o gol com violência no chute e comemorou sem hesitar: 2 x 0, aos 13.
A equipe de Julio Cesar Falcioni até buscava a reação com maior valorização à posse de bola, mas Román, Colazo e Chávez não podiam contra a postura defensiva em essência dos de Darío Ortíz. Apenas em bolas paradas e lançamentos para a área conseguiam incomodar, justamente como no gol que diminuiu o prejuízo dos visitantes, na cabeçada de Cellay: 2 x 1, aos 33.
Na volta dos vestiários, principalmente após a saída de Schelotto, que rendeu bem no duelo contra a ex-equipe, ficou claro o cenário no Bosque. O Boca Juniors dominaria a bola no ataque até o fim, ao passo que o Gimnasia y Esgrima se defenderia para matar o tempo restante. Só não se pode confundir com retranca, pois saíam em contragolpes constantemente, o que fez de Lucchetti a figura do jogo. Pelo menos até os 47 do segundo tempo…
Estava difícil enxergar uma igualdade para Lobos e Xeneizes, pois a pressão do Boca era infrutífera. Entretanto, Palermo mostrou durante o jogo inteiro que não queria parar de jogar sem uma última glória. Esta foi a assistência ao gol de Cellay, para incredulidade da torcida local: 2 x 2, placar final.
Vibração auriazul em honra ao ídolo, e principalmente pela queda do rival em Nuñez. Só que o principal para o Boca Juniors não veio. O empate encerrou o sonho do clube de voltar a uma competição da Conmebol, algo que só viria com o triunfo.
GIMNASIA Y ESGRIMA LA PLATA: Monetti; Masuero, Fontanello, Benítez e Iriarte (Encina); Casco, Rinaudo, Capurro e Schelotto (Córdoba); Castro; Graf (Aguero). DT: Darío Ortíz
BOCA JUNIORS: Lucchetti; Clemente Rodríguez (Rivero), Cellay, Insaurralde e Monzón; Chávez, Erbes (Viatri) e Colazo (Noir); Riquelme; Mouche e Palermo. DT: Julio César Falcioni
Próximos confrontos: Gimnasia x Huracán (a definir).