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Boca: Falcioni criticado por substituir Palermo e Riquelme

Depois de algumas participações decisivas de Riquelme, hoje foi a vez de Palermo reencontrar de vez o apoio da massa xeneize. O belo gol de letra que abriu o placar contra o Independiente levou a Bombonera à loucura. E a saída dos dois ídolos históricos durante a partida foi muito criticada por torcedores e jornalistas, que viram ali a causa para o empate do Independiente.

Após um bom primeiro tempo em que conquistou justa vantagem, o Boca Juniors recuou e deu espaço para a pressão do Independiente. E aos 24 minutos da segunda etapa, Falcioni retirou Palermo para a entrada de Viatri. A substituição, que em jogos recentes era pedida por muitos torcedores, desta vez caiu mal à muita gente. Mais três minutos, saiu Riquelme para o ingresso de Erviti. E aos 31 minutos chegou o gol de empate. Coincidência? Para muitos não.

Mas o treinador tratou de se defender: “No segundo tempo não conseguimos ser agressivos, perdemos a posse da bola, o controle do jogo, então era necessário recuar e aproximar as linhas. Por isso coloquei jogadores descansados para sair mais rápido e fechar os lados”. Acrescentou ainda que “achei que tínhamos de fechar os espaços, pois eles tinham a posse de bola. Nos complicavam muito, então necessitávamos de um homem a mais no meio campo para conter o Independiente. Não deu certo, e eles seguiram com a bola. E Palermo se esforçou demais. Me pareceu correto tomar essas decisões”.

Em um clube de torcida imensa e fanática, com dois ídolos históricos que são alvos de uma adoração intraduzível em palavras, substituir ambos quase ao mesmo tempo é correr um grande risco. Julio Cesar Falcioni teve uma coragem que poucos outros teriam, e assumiu o risco. Infelizmente para ele, o jogo da equipe não melhorou com as alterações e ainda levou o empate. Ao perder a aposta, certamente terá de pagar um alto preço. A temporada de críticas por certo mal começou.

Tiago de Melo Gomes

Tiago de Melo Gomes é bacharel, mestre e doutor em história pela Unicamp. Professor de História Contemporânea na UFRPE. Autor de diversos trabalhos na área de história da cultura, escreve no blog 171nalata e colunista do site Futebol Coletivo.

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