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Com show do prata-da-casa Benítez, Independiente enfia 3-0 no Racing

Benitez

O Racing atravessou o quarteirão esperançoso para o clássico. Se vencesse o clássico de Avellaneda na casa vizinha, poderia considerar-se virtualmente o segundo colocado provisório na tabela – tem um jogo a menos que os líderes, interrompido ainda no 1º tempo quando os alvicelestes venciam o Godoy Cruz, o que se for confirmado o coloca a 4 pontos do líder San Lorenzo. Não deu. O Independiente dominou do início ao fim e havia espaço para mais gols.

Martín Benítez (na foto acima), presente nas seleções de base, foi a grande figura. O placar de 3-0 poderia muito bem ter sido construído com três gols do misionero, que abriu o marcador aos 32 minutos. Àquela altura, o Independiente já controlava a partida. Foi quando Benítez recebeu um balão e repassou a Jesús Méndez, que acionou o ponta Diego Vera. Foram eles os autores dos três gols, por sinal. Vera cruzou rasteiro pela direita e Benítez concluiu a bela triangulação para abrir o marcador.

Sem ameaçar o gol de Diego Rodríguez, o Racing sofreu outro duro baque minutos depois. Marcos Acuña, que já tinha cartão amarelo, resvalou infantilmente o cotovelo em disputa de bola com Méndez. O rival enfeitou um pouco, mas a expulsão do alviceleste foi tão justa que até Diego Milito mostrou impaciência com o colega, afastando-o pelo pescoço do inútil protesto contra o árbitro Patricio Loustau. Benítez por pouco não ampliou em seguida. Após dois passes seguidos de calcanhar, ele concluiu com a bola passando rente à trave direita de Sebastián Saja.

No início do segundo tempo, enfim, o Racing chegou com alguma consistência rumo ao gol. Mas Gustavo Bou e Milito não tiveram muita sorte. Foram constantemente travados e, quando tiveram liberdade para chutarem sozinhos, não se mostraram calibrados. Aos poucos, o Rojo foi recuperando o domínio. Já Benítez foi atrapalhado por Saja e pelo travessão, em grande defesa do arqueiro da Academia, que impediu massacre maior.

Faltando dez minutos, o técnico racinguista Diego Cocca colocou em campo Mariano Pavone, talvez por superstição: ele havia marcado sobre o Independiente nas três últimas vezes que enfrentou-o. O substituído, Ricardo Noir, deixou o campo simulando aquecer o peito, em zombaria à suposta postura pouco passional da torcida rival, algo que na Argentina é expressado pelo termo “peito frio”.

A aposta do técnico e a provocação de Noir saíram pela culatra. Quase em seguida, os mandantes conseguiram uma falta pelo flanco esquerdo próximo à grande área. Méndez foi às lágrimas após cobrar com perfeição perto da gaveta de Saja, que pulou ligeiramente atrasado. O jogo decidiu-se de vez ali, mas ainda houve tempo para Vera, livre diante de uma defesa rival desanimada, emendar de cabeça para fazer os 3-0.

Os dois clubes lembraram o passado no uniforme, e prevaleceu o mais vitorioso: o Independiente usou o modelo todo vermelho como o dos tetracampeões da Libertadores de 1972-75 diante de um Racing que desfilou camisas com várias listras finas, como as usadas em seu único título na Libertadores, em 1967. Além do desastre em si pela derrota e pelo placar, o vexame também afasta as pretensões de título do Racing, que terá de torcer para Huracán e River fazerem valer o mando de campo nos clássicos contra San Lorenzo e Boca, respectivamente.

 

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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