Especiais

Cinco jogos para a história de Boca x Independiente

Hoje, no último capítulo da série que conta um pouco mais a história dos jogos entre os dois gigantes do futebol argentino Boca Juniors x Independiente, separamos cinco jogos especiais entre auriazuis e vermelhos.

Independiente 7 x 1 Boca (21/07/1940)

A diferença entre Independiente e Boca era de apenas um ponto em favor do boquenses naquele campeonato de 1940. Até aquela partida, a defesa do Boca tinha levado apenas 12 gols em 14 jogos. No que foi uma tarde horrível para o time xeneize, a equipe do Independiente já ganhava por 4 x 0 no intervalo de jogo. E com a vitória, o Rojo ampliava a sequência de vitórias sobre o rival, aplicando seu oitavo triunfo seguido. Além do mais, a goleada ainda permanece sendo a maior derrota da história do Boca Juniors.

O Independiente entrou em campo com Bello; Lecea e Coletta; Franzolini, Leguizamón e Celestino Martínez; Maril, Vicente De la Mata, Arsenio Erico, Antonio Sastre e Zorrilla.

O Boca veio ao gramado da Doble Visera com Estrada, Ibañez e Valussi; Viana, Lazatti e Suárez; Tenorio, Alarcón, Sarlanga, Gandulla e Emeal.

Os gols do Independiente foram marcados por Sastre (2), Erico (2), um contra de Ibañez, Leguizamón e Martínez. O gol de honra do Boca foi marcado pelo artilheiro Sarlanga.

Boca 0 x 0 Independiente (29/11/1989)

No segundo jogo da final da Supercopa da Libertadores, o Independiente aproveitaria o fato de jogar na Doble Visera para tentar ultrapassar a boa defesa do Boca, formada por Simón (titular da Argentina na Copa de 90) e Marchesini. Para isso, contava com o veterano Bochini, Giusti (remanescentes do meio-campo excelente que ganhou tudo em 1984), Insúa e Alfaro Moreno. No primeiro jogo o placar ficara em branco na Bombonera.

No entanto Simón e Marchesini aguentaram a blitz vermelha e Boca e Independiente novamente empataram por 0 x 0. Com isso, a Supercopa daquele ano seria decidida na cobrança dos pênaltis. E então o jovem Navarro Montoya, que veio do Vélez no ano anterior, foi o herói do Boca no que foi a conquista do quarto título internacional conquistado pelos xeneizes.

O Independiente entrou em campo com Pereira, Morales, Monzón, Delgado e Altamirano; Blanco, Ludueña, Giusti e Insúa; Reggiardo (Bochini) e Alfaro Moreno (Artime). O técnico era Jorge Solari.

O Boca Juniors entrou em campo com Navarro Montoya, Stafuzza, Simón, Marchesini e Cuciuffo; Giunta, Marangoni, Ponce e Latorre; Graciani (Pico) e Perazzo (Berti). O técnico era Carlos Aimar.

Abaixo vai o vídeo com a cobrança de pênaltis que decidiu aquela Supercopa:


Independiente 1 x 0 Boca (09/11/1994)

Cinco anos depois daquele jogo, o destino fez com que os dois gigantes do futebol argentino se cruzassem novamente na final da Supercopa da Libertadores. O Independiente contava com a segurança de Islas (titular da Argentina na Copa de 94) no gol, Serrizuela na retaguarda e os ótimos Gustavo López e Rambert mais à frente. O Boca ainda tinha o herói Navarro Montoya no gol, Gamboa e Fabbri na zaga e Martínez e Da Silva no ataque.

No primeiro jogo da final, jogo equilibrado e empate por 1 x 1. O gol do Boca foi marcado por Martínez e o gol do Rojo foi de Rambert. No segundo jogo, mais de 60 mil pessoas lotaram a Doble Visera para empurrar o Independiente rumo ao seu 15o. título internacional e à consagração definitiva como “Rei de Copas”.  Aproveitando ótimo lançamento de Gustavo López, Rambert ficou frente a frente com Navarro Montoya e tocou a bola suavemente por cobertura, fazendo o gol do título aos 10 minutos do segundo tempo.

O Independiente entrou em campo com Islas, Craviotto (Gordillo), Arzeno, Serrizuela e Ríos; Cagna, Perez, Garnero e Gustavo López; Usuriaga (Cascini) e Rambert. O técnico era Miguel Ángel Brindisi, atualmente no Huracán.

O Boca mandou à Doble Visera a seguinte formação: Navarro Montoya, Vivas, Gamboa, Fabbri e MacAllister; Acuña, Carrizzo (Pico), Marcico e Carranza (Trellez); Martínez e Da Silva. O técnico era César Luis Menotti.

Abaixo o gol de Rambert:

Boca 5 x 0 Independiente (28/05/1995)

Apenas seis meses depois da conquista da Copa, Independiente e Boca se encontrariam novamente, agora pelo Clausura de 95. No Apertura de 94, apenas 20 dias depois da conquista do título da Supercopa Boca e Independiente se encontraram na Doble Visera e o Boca aplicou 4 x 1. Era a chance que os comandados de Ricardo Pavoni (Brindisi saíra no final de 1994) tinham para devolver a goleada, embora Rambert e Gustavo López já haviam sido vendidos para o futebol europeu.

No entanto, nem Pavoni e muito menos o Independiente contavam com a inspiração do ataque do Boca, mais especificamente de Pico. O atacante do Boca fez três gols naquela fria noite, com MacAllister e Martínez completando a goleada a favor do Boca Juniors.

O Boca começou com Navarro Montoya, Paredes, Medero, MacAllister e Arruabarrena; Saldaña (Acuña), Franco, Márcico e Pico; Martínez e Carranza (Gómez). O técnico era Silvio Marzolini.

O Independiente entrou em campo com Morales, Ramírez, Rotchen, Serrizuela e Meijide (Angel Morales); Cagna, Ríos, Burruchaga e Garnero; Mazzoni e Penayo. O técnico era Ricardo Pavoni.

Gol de MacAllister:

Primeiro gol de Pico:

Segundo gol de Pico:

Terceiro gol de Pico:

Não está disponível o gol de Martínez.

Independiente 1 x 3 Boca (24/02/2007)

O último jogo apresentado neste especial foi selecionado pelo fato de ter consagrado Martín Palermo como autor de um gol que nem Pelé conseguiu. Rojo e Boca jogavam pela 3a. rodada do Clausura 2007 e apesar de o mando ser do Independiente, o jogo foi realizado no estádio do Racing, já que a Doble Visera não existia mais e o estádio Libertadores da América ainda estava em construção.

O Independiente começou melhor e abriu o marcador, com Armenteros. Tudo ia bem para o Rojo até que Riquelme apareceu. E em dois minutos deu dois passes geniais para que Neri Cardozo e Rodrigo Palacio virassem a partida. Com a expulsão de Banega e a consequente pressão do Independiente, Caranta começou a aparecer na partida, fazendo excelentes defesas. Aos 45 minutos do segundo tempo, num ataque desesperado do Indepediente Palermos roubou a bola, viu Ustari adiantado e chutou a gol antes da linha divisória. A bola subiu e entrou, deixando atônito o goleiro e colocando em delírio o time e a torcida do Boca Juniors.

O Boca entrou em campo com Caranta, Ibarra, Maidana, Daniel Díaz e Morel Rodríguez; Battaglia, Banega, Neri Cardozo (Clemente Rodríguez) e Riquelme (Marino); Palacio (Marioni) e Palermo. O técnico foi Miguel Ángel Russo, atualmente no Racing.

O Independiente veio para o campo do maior arquirrival com Ustari, Matheu, Gioda, Guillermo Rodríguez e Eluchans; Machín (Calello), Herrón, Pusineri (Moreno) e Armenteros (Díaz); Montenegro e Germán Denis. O técnico foi Jorge Burruchaga.

Todos os gols do jogo memorável:

Alexandre Leon Anibal

Analista de sistemas, radialista e jornalista, pós-graduação em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte. Neto de argentinos e uruguaios, herdou naturalmente a paixão pelo futebol da região. É membro do Memofut, CIHF, narrador do STI Esporte (www.stiesporte.com.br ) e comentarista do Esporte na Rede, programa da UPTV (www.uptv.com.br ).

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