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70 anos de Luis Galván, símbolo maior do Talleres. Pelo clube e na seleção, campeão da Copa 78

O historiador Esteban Bekerman defende que a última geração dourada do futebol argentino foi a dos anos 70, responsável pelos dois títulos mundiais da seleção e por nela existiam jogadores de alto nível mesmo em clubes pequenos. Fato é que a Argentina de 1978 usou maciçamente gente do marginalizado futebol do interior. Nisso, sobressaiu-se a província de Córdoba, com três campeões pertencendo ao Talleres. O único titular em todo o torneio foi o zagueirão Luis Adolfo Galván, um Gamarra argentino (como o paraguaio, cometia poucas infrações, favorecido pela velocidade e senso de colocação para antecipar-se aos adversários) que hoje faz 70 anos. Mesmo também jogando no rival Belgrano, não há símbolo maior dos alviazuis: detém o recorde de jogos por La T. Relembra-lo é relembrar uma página dourada do clube e do futebol cordobês, intenções que não escapam a essa nota.

Galván nasceu em Fernández, província de Santiago del Estero, ao norte da província vizinha de Córdoba. E fez toda a carreira no interior “raiz”, passando longe dos clubes da província de Buenos Aires ou mesmo em Rosario e Santa Fe. Após iniciar-se no Sportivo Fernández em 1969, apareceu no time principal do Talleres em 1970. Foi só no ano anterior que a equipe havia estreado no Torneio Nacional, já na terceira edição dessa competição, a reunir entre 1967 e 1985 os melhores clubes das ligas provinciais com os melhores do campeonato argentino – que, apesar do nome, era na prática regional, pois restrito (de modo oficial mesmo) à Grande Buenos Aires, La Plata, Rosario e Santa Fe.

Em 1970, o campeão cordobês foi o Belgrano, o que não impediu que o Talleres também se habilitasse ao Torneio Regional que, envolvendo não só os campeões como outros bem colocados, servia de seletiva ao Torneio Nacional. Aí, La T levou a melhor nos dois clássicos, ganhando como visitante por 2-0 e triunfando depois por 1-0 em partida suspensa aos 73 minutos. Mas para o Nacional a equipe não estava madura. Teve como melhor momento um triunfo de 1-0 sobre o Racing em Avellaneda, mas ficou em 16º lugar entre vinte clubes.

Os resultados caíram em âmbito doméstico. O Belgrano seguiu campeão cordobês em 1971 e em 1972 foi a vez do Instituto, de Mario Kempes, Osvaldo Ardiles e Miguel Ángel Oviedo (todos campeões da Copa de 1978, na qual Oviedo foi outro do trio de jogadores do Talleres). La T, por sua vez, não conseguiu lugar nas seletivas do Torneio Regional. Pior: em 1973, enquanto o Belgrano era campeão provincial, os alviazuis estiveram até perto do rebaixamento na liga cordobesa. Mas Galván já conseguia se destacar: em 29 de julho daquele 1973, estreou pela Argentina, ainda que em partida não-oficial, uma de tantas da chamada “seleção fantasma”, que reunia jogadores ainda sem fama na preparação para o duelo em La Paz contra a Bolívia pelas eliminatórias. O jogo foi contra o clube Sarmiento, que curiosamente escalou um anônimo Daniel Passarella, futura dupla de zaga de Galván na Albiceleste e incapaz de evitar o atropelo de 5-1.

Galván é o jogador mais à esquerda em celebração da primeira grande campanha nacional, em 1974. Na direita, estoura o champanhe pela Copa Ouro no verão de 1981

Galván, ali, tornou-se o primeiro jogador do Talleres na seleção e 1973 foi também o ano do início da presidência de Amadeo Nucetelli, para o bem e para o mal o principal cartola tallarin. Entre 1974 e 1979, não houve outro time na província. Na verdade, houve. A seleção convocou até jogadores do Racing de Córdoba, a quarta força local (caso do citado Miguel Ángel Oviedo, único que a seleção chamou de mais de um clube cordobês). Mas o Talleres conseguiu um hexa local. O recorde era, ainda na fase amadora, os tetras de Belgrano e Instituto, que por conta dessa sequência recebeu seu apelido da La Gloria; desde o profissionalismo, em 1933, ninguém havia sido nem mesmo tri. Àquela altura, o campeão cordobês já adentrava diretamente no Torneio Nacional, sem precisar jogar a seletiva regional. E já em 1974 o Talleres mostrou a cara nova.

No Nacional de 1974, o clube foi simplesmente líder em grupo de nove clubes a contar ainda com Newell’s e River, além dos tradicionais Gimnasia LP, Argentinos Jrs e Colón. Foram só três derrotas em dezoito jogos, com dez vitórias. Era uma equipe mais eficiente do que de dar espetáculo, mas quem torcedor se importava com o retrospecto invicto para cima do River (1-1 fora de casa e 2-1 em Córdoba)? O técnico de La T, aliás, seria chamado ao próprio River. Era a lenda Ángel Labruna, que no ano seguinte tiraria os millonarios da sua maior seca, os dezoito anos pendentes desde 1957, quando Labruna ainda jogava pelo time de Núñez. As credenciais para voltar à velha casa foram, afinal, reforçadas na segunda fase do Nacional de 1974.

No octagonal final, os cordobeses ficaram em quarto, graças a um triunfo sobre o Boca na rodada final. E onde entra Galván nisso? Entra no fato de que era o capitão daquele elenco. E entra no fato de que o clube-revelação teve a segunda melhor defesa do campeonato, sofrendo 22 gols, mesmos números sofridos pelo campeão San Lorenzo. Rosario Central e Boca sofreram ambos 21 gols cada, mas eles e o próprio San Lorenzo tiveram desempenhos oscilantes: os dois auriazuis haviam sofrido na primeira fase respectivamente oito e dez gols, mas abriram as torneiras no octagonal (treze e onze). Já o Sanloré sofrera inicialmente quatorze, mas soubera reduzir para oito na fase decisiva. A regularidade da defesa tallarin (doze gols na primeira fase e dez na segunda), não acompanhada no mesmo nível pelo seu ataque, foi reconhecida pelo técnico recém-empossado na seleção.

Galván voltou à seleção em 1975, primeiramente para novos jogos não-oficiais (contra Palmeiras e Goiás, no triangular que inaugurou o Serra Dourada) em março e então em um 2-1 oficial sobre a Bolívia em 27 de junho de 1975, jogo histórico em que César Menotti só usou gente do interior para bater La Verde mesmo em Cochabamba, pinçando dali o zagueiro e outros três futuros campeões de 1978. Mas inicialmente o zagueiro pareceu ignorado pela Albiceleste, relegado a novas partidas não-oficiais, incluindo uma contra o próprio Talleres (2-0, em 19 de junho de 1975). Após duelos contra os clubes Kimberley de Mar del Plata e Excursionistas de Tandil em fevereiro de 1976, foi esquecido de modo absoluto, só entrando em campo novamente já no próprio 1978. O que o Talleres fazia, afinal, não podia ser ignorado.

Na estreia profissional de Maradona (que aparece ao fundo), em 1976, encarando Roberto Perfumo na semifinal do mesmo ano e marcando Roberto Dinamite em 1978

Em 1975, o bairro Jardín voltou a ser líder do grupo no Nacional, em chave de oito times, a contar com o Racing, Newell’s e Colón. No octagonal final, só venceu um jogo em sete, ficando em sexto – ainda assim, uma campanha honrosa. O inverso se deu em 1976, indo de menor a maior: começou com um empate e três derrotas, mas recuperou-se a ponto de pelo terceiro ano seguido liderar seu grupo, a contar com Newell’s, San Lorenzo e o Argentinos Jrs do estreante Maradona. A primeira partida profissional de Dieguito foi justamente uma derrota de 1-0 em casa para La T (o time de La Paternal chegou a perder ainda por 5-0 em Córdoba). Dessa vez, a segunda fase virou um mata-mata em jogos únicos. Em quartas interioranas, bateu-se por 4-0 o Unión de Santa Fe (do goleiro Nery Pumpido). O sonho terminou na neutra Bombonera, onde o River precisou de gol do zagueiro Daniel Passarella para vencer por 1-0 na semifinal. “O Talleres é uma equipe de figuras que percorre o país produzindo o boom futebolístico do momento. Goleia em Córdoba e dá espetáculo em cada província que visita”, dizia naqueles tempos a saudosa revista El Gráfico.

Dessa vez, a segurança fornecida por Galván era correspondida na linha de frente, com Luis Ludueña terminando artilheiro do campeonato, municiado pelo armador José Daniel Valencia. As boas exibições chegaram até mesmo ao continente africano, em troféu obtido em torneio promovido no Zaire naquele mesmo ano. Pois em 1977 um passo além foi dado. Os tallarines voltaram a liderar sua chave, ficando cinco pontos à frente do River (quando a vitória valia dois), em grupo a contar também com Racing e Vélez. Os alviazuis ofuscaram até mesmo uma campanha notável do rival Belgrano, por dois pontos vice do grupo liderado pelo Independiente. O regulamento foi mais rigoroso que o dos anos anteriores, com somente o líder avançando, diretamente a semifinais, que em contrapartida seriam em dois jogos, assim como as finais. O Newell’s foi adiante eliminado, e o adversário final foi o próprio Independiente. Em Avellaneda, ficou-se em um ótimo 1-1.

Na sua casa, os cordobeses chegavam a vencer por 2-1, ainda que em lances irregulares convalidados por um árbitro pressionado por dirigentes locais da ditadura, capaz de também expulsar três jogadores visitantes por reclamação. Nos minutos finais, o Rojo se superou e conseguiu o empate que, pelo critério do gol fora de casa, lhe deu o título – aplaudido pela própria torcida local. O escândalo da final, realizada já em janeiro de 1978, não manchou a grande campanha de La T: desde dezembro, Galván e os colegas José Daniel Valencia, Oviedo e Humberto Bravo estavam pré-convocados à Copa. Em fevereiro, semanas após o vice nacional, Menotti impôs aos pré-convocados dedicação exclusiva à seleção, em regime de concentração em Ezeiza e alguns últimos amistosos.

De convocação criticada, Galván reestreou pela Argentina já em 4 de março, em um 0-0 não-oficial contra uma virtual seleção B do Uruguai. A reestreia oficial veio em 19 de março, em vitória por 2-1 sobre o Peru, derrotado quatro dias depois por 3-1 mesmo em Lima (fatos que levariam a própria Placar a, na época, vislumbrar que uma goleada sobre os peruanos por quatro gols seria plenamente possível, criticando o Brasil por não conseguir mais gols para dificultar a missão argentina). A seguir, amistosos contra Bulgária, ainda em 29 de março (3-1 em Buenos Aires), um punhado mais em abril (2-0 na Romênia e 3-1 na Irlanda em Buenos Aires, derrota de 2-0 para o Uruguai em Montevidéu, além de jogos não-oficiais contra a seleção municipal da Tandil e o clube Cipolletti, vencidos respectivamente por 1-0 e 2-0) e maio: houve troco no Uruguai, derrotado por 3-0 na capital argentina, e mais uma penca não-oficial – 2-1 na seleção municipal de Corrientes, 7-0 na seleção do sul da província de Buenos Aires e 3-1 na seleção cordobesa.

Estreia do Talleres no Metropolitano, em 1980: Néstor Lucco, José Reinaldi, Humberto Bravo, José Berta, José Daniel Valencia e Carlos Guerini; Rubén Guibaudo, Miguel Ángel Oviedo, Rafael Pavón, Héctor Arrieta e Galván

Bravo foi um dos últimos três cortados, acompanhando Maradona nisso. Galván, Valencia e Oviedo foram confirmados, com os dois primeiros iniciando na titularidade. Valencia a perderia no decorrer da segunda fase de grupos, mas Galván ficou até o fim. Na final, a El Gráfico lhe avaliou com nota 10. Destacou-se contra os holandeses sobretudo ao interceptar aos 12 minutos cruzamento ao artilheiro Rob Rensebrink (que ficaria cara a cara com Ubaldo Fillol) e chegou até mesmo a armar uma jogada, com um passe seu encobrindo seis adversários próximos e pôr Daniel Bertoni próximo do gol, mas o ponteiro não foi ágil e, já sob pressão, não concluiu bem a oportunidade dada aos 27 minutos.

Após a Copa, Galván manteve a rotina no Talleres: no Nacional de 1978, o time do artilheiro José Reinaldi foi líder de grupo de oito, que continha também o Racing, o Newell’s e o Estudiantes. Nas quartas, eliminou-se o Huracán, mas o Independiente voltou a ser o algoz, dessa vez na semifinal, ganhando por 2-0 em Avellaneda após 0-0 em Córdoba. Em 1979, pelo sexto ano seguido, La T foi líder de sua chave, à frente de River, Huracán e Newell’s. Por ironia, o River seria adiante o campeão, batendo na decisão o Unión do goleiro Nery Pumpido. O time de Santa Fe foi o algoz da vez dos cordobeses, ganhando por 3-0 em casa para se assustar em Córdoba, onde caiu por 2-0.

Para o ano de 1980, então, instituiu-se que clubes do interior com duas classificações seguidas à segunda fase dos Nacionais seriam admitidos no campeonato argentino (que entre 1967 e 1985 foi renomado apropriadamente como “Metropolitano”). Só o Talleres inicialmente cumpria esse requisito, com louvor, pelo triplo do mínimo. Hoje considera-se que a medida desgastou sua força e a de outros clubes contemplados (todos de Córdoba: o Instituto em 1981, o Racing local em 1982). Mas inicialmente La T reiterou sua força, terminando em 3º na sua estreia no Metro, a um ponto do vice Argentinos Jrs de Maradona. Ganhou de 3-0 do San Lorenzo e de 5-0 do Independiente.

Em contrapartida, pela primeira vez desde o ciclo pré-1974 o time não avançou no Nacional, caindo na primeira fase da edição 1980 (ainda que ganhando de 4-1 do Boca). A liga cordobesa, sem a presença dos alviazuis, ficou com o Racing. Por outro lado, diferentemente dos anos anteriores, o clube não “concorria” com a seleção por Galván na época do Torneio Nacional: o zagueiro defendeu seis vezes a Albiceleste em 1980, todas no segundo semestre, credenciado por aquele bronze no Metropolitano. Em 1981, o clube parecia que continuaria nas cabeças, ganhando no verão a amistosa Copa de Ouro sobre o Boca. Mas terminou mal: brigou contra o rebaixamento no Metro (a um ponto do rebaixado San Lorenzo) e novamente foi eliminado na fase de grupos do Nacional, a nove pontos da classificação.

A passagem pelo Belgrano não tirou Galván do time do centenário tallarin: ele, Daniel Willington, Julián Maidana, Mario Cuenca, José Zelaya (de camisa reserva) e Miguel Ángel Oviedo; Luis Ludueña, Antonio Romero, Humberto Bravo, José Daniel Valencia e Victorio Ocaño

Galván, dessa vez, esteve disponível ao longo do ano (em 1981, jogou só em janeiro, pelo Mundialito do Uruguai, e uma vez em novembro). Apesar do declínio clubístico, ele, já sem a velocidade de antes, foi mantido por Menotti na convocação à Copa de 1982, após o treinador não conseguir êxito em arrumar um substituto à altura (foram tentados Enzo Trossero e Edgardo Bauza, por exemplo) do que o tallarin havia exibido em 1978. No primeiro semestre, Menotti repetiu a ideia de uma longa concentração a partir de fevereiro. A fórmula não deu certo, como se sabe, e Galván despediu-se da Albiceleste junto com a eliminação – na época, era o segundo mais velho da Argentina em uma Copa, aos 34 anos, abaixo apenas dos 40 anos incompletos do próprio Labruna em 1958; depois, foi ultrapassado pelos 36 anos de Martín Palermo em 2010. Mesmo sem o xerife, o Talleres conseguiu ser semifinalista do Nacional, agora jogado no primeiro semestre. Mas no Metro ficou só em 12º.

Atualização em 16 de junho de 2018: a presença do goleiro Willy Caballero no 1-1 com a Islândia também o fez ultrapassar Galván. Caballero jogou com 36 anos e 8 meses, ultrapassando também os 36 anos e 7 meses de Palermo.

O time de Córdoba deu-se então ao luxo de abrir mão do já veterano zagueiro. Galván seguiu carreira no Loma Negra, time do interior bonaerense da cidade de Olavarría que na época era uma grande sensação – quase eliminara na fase de grupos do Nacional de 1981 o campeão River e em 1982 havia ganho um amistoso contra a seleção soviética. Com o astro, o Loma avançou aos mata-matas do Nacional de 1983, após liderar as duas primeiras fases de grupos (onde havia encarado River e Argentinos Jrs). Em 1984, Galván retornou a Córdoba para defender o Belgrano, campeão provincial após onze anos com um recorde de 40 jogos invictos. O Pirata também liderou seu grupo no Nacional, contra Rosario Central e Vélez, caindo nas quartas para o River.

Para 1985, Galván jogou o Torneio Nacional por um novo clube do interior (mesmo o Loma Negra da província de Buenos Aires era considerado do interior, distante demais da capital), o Central Norte, da província de Salta. Em uma chave-quadrangular, a equipe ficou em terceiro, a dois pontos do classificado Chacarita. O veterano seguiu carreira no futebol boliviano, pelo Bolívar, semifinalista da Libertadores de 1986, em triangular onde chegou a vencer o finalista América de Cali. Assim, em 1987 Galván chegou a voltar ao Talleres. Não foi feliz: La T ficou em último na temporada 1987-88, livrando-se do rebaixamento graças aos promedios.

Em 1989, Galván deixou o futebol após partidas semiprofissionais por Talleres de Jesús María e Unión Santiago, da sua província natal. Pela seleção, foram 34 jogos, todos na titularidade, com 21 vitórias e, oficialmente, só quatro derrotas, duas delas nas suas últimas duas partidas (contra Itália e Brasil na Copa de 1982). E ninguém jogou mais vezes pelo Talleres “verdadeiro”, o de Córdoba, com 534 jogos entre partidas nacionais, provinciais e regionais. Desde 2015, ele também nomeia o estádio do Independiente da sua cidade natal de Fernández.

Último em pé no Talleres da temporada 1987-88. A seu lado, o velho parceiro José Daniel Valencia. O goleiro, Ángel Comizzo, iria à Copa de 1990

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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