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Cem anos do Valencia, quase um “clube argentino”

Cañizares, Pellegrino, Carew, Baraja, Angloma e Mendieta, Kily González, Aimar, Ayala, Juan Sánchez e Carboni: quatro argentinos valencianos, fora o técnico Cúper, antes da final da Liga dos Campeões de 2001

Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madrid, Sevilla, Espanyol, Celta de Vigo, Real Mallorca e Villarreal são todos clubes espanhóis que devem muito a argentinos, em quantidade e/ou qualidade, para as fases mais brilhantes de suas histórias, repletas de hermanos. Clicando em cada nome pode-se ver matérias dedicadas a eles feitas pelo Futebol Portenho. E se ainda faltava um time nessa lista, é o Valencia. Pendência resolvida em grande estilo hoje, quando os morcegos completam o seu centenário. Afinal, só Atlético e Espanyol tiveram mais argentinos na história. Sem eles, as glórias valencianas seriam por demais escassas, como veremos. Não à toa, se o Atleti chegou a ser apelidado de Los Indios pela relação histórica com os platinos, a equipe hoje centenária virou Los Che.

O primeiro deles começou a carreira já na Espanha mesmo e era um defensor chamado Guillermo Villagra. Vindo do Arenas, esteve nos Che entre 1933-36, sendo titular na primeira final de Copa do Rei disputada pelo clube – na verdade, Copa do Presidente, como o torneio foi renomeado no breve período republicano nos anos 30 (deu Real Madrid, chamado apenas de Madrid naquele contexto, na temporada 1933-34). Após a Guerra Civil, foi comum La Liga importar jogadores da liga mexicana, incluindo aí muitos argentinos do Barcelona. O Valencia trouxe de lá o meia Horacio Herrero, que na Argentina defendera Colegiales e Vélez. Foi o primeiro estrangeiro no Mestalla desde o conflito e deixou sua contribuição para a única temporada em que ficou por lá, a de 1948-49: o clube foi vice no campeonato e venceu a Copa do Rei, agora Copa do Generalíssimo, em referência ao ditador Franco. Embora não tenha jogado a decisão, Herrero foi titular na temporada, mas optou por não renovar o contrato e rumou ao Racing Santander.

O nome seguinte foi o do primeiro argentino globalizado no futebol, em tempos em que tal faceta era raríssima. Foi o de Alejandro Scopelli, integrante da seleção vice da Copa de 1930 que vinha construindo uma carreira de técnico notável nas forças portuguesas e também na Espanha, onde já havia se destacado por Espanyol (“Español”, durante o franquismo) e Deportivo La Coruña. Já dedicamos este especial a Scopelli, que chegou em meados de 1962 para passar o período aproximado de um ano, suficiente para ele ser bi continental. Foi na Copa das Feiras, precursora da atual Liga Europa. Chegou na reta final da campanha da temporada 1961-62, ganhando a taça com um 7-3 agregado no Barcelona de Sándor Kocsis, e bisou com um 4-1 agregado no Dínamo Zagreb na final de 1962-63. Nessa segunda final, um dos titulares foi outro argentino, o atacante José Sánchez Lage.

Sánchez Lage já estava na Espanha, a serviço do Real Oviedo, quando reforçou o Valencia para a temporada 1962-63. Na terra natal ele já havia defendido River, Huracán, Banfield e um forte Atlanta. Além do título de 1962-63, o Valencia também esteve na final seguinte da Copa das Feiras. O atacante, embora não atuasse na derrota para o Real Zaragoza, ficaria até 1966, defendendo ainda o rival Levante posteriormente. O argentino seguinte, por sua vez, foi um nome histórico no futebol: ninguém menos que Alfredo Di Stéfano aportou no Mestalla em 1970, credenciado pelo título argentino de 1969 conquistado sob diversas heresias: foi treinando exatamente o Boca, concorrendo exatamente contra o River (em jejum desde 1957) e obtido exatamente em Superclásico exatamente na rodada final e exatamente dentro do Monumental, onde os auriazuis jamais haviam dado volta olímpica contra o rival.

Fotos do Valencia campeão em 1962 e em 1963 do torneio que antecedeu a Liga Europa. O técnico Scopelli é o engravatado à esquerda, e Sánchez Lage é o agachado ao lado do brasileiro Waldo na da direita

Se o Di Stéfano jogador é sinônimo de Real Madrid, como técnico não houve clube mais associado a ele do que o Valencia, onde ele iniciou em 1970 a primeira de suas três vitoriosas passagens pelos Che. De cara, obteve na temporada 1970-71 um título espanhol, encerrando jejum pendente desde 1947, e obteve um vice na Copa do Rei/Generalíssimo (caindo por um eletrizante 4-3 em prorrogação com o Barcelona). Em meados daquela temporada, chegou do Platense o atacante Oscar Valdez, a tempo de integrar os campeões espanhóis. Para a temporada seguinte, veio Miguel Adorno, ex-Racing, para ser sua dupla no ataque. Os três chegaram a nova final de Copa do Rei na temporada 1971-72, com Valdez inclusive marcando o gol valenciano na derrota para o Atlético e em seguida naturalizando-se para defender a seleção espanhola. Também ficaram no vice de La Liga. Essa primeira passagem de Di Stéfano durou até 1974. Adorno ficou até 1977, rumando ao rival Levante; e Valdez, até 1978.

Ainda com Adorno e Valdez, o Valencia experimentou novo trio argentino a partir de 1976, quando foram colegas de um reforço do Rosario Central: Mario Kempes, que não recusou uma oferta para deixar uma Argentina recém-sujeita a golpe e levar consigo sua família peronista em uma época em que a seleção, após fracassar na Copa de 1974, não chamava quem atuasse no exterior. Kempes, a quem já dedicamos este Especial, não tardou a ser El Matador no novo clube, faturando as artilharias de La Liga já nas duas primeiras temporadas, as de 1976-77 e 1977-78, mesmo com os morcegos fora do pódio. Foi o suficiente para o técnico César Menotti abrir para ele a única exceção na convocação da Copa de 1978, onde só o centroavante vinha da Europa, para tornar-se o primeiro que a Albiceleste usou do Valencia. Em paralelo, chegara em 1977 o ponta Darío Felman, logo após converter o último pênalti na série que deu ao Boca sua primeira Libertadores, sobre o Cruzeiro.

O título e artilharia de Kempes também no Mundial apenas abriram outras três temporadas douradas, dessa vez com o clube colhendo títulos para além das marcas individuais de seu artilheiro. Felman não foi à Copa, ganhando outro Mundial em 1978, o Interclubes válido ainda por 1977 mesmo e só finalizado em agosto de 1978 – quando o Valencia, em pré-temporada, aceitou empresta-lo ao Boca apenas para a ocasião. Ele e Kempes então estiveram juntos na conquistas valencianas em série: o time venceu a Copa do Rei de 1978-79 com Kempes anotando dois em um 3-0 na decisão com o Real Madrid; com Di Stéfano de volta para a temporada 1979-80, o trio ganhou a Recopa Europeia, seguida pela Supercopa da UEFA que abriu a temporada 1980-81 – nesse jogo, Felman marcou um dos gols do triunfo sobre o Nottingham Forest.

Felman ficou até 1983, voltando ao clube que o revelara, o Gimnasia de Mendoza. Kempes, por sua vez, chegou a ser emprestado ao River do início de 1981 até a Copa de 1982, como única resposta possível do Millo à ida de Maradona ao Boca, em negócio que permitiu ao Valencia terminar de reformar o Mestalla para a Copa do Mundo – curiosamente, El Matador e Di Stéfano estariam juntos pelo time de Núñez campeão argentino de 1981. Embora decaísse rápido a partir do Mundial da Espanha, o centroavante ainda foi o artilheiro do elenco nas duas temporadas subsequentes antes de ir ao modesto Hércules. Em paralelo, os Che trouxeram ainda em 1983 o atacante Juan José Urruti, que vinha da fase dourada do Racing de Córdoba. Em 1984, quem apareceu foi o goleador José Raúl Iglesias, jovem que já tinha longevidade na Espanha por Recreativo de Huelva, Barcelona B e Logroñés, mas que vinha de um San Lorenzo quase campeão da elite em 1983 vindo da segunda divisão.

O técnico Di Stéfano com Valdez, que como ele também jogaria pela seleção espanhola. Kempes com Felman. E Di Stéfano em sua segunda passagem erguendo a Recopa Europeia aos céus de Heysel

Toti Iglesias, porém, só durou seis jogos, voltando à Argentina para defender o Estudiantes e brilhar por Huracán e Racing. Dedicamos já este Especial ao “Martín Palermo dos anos 80”. Urruti, por sua vez, ficou até 1986, saindo após a infelicidade do rebaixamento para defender o Rosario Central. Alfredo Di Stéfano retornou pela terceira vez ao Valencia nessa época, inicialmente como bombeiro para tentar evitar a queda. Não conseguiu, mas não deixou de ser campeão na nova passagem, levantando a segunda divisão de 1986-87. Para 1987-89, o time trouxe do Newell’s o volante Rubén Ciraolo, que após duas temporadas voltou à Argentina para defender o San Lorenzo. O hermano seguinte tardaria até 1993 e foi o atacante Juan Antonio Pizzi. Revelado no Rosario Central, fazia sucesso em um Tenerife também “argentino” que em duas temporadas seguidas impediu o Real Madrid de ser campeão espanhol. Em um clube de expressão maior, Pizzi visava uma chance de ir à Copa do Mundo, mas não vingou e logo estava de volta ao Tenerife. Aí, conseguiu a artilharia de La Liga, mas adotaria a seleção espanhola ao ver-se sem chances com a argentina.

Para a temporada 1996-97, o Valencia fechou um pacote promissor. Trouxe para técnico o renomado Jorge Valdano, exatamente o comandante daquele Tenerife histórico, embora vindo de uma estadia sem êxito no Real Madrid. E, além de Romário, fechou para o ataque com duas promessas da seleção prata das Olimpíadas de Atlanta: os pontas Claudio López, que conseguira participar de um Racing que brigou por um título no Apertura 1995; e Ariel Ortega, vindo do River campeão da Libertadores. Valdano só durou aquela temporada e o irregular Ortega, boicotado como Romário pelo sucessor Claudio Ranieri, uma a mais. El Piojo López é quem viraria ídolo eterno e anfitrião de uma leva de compatriotas. Os primeiros, em 1997. O mais chamativo foi o zagueiro Fernando Cáceres, titular na Copa de 1994. Vinha de um semestre ruim no Boca e buscava reerguer-se no país onde já havia brilhado pelo Real Zaragoza campeão até continental em 1995. Já o goleiro Gustavo Campagnuolo vinha dos últimos anos do Deportivo Español na elite argentina, enquanto o atacante Guillermo Morigi era um dos operários dos últimos títulos internacionais do Vélez (a Supercopa de 1996 e a Recopa de 1997).

Nenhum dos novatos vingou; El Negro Cáceres, a quem dedicamos este Especial no mês passado, só recobrou sucesso no grande Celta de Vigo da virada do século. Já Campagnuolo mal saiu da reserva de Andoni Zubizarreta e acertou com o San Lorenzo, depois vindo a brilhar no Racing campeão da elite após 35 anos, em 2001. Ambos ficaram só uma temporada, enquanto Morigi estendeu-se por mais um ano, voltando ao Vélez, a tempo de deixar um gol em partida histórica: a sensacional virada para 4-3 nos vinte minutos finais onde se perdia por 3-0 no Camp Nou. Tudo com gols argentinos: Claudio López, carrasco blaugrana frequente, marcou duas vezes nesse jogo, com Ortega decretando a virada. López também faria mais dois nos 3-0 sobre o Barcelona na final da Copa do Rei de 1998-99, presenteando os 80 anos dos Che e quebrando jejum de vinte anos do time na competição – desde aqueles outros 3-0 com dois gols de Kempes.

Em paralelo, o nanico Real Mallorca, cheio de argentinos, iniciava o maior período de sua história, vindo do vice na Recopa Europeia. Seu comandante era Héctor Cúper, que já havia feito a chamada Cúperativa funcionar em especial no Lanús campeão da Copa Conmebol de 1996. Marcado pelos vice-campeonatos na carreira, Cúper chegou sendo campeão, na Supercopa da Espanha que abriu a temporada de 1999-2000: o Barcelona teve revanche e novamente perdeu com gol de López, que fez o único no Mestalla, decisivo antes dos 3-3 arrancados no Camp Nou. Sob Cúper, El Piojo recebeu diversos outros argentinos em 1999: para a defesa, chegaram Daniel Fagiani, ex-Newell’s, e o gigante Mauricio Pellegrino, daquele grande Vélez da década e com passagem pela seleção (estava no Barcelona); e para a frente, Kily González, revelado pelo Rosario Central, vinha do Real Zaragoza.

Kempes fez dois gols em 3-0 sobre o Real Madrid na final da Copa do Rei de 1979. O clube demorou vinte anos para ganhar o torneio de novo. E foi com Claudio López marcando dois gols em 3-0 sobre o Barcelona (note Guardiola ao fundo)…

Apenas Fagiani não vingou naquele pacote, indo ao Boca ao fim da temporada histórica: López, Pellegrino e Kily foram titularíssimos na campanha que colocou o Valencia em sua primeira final de Liga dos Campeões. O vice marcou a despedida do ídolo López, contratado a peso de ouro por uma Lazio igualmente histórica na época. Ausência reposta com dois novos argentinos: o zagueirão Roberto Ayala, intocável na seleção apesar das desventuras por Napoli e Milan, e a promessa riverplatense Pablo Aimar. Cúper alinhou esses quatro argentinos disponíveis em nova caminhada até a final da Liga dos Campeões, novamente encerrada com o vice-campeonato. A decepção não impediu que o treinador rumasse à Internazionale. Os ex-pupilos, por sua vez, minoraram a mágoa faturando o campeonato espanhol de 2001-02, o primeiro erguido pelos Che desde a conquista sob Di Stéfano em 1971.

Dos quatro argentinos vencedores, só Pellegrino terminou de fora da Copa do Mundo de 2002. Kily ficou mais uma temporada, juntando-se em 2003 à Inter. Os outros três adicionariam ao currículo mais três conquistas, todas em 2004: o último título espanhol valenciano, a Copa da UEFA e a Supercopa da UEFA. Àquela altura, apenas Ayala era realmente titular, sendo inclusive eleito oficialmente o melhor em campo na final da Copa da UEFA, onde anulou Didier Drogba. El Ratón ficaria até 2007 antes de ir pendurar as chuteiras no Racing. Pellegrino ainda durou até 2005, repassado ao Liverpool, enquanto Aimar, ídolo de um jovem Lionel Messi pelo que soubera produzir até 2004, saiu em 2006, para o Real Zaragoza.

Desde então, o Valencia só somou um título, a Copa do Rei de 2007-08. Foi o primeiro título do clube sem ter um argentino titular desde os anos 60, embora Éver Banega estivesse no banco, contratado logo após ganhar em 2007 a última Libertadores do Boca. Sem espaço, chegou a ser emprestado na temporada 2008-09 ao Atlético de Madrid, voltando ao Mestalla para uma estadia finalizada em 2013; no início de 2014, foi emprestado ao Newell’s visando a Copa do Mundo, sem êxito, começando então sua trajetória de sucesso no Sevilla. Nos Che, o volante participou dos três terceiros lugares seguidamente obtidos entre 2010 e 2012 em La Liga. Entre 2009 e 2011, um de seus colegas foi o atacante Alejandro Domínguez, que vinha dos primeiros títulos russos de Zenit e Rubin Kazan e preferiu voltar ao River do coração para tira-lo da segundona na temporada 2011-12. Outro, entre 2010 e 2013, foi Alberto “Tino” Costa, de trajetória curiosa.

Costa vinha do Montpellier, tendo construído a carreira nos cantos mais obscuros do futebol francês, desde a ilha de Guadalupe (!) até o sumido Racing de Paris. Aquelas boas campanhas valencianas lhe renderam alguns testes na seleção, embora o meia não vingasse. Em 2011, apareceu o atacante Pablo Piatti, contratado junto ao Almería após formar-se no Estudiantes; em 2012, o Valencia apostou no volante Fernando Gago, já visto em decadência no Real Madrid – que o havia emprestado à Roma na temporada anterior; no mesmo ano, o atacante Federico Cartabia foi promovido das próprias divisões de base dos morcegos, cujo time principal trouxe de volta o ídolo Pellegrino para técnico. Só Piatti ficou algum tempo, até 2016; Gago em 2013 foi ao Vélez usa-lo como trampolim para voltar ao seu Boca, enquanto Cartabia foi sucessivamente emprestado a partir de 2014 até ser vendido em 2017 ao Deportivo La Coruña. Pellegrino, por sua vez, deu lugar em 2013 a outro ex-argentino do Mestalla, Pizzi.

Ortega foi instável, mas outro herói contra o Barcelona. Representou a seleção vindo do Valencia assim como Banega e Tino Costa. De laranja, o histórico técnico Cúper

Pizzi só ficou até 2014, ano em que o Valencia voltou a abrigar de uma vez diversos argentinos. Bruno Zuculini foi o mais obscuro: emprestado pelo Manchester City, que o contratara junto ao Racing, jogou uma única vez antes de ser reemprestado ao Córdoba. O Racing também era o clube de origem da promessa Rodrigo de Paul. De clubes portugueses vinham Enzo Pérez, que fora à Copa do Mundo servindo o Benfica, enquanto o Porto vendeu Nicolás Otamendi após o beque, emprestado ao Atlético Mineiro, não ter concretizado a convocação ao Mundial do Brasil. Por fim, Lucas Orbán vinha do Bordeaux após despontar no Tigre. Curiosamente, esses outros quatro deixaram todos em 2016 os morcegos, que naquele mesmo ano trouxeram Ezequiel Garay do Benfica.

Luciano Vietto (que defendera outro rival, o Villarreal) passou a temporada 2017-18 emprestado pelo Atlético de Madrid. Em 2018, quem chegou sob empréstimo, do Celta de Vigo, foi Facundo Roncaglia. Ele e Garay são os hermanos do elenco que tentará coroar o centenário batendo o Barcelona na final da Copa do Rei, em maio. Será?

Por fim, vale ainda lembrar as vezes em que o Valencia enfrentou a própria seleção argentina, logicamente em amistosos não-oficiais. Em 14 de novembro de 1979, houve um curioso duelo entre Kempes e Maradona no Monumental de Núñez. Na realidade, os donos da casa foram representados pela Argentina sub-20, recém-campeã mundial da categoria. Hugo Alves abriu o placar, que ficou no 1-1 após Kempes fornecer a assistência para Javier Subirats – que também estaria nos outros dois jogos, realizados em 22 de agosto de 1981 e em 25 de maio de 1990, ambos no Mestalla. Em 1981, agora com Kempes do lado argentino, Ramón Díaz marcou o único gol de um raro jogo a contar com Daniel Brailovsky pela Albiceleste. Brailovsky é um dos poucos que defenderam três países no futebol: pelo Uruguai nos juvenis, pela Argentina em amistosos não-oficiais como aquele, que deixaram El Ruso livre nas regras da FIFA para jogar por Israel no fim dos anos 80.

Já o jogo de 1990 foi o último amistoso pré-Copa da seleção, rendendo o corte final da convocação, a do zagueiro José Luis Brown, impossibilitado de atuar por lesão. Enric Cuxart abriu o placar igualado por Gustavo Dezotti, que ali fez seu único gol pela Argentina. Além de Subirats (curiosamente, utilizado como substituto nesses dois jogos envolvendo a seleção principal), o outro único a figurar nas três partidas foi Maradona, enquanto o goleiro José Manuel Sempere também representou a equipe espanhola nos dois amistosos de adultos.

Kempes, Felman e Claudio López serão os representantes argentinos na marcha que comemorará o centenário do valencianismo nessa segunda-feira.

A noite em que Kempes, pelo Valencia, enfrentou a Argentina (sub-20), de Maradona. À direita, os argentinos atuais do Mestalla, Garay e Roncaglia
https://twitter.com/valenciacf/status/1107552448208662528

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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