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Futebol argentino entre pontapés, excesso de autoridade e cartões vermelhos

Saul Laverni: justo ou rigoroso demais?

A última partida entre Banfield e Vélez Sarsfield, válida pela Copa Sul-Americana 2010, causou muito rebuliço na imprensa argentina. A vitória de 1 a 0 – e, logo, a classificação do El Taladro para a outra fase foi apagada para se discutir acerca da atitude do juiz Saul Laverni diante das três expulsões de jogadorese da própria violência da partida em si.

Principal antagonista da vez, Laverni é alvo de críticas e foco da fofoca alheia. Para o Crónica de Bahia Blanca e para o Olé, o árbitro Mauro Giannini confidenciou nesta sexta, dia 17, que Laverni gosta de aparecer. “Deixamos Laverni louco porque ele gosta de se mostrar, mas ninguém o conhece nas ruas. Saúl pergunta para as pessoas: ‘Você sabe quem eu sou?’. Confundem ele com outros e ele fica doido”, afirmou Giannini.

Isso reforça as declarações dos dirigentes do Vélez de que na partida contra o Banfield houve excesso de autoridade porque o juiz quis ser a estrela do espetáculo. No entanto, tal como noticiou Christian Leblebidjian, do Canchallena, o futebol argentino está muito violento e um símbolo disso foi esse último jogo do Vélez.

“Não se trata de criticar Somoza ou apenas o Vélez. Todo o futebol argentino está envolvido, justificando cada entrada dura para cumprir a mensagem de ganhar ‘custe o que custar’, pois falhando em conseguir os três pontos, o técnico corre perigo de expulsão”, afirmou o jornalista.

Algo parecido com isso foi visto no Newell’s Old Boys x Estudiantes de La Plata, também pela Sul-Americana. No entanto, dessa vez, o árbitro Diego Abal foi criticado por não ter sido rigoroso o suficiente, o oposto de Laverni.

Com essa situação vale a pena pensarmos acerca da conclusão do jornalista Román Lucht: “A conclusão não oferece segundas leituras. Quando nos perguntamos: porque temos sempre a sensação que os estádios de futebol argentino são o reino do vale-tudo? A resposta é tão simples como contundente. Porque é assim”.

Rafael Duarte Oliveira Venancio

Em 2010, na primeira versão desse texto, Rafael Duarte Oliveira Venancio escrevia para o Futebol Portenho, era professor do Senac e doutorando na USP. Em 2014, era professor doutor da Universidade Federal de Uberlândia e mantinha o blog Lupa Esportiva no Correio de Uberlândia. Agora, em 2020, é pós-doutor pela ECA-USP, além de escritor e dramaturgo com peças encenadas em 3 países e em 3 línguas. Nestes 10 anos, sempre tem alguém comentando este texto com ele, seja rindo, seja injuriado...

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