Há dez anos, o ídolo boquense Guillermo Barros Schelotto realizou aquela que é considerada a sua melhor exibição pelos auriazuis, classificando-os às quartas-de-final da vitoriosa Libertadores de 2003 ao marcar três vezes e fornecer uma assistência contra o Paysandu no calor de Belém do Pará dentro de um Mangueirão nunca tão lotado. El Mellizo era um atacante hábil, mas mais especialmente pelos lançamentos a companheiros e pelo oportunismo do que por faro goleador genuíno. Uma noite como aquela não foi, de fato, algo comum na carreira. Lembraremos outras do mesmo tipo.
Chegou à Ribeira após despontar no clube do coração, o Gimnasia y Esgrima La Plata, tal como outros dos maiores ídolos do Boca (Francisco Varallo, Alfredo Rojas e Hugo Gatti). Foram só quatro vezes na carreira que Guille marcou mais de duas vezes em uma só partida, e a primeira foi exatamente nos xeneizes: fez três nos 6-0 em plena La Bombonera no Clausura 1996, em que o GELP terminou vice.
Para aumentar a humilhação histórica, foi o dia da festiva inauguração do setor VIP do estádio. Outro gol, por sinal, fora de alguém que fizera o caminho inverso – Alberto Márcico, antigo ídolo boquense que na ocasião defendia os triperos contra o time de Caniggia e Verón, ex-Estudiantes. O técnico derrotado era outro ligado ao arquirrival platense, Carlos Bilardo: “nunca tive uma dor tão grande como esta, nem como jogador nem como técnico senti tanta vergonha no futebol”, declarou El Narigón.
No mesmo ano, em dezembro, o jogo contra o Huracán Corrientes foi de festa para os Barros Schelotto: Guillermo, pela única vez, marcou quatro em uma partida (um deles, de pênalti), enquanto o irmão gêmeo Gustavo fez outro nos 6-3, em La Plata. A outra única vez em que eles marcaram juntos foi em amistoso pelo Boca, em 1998, contra a Universidad Católica (5-2).
A terceira vez em que Guille marcou três em um só jogo foi no São Paulo, na primeira fase da Copa Mercosul 1999, em 31 de julho. Foi em um 5-2 no estádio do Ferro Carril Oeste, com ele convertendo dois pênaltis, tal como faria uma década atrás. O Paysandu surpreendera a todos a arrancara um 1-0 em plena Bombonera no jogo de ida, gol do futuro reforço e ídolo boquense Iarley, entrevistado pelo FP a respeito quando o feito completou dez anos também (ver aqui). Como estava invicto na competição e era forte em casa, assumiu o favoritismo, ruído por Guillermo logo aos 14 minutos de jogo.
Para classificar-se sem necessidade de pênaltis (os gols fora de casa não contavam na época), precisava-se vencer por dois gols de diferença. Os anfitriões empataram no início da segunda etapa, mas em vinte minutos a fatura já parecia liquidada para os argentinos: Schelotto dera uma assistência ao desafeto Delgado recoloca-los na dianteira e posteriormente converteu dois penais, com sua característica cobrança forte e no meio do gol; a respeito, vejam as perguntas 52 e 66 daqui.
Nos clássicos contra Estudiantes e River, o máximo que Guille conseguiu foi dois gols em um jogo, apenas uma vez: duas semanas depois de eliminar o Paysandu, impediu a derrota para o rival na Bombonera, em Superclásico finalizado em 2-2 (o River abrira 2-0). Ainda assim, suas atuações mais recordadas são as mencionadas diante do próprio Boca e do Paysandu. É de se notar que ambas se realizaram pouco depois de seu aniversário: o hat trick na Bombonera ocorreu um dia depois do atacante ter completado 23 anos; no Mangueirão, onze depois de fazer 30.
Um Top 5 elencando os ditos jogos contra Boca, Huracán Corrientes, São Paulo, Paysandu e River estaria completo, mas vale usar uma faixa bônus: sua atuação na final de 2008 da Major League Soccer, o campeonato dos Estados Unidos, onde jogou de 2007-10 pelo Columbus Crew. O clube de Ohio jamais havia sido campeão e, por tê-lo carregado até a decisão, GBS já havia sido eleito o melhor jogador do torneio. Terminou eleito também o melhor da final. Em vez de três gols, forneceu três assistências para os 3-1 no New York Red Bulls, além de acertar o travessão em toque sutil de fora da aérea. Abaixo, as fichas de seus hat tricks mais célebres e os vídeos que puderam ser encontrados.
Boca: Carlos Navarro Montoya, Luis Medero, Néstor Fabbri, Carlos MacAllister, Nelson Vivas (Alphonse Tchami 23/1º); Fabián Carrizo, José Basualdo, Kily González e Juan Sebastián Verón; Sergio Martínez e Claudio Caniggia. T: Carlos Bilardo. Gimnasia LP: Enzo Noce, Guillermo Sanguinetti, Jorge San Esteban, Ariel Pereyra, Gustavo Barros Schelotto (Darío Ortiz 30/2º), Andrés Yllana, Guillermo Larrosa, Alberto Márcico (Pablo Morant 11/2º), Favio Fernández, Guillermo Barros Schelotto, José Albornoz (Mario Saccone 16/2º). T: Carlos Griguol. Árbitro: Hugo Cordero. Gols: Gui. Barros Schelotto (2 e 13/1º), Albornoz (40/1º), Gui. Barros Schelotto (44/1º), Márcico (6/2º) e Saccone (34/2º). 05/05/1996
Paysandu: Ronaldo, Wellington, Gino, Jorginho (Balão 43/2º) e Luiz Fernando; Sandro Goiano (Jobson 34/2º), Bruno, Lecheva e Iarley; Vélber e Vandick (Zé Augusto 33/2º). T: Darío Pereyra. Boca: Roberto Abbondanzieri, Nicolás Burdisso, Rolando Schiavi e Marcos Crosa; Pablo Jerez, Raúl Cascini, Sebastián Battaglia, Diego Cagna (Gustavo Pinto) e Carlos Tévez; Guillermo Barros Schelotto e Marcelo Delgado (Matías Donnet). T: Carlos Bianchi. Árbitro: Jorge Larrionda. Gols: Barros Schelotto (14/1º), Lecheva (6/2º), Delgado (12/2º), Barros Schelotto (22 e 25/2º) e Burdisso (40/2º, contra). 15/05/2003
http://www.youtube.com/watch?v=F5AiJ4tdugc
http://www.youtube.com/watch?v=3uplGxcq6eo
As máquinas caça-níqueis são um dos jogos de casino mais preferidos do mundo, tanto no…
Até a Recopa 2025, a ausência de qualquer duelo que não fossem dois amistosos revela…
Com agradecimentos especiais à comunidade "Coleccionistas de Vélez Sarsfield", no Facebook; e aos perfis HistoriaDeVelez…
Originalmente publicado nos 25 anos, em 01/12/2019 - e revisto, atualizado e ampliado O ícone…
"Porque isto é algo mais do que uma simples partida, bastante maior do que uma…
As apostas no futebol estão em franco crescimento no Brasil, impulsionadas pelo aumento das casas…
This website uses cookies.