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Depois de sete anos, Independiente e Boca voltam a empatar sem gols

Rojos e Xeneizes não decepcionam o torcedor com um clássico sem gols desde o Apertura 2003. Na ocasião, ainda havia o pretexto de que os bonaerenses estavam focados demais no Intercontinental contra o Milan para se preocupar com o time de Avellaneda. Nesta tarde, porém, nada além da deficiência técnica explica o placar de 0 x 0 para Independiente e Boca no Libertadores de América.

Antes da partida, mais uma manifestação reprovável da hinchada Roja. Depois de agredirem o goleiro uruguaio Silva, no duelo contra o Defensor Sporting, na Sul-Americana, os torcedores atiraram pães doces ao campo. Uma forma racista de provocar o Boca e sua torcida ao zombar da popularidade do clube entre as camadas pobres da população argentina.

Passado o incidente, vieram os 20 minutos iniciais que iludiram o torcedor visitante. Com bons passes e movimentação ágil de Chavez e Escudero, os Xeneizes envolviam a defesa anfitriã, e quase abriram o placar em duas oportunidades com Viatri e Palermo. Só que após um contra-ataque rápido do conjunto do “Turco” Mohamed em que Mareque só foi impedido de marcar pelo goleiro Lucchetti, a ordem do clássico se inverteu.

Graças a fragilidade da defesa comandada pelo “Bichi” Borghi, o Independiente passou a comandar a posse de bola e as ações ofensivas da partida. Em pelo menos três oportunidades, Silvera e seus companheiros de ataque quase abriram o placar em Avellaneda. Por falta de pontaria e por algumas boas intervenções do arquero do Boca, o empate se manteve no primeiro tempo. Outra nota triste foi o carrinho criminoso de Insaurralde em Mancuello, que não voltou para a etapa final, enquanto que o zagueiro só foi punido com um cartão amarelo pelo árbitro Fifa Diego Abal.

Outro que não voltou dos vestiários foi Claudio Borghi, por atrasar o reinício da partida em dois minutos. Talvez por adivinhar que os últimos 45 minutos trariam uma possibilidade maior de vitória para os anfitriões. No entanto, a ausência por lesão do armador Rojo somada a uma boa atuação do chileno Gary Medel fez com que faltassem chances de gol e, consequentemente, emoções fortes no clássico.

Do lado Xeneize, a saída de Escudero para a entrada de Mouche até aumentou a mobilidade da equipe, mas reduziu a zero a criatividade no ataque. E quando Mendez foi expulso por levar o segundo amarelo, tudo que restou ao grupo de Borghi foi se defender para “lucrar” um empate fora de seus domínios. Prejuízo só para o Independiente, por seguir no fundo da tabela, e para o espetáculo, diante de um duelo sem gols e com manifestações racistas.

INDEPENDIENTE: Navarro; Velásquez, Matheu e Galeano; Cabrera, Tuzzio, Fredes (Perez) e Mareque; Mancuello (Nico Martínez); Parra (Gomez) e Silvera. DT: Antonio Mohamed

BOCA JUNIORS: Lucchetti; Medel, Caruzzo e Insaurralde; Méndez, Battaglia e Giménez; Chávez e Escudero (Mouche); Viatri e Palermo. DT: Claudio Borghi

Próximos confrontos: San Lorenzo x Independiente; Boca Juniors x Argentinos Juniors

Rodrigo Vasconcelos

Rodrigo Vasconcelos entrou para o site Futebol Portenho no início de julho 2009. Nascido em Buenos Aires e torcedor do Boca Juniors, acompanha o futebol argentino desde o fim da década passada, e escreve regularmente sobre o Apertura, o Clausura e a seleção albiceleste

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