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Seleção Argentina sonha em quebrar o jejum de títulos em casa

Já faz muito tempo que a Argentina não sabe o que é conquistar títulos com a Seleção Principal. Aqueles mais otimistas acreditaram que a série de 17 anos sem vencer um torneio internacional sequer viria no Mundial da África do Sul. Ledo engano. Mas neste ano, apesar de contar com vários problemas em sua linha defensiva, a Seleção dirigida por Sergio Batista está próximo de conseguir quebrar esse hiato de títulos, que não vem desde 1993, graças a Copa América que será organizada pelo País neste ano que se inicia.

Neste hiato que se completam de quase 18 anos, a Seleção Argentina teve no mínimo 14 oportunidades de quebrar esse jejum de título. Foram 6 Copas América, 2 Copas das Confedereçãoes e 5 Mundiais. E em grande parte, com elencos bons, com jogadores que obtiveram títulos individualmente. C/ontudo, sempre faltava um jogador diferenciado que tivesse um mínimo de maturidade para levar o time ao titulo (apesar de quem em 93 o grande maestro dos últimos anos, Diego Maradona, não estava no elenco, o que obrigou Basile a implorar o seu retorno, em vão no Mundial 94).

Vamos por partes. Em 1994 a Argentina chegou ao Mundial dos Estados Unidos como favorita, principalmente por ter Maradona. Nas eliminatórias, sofreu é verdade. Teve de disputar a repescagem contra a Austrália e ficou ameaçada de não ir. Mas, em solo americano, a Argentina sofreu um golpe após o outro. Maradona foi pego no antidoping e Cannigia se lesionou nos primeiros minutos da partida contra a Bulgária. Sem atacantes, perdeu para a boa Romênia.

No ano seguinte, mais duas possibilidade de conquistar um título. Mas, acabou perdendo para a Dinamarca (atual campeã européia) por 2×0. Depois, no Uruguai, viu a possibilidade de um terceiro titulo consecutivo na Copa América nas quartas de final, com um toque ‘involuntário’ de Túlio no empate, aos 36 do segundo tempo, quando a Argentina vencia por 2×1. Nos pênaltis, acabou perdendo por 4×2 (Diego Simeone e Néstor Fabbri desperdiçaram suas cobranças). Para se ter uma idéia, em 1997 (caiu ante Peru) e em 1999 (Brasil, de virada), a Argentina sequer chegou entre os quatro melhores das Américas.

O Mundial de 1998 não foi diferente. Argentina, apesar de ter um bom plantel e um ótimo treinador (Daniel Passarela), acabou caindo para a Holanda com um gol no último minuto de Denis Bergkamp, que impediu um novo embate contra o Brasil em um Mundial, mas pela primeira vez em uma semifinal. O início do século não foi nada bom. Em 2001 abriu mão de disputar a Copa América na Colômbia devido a falta de segurança no País. No ano seguinte, sequer passou a segunda fase do Mundial da Coréia do Sul/Japão.

Com exceção dos Mundiais de 2006 e 2010 (onde caiu novamente nas quartas), a Argentina voltou às finais de competições internacionais. E sempre contra o Brasil. Na Copa América 2004, caiu nos pênaltis após ceder dois empates contra o Brasil no tempo normal (ambos nos minutos finais de cada tempo regulamentar). Em 2005 (Copa das Confederações) e 2007 (Copa América) duas goleadas, sempre para o rival de continente. Uma por 4×1 e outra por 3×0.

Para 2011, Sergio Batista admitiu que irá reformular a Seleção. Para o gol, Nicolás Navarro é uma opção para substituir a sempre irregular Sergio Romero. Marcos Rojo, Emiliano Papa, Federico Fernández, Gabriel Mercado são ótimas opções para a zaga – ao lado de Pareja, bem na partida contra a Argentina, por exemplo.

Apesar da idade avançada, Rodrigo Braña também merece uma vaga na albiceleste assim como Burrito Martínez, atacante do Vélez Sarsfield. Isso sem contar Pastore, Dí Maria, Lionel Messi e atacante exemplares como Lavezzi e Agüero (descarto Riquelme pelos motivos óbvios, as lesões e Tévez pelos recentes escândalos que desestabilizaram o Manchester City). Sergio Batista tem tudo para quebrar um jejum de título. Mas é sempre bom lembrar que a última Copa América disputada na Argentina, um ano após o Mundial de 1986, a Argentina ficou apenas em quarto, mesmo com Maradona em campo e Bilardo a beira do campo.

Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

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