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Vélez Centenada

O Vélez esteve a poucos minutos de jogar uma partida extra com o Estudiantes. Jogando bem, como fez durante boa parte do campeonato, venceu o Racing por 2×0, mas não dependia apenas de si. Mas, o Estudiantes também fez o seu. O gol de Gastón Fernández frustrou com tais planos de um título no centenário Velezano. Mas, nada mais doloroso que o tento de Rodrigo Hernán López. Justo o ex-Vélez, que saiu pela porta dos fundos e foi para o Estudiantes marcar nada menos que o gol do título.

O título, todavia, não foi perdido neste jogo. Pelo contrário. A perda de dar a volta olímpica no ano de seu centenário foi frustrada por alguns erros bobos. Foram os empates contra San Lorenzo, Arsenal, as derrotas para Boca e Newell’s e mais do que tudo, um péssimo futebol contra Estudiantes e Gimnasia LP, que poderiam determinar o campeonato para o time de Liniers.

Mas, bem diferente da última rodada e dos erros durantes o torneio, neste domingo os homens-gol buscaram abrir logo o marcador logo de cara, principalmente para jogar a responsabilidade ao Estudiantes. Santiago Silva, mesmo não estando 100% devido uma fadiga muscular que quase o tirou do embate, conseguia fazer um bom papel de pivô.

Maximiliano Moralez era um gênio no meio campo, sempre dominando a ala esquerda, deixando o lateral do Racing Pillud totalmente perdido durante boa parte do confronto devido as várias investidas. Aos seis minutos, sempre por aquele setor do campo, o enganche quase marcou o primeiro gol do duelo, em um chute de fora da área.

Curiosamente, na partida contra o Huracán, no meio de semana, o meia havia feito algo parecido, naquela que foi a única chance da primeira etapa. Mas hoje era diferente. Aos 23 minutos, Juan Manuel Martínez fez com que o espírito maradoniano incorporasse em si. Desde o meio campo, o jogador driblou seis defensores até tocar na saída de Jorge De Oliveira.

Tal golaço deixava o Vélez um tanto que tranquilo no embate. Principalmente porque já vinha fazendo o seu papel, que era o de vencer para se manter com chances de título. Seja em uma partida extra, ou até mesmo neste domingo em caso de uma vitória do Arsenal de Sarandí, que acabou terminando sem gols na primeira etapa. O suficiente para que a torcida do Vélez fizesse a festa comemorando, ao menos a partida extra na quarta-feira (em horário e estádio a ser definido).

Na segunda etapa, o Vélez continuou dominando o embate e sempre levava perigo ao arco de De Oliveira. Primeiro, em um chute de Gastón Diaz. Depois com Martinez. E finalmente com Maxi Moralez. O meia, em uma bela cobrança de falta praticamente sacramentava a vitória em Avellaneda e jogava a responsabilidade para o Estudiantes, que em Quilmes só pressionava e Campestrini salvava.

Mas, quinze minutos depois, foi a vez da torcida do Racing comemorar. Não que o seu time marcasse um gol. Pelo contrário, pois não esteve perto de tal durante boa parte do duelo. Foi devido ao gol de Gastón Fernández para o Estudiantes que impedia o Vélez de comemorar uma ida a final ou o título em seu estádio.

A partir daí, o duelo ficou ainda mais tensa. Os torcedores do Vélez ficaram atônitos, mas não paravam de comemorar. Mas, pela primeira vez na partida, os torcedores do Racing fizeram valer o mando de campo. Gritavam mais que os hinchas de Vélez, faziam a festa e até arriscava, um grito de olé. Tal comemoração foi ainda maior aos 43 minutos, quando Rodrigo Hernán Lópéz, ex-Vélez, marcava mais um gol para o Estudiantes. Se existisse um semblante para a decepção, era a cara dos jogadores do Vélez. Mesmo buscando o jogo, não conseguia esconder a tristeza de um titulo perdido.

Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

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