Após 27 anos, Temperley está de volta à primeira divisão do futebol argentino

Festa em parte do Sul da Grande Buenos Aires. Após 27 anos de ausência da elite argentina, finalmente um dos clubes com a torcida mais fiel da região volta à elite do futebol argentino. Trata-se do Temperley, “el Gasolero del Sur”. O retorno se consolidou com a vitória incontestável sobre o All Boys, numa cancha com quase 20 mil hinchas enlouquecidos. Este é o segundo acesso em apenas seis meses, já que na temporada passada o Gasolero ainda disputava a B Metro, a terceira divisão do futebol local.

Esta é apenas a terceira vez que o Temperley ganha o direito de jogar na elite argentina. Conseguira o feito em 1974 e também em 1982, ocasião em que precisou de uma disputa de pênaltis interminável com o Atlanta, que apontou o resultado final de 13 a 12 para o a Celeste, outro apelido do conjunto do Sul. Chega a ser estranho que uma equipe com tantos torcedores não tenha frequentado a elite argentina por mais oportunidades. Porém, o que importa é que a equipe está de volta. E foi em grande estilo.

A partida no estádio Alfredo Beranger preocupava, pois o Temperley jogava em casa pela última vez na temporada. Com apenas mais um jogo para fazer era vital vencer o Albo, pois, do contrário, o Gasolero teria de decidir seu futuro em Rivadávia e diante do Independiente local. Enquanto isso, Ramón Santamarina e Huracán, com seis pontos a menos jogariam mais duas e três partidas, respectivamente. Tudo bem que no jogo suspenso do Huracán, aos 24 minutos do segundo tempo, o Globo perdia por 3×0 para o Sportivo Belgrano. Isto quer dizer que está praticamente decretada a perda dos pontos contra o Verde de San Francisco. Porém, tanto o Globo quanto o Santamarina poderiam igualar a pontuação do Gasolero.

Então, logo aos 22 minutos, Juan Dinenno se aproveitou de uma confusão na área do Albo e abriu o placar para o conjunto dirigido por Ricardo Rezza. Foi o gol da tranquilidade. Até então o conjunto local atuava com sobriedade, mas parecia tímido e amedrontado quando se acercava da área visitante. Após o gol, uma calma real foi mais um elemento no domínio da partida exercida pelo Temperley. Aos 41, Javier Grbec fez o segundo. Tudo ia bem até que um minuto depois, Franco Olego descontou para o Albo: 2×1.

A segunda etapa prometia um jogo tenso e difícil. Só que logo aos quatro minutos, o artilheiro Dinenno deu números finais ao encontro: 3×1. Daí em diante foi só segurar o resultado, especulando de forma paciente e esporádica as visitas ao campo de defesa do Albo. Com o apito final do árbitro Mariano González a invasão de campo foi só mais um detalhe da grande festa que tomou o estádio do Gasolero. Depois de 27 anos uma das hinchadas mais fieis do Sul da Grande Buenos Aires pode comemorar seu retorno ao principal palco do futebol argentino.

E o mais importante, trata-se apenas de um segundo capítulo da festa, já que no fim da temporada passada, o Gasolero já fora promovida da B Metro para a B Nacional. Na ocasião, a equipe foi campeão do Torneio Reducido ao vencer o Platense na cobrança de pênaltis. Veja no vídeo abaixo:

Destaques da equipe

Fede Crivelli. O guardametas celeste já é um dos maiores ídolos da história do clube. Já havia sido fundamental para o acesso à B Nacional, no primeiro semestre de 2014. Nesta temporada não foi o goleiro menos vazado da categoria, porém, não fosse por ele e a frágil defensiva celeste teria levado muito mais gols. Importa mais é a capacidade de Crivelli de aparecer nas horas vitais. Por sua campanha na temporada, o porteiro do Temperley pode até deixar o Sul da Grande Buenos aires e atuar por outro clube.

Gastón Aguirre. O meio-campista pela direita é o símbolo da raça celeste. Deixa toda a alma em campo e deixa o campo em estado físico próximo a exaustão. Caso em que ao chegar nos vestiários precisa se ocupar em não desmaiar tamanho esforço feito em campo. É um leão na marcação e também no auxílio ao ataque.

Fenando Brandá. Meio-campista ofensivo goleador e com boa leitura de jogo. Graças ao desgaste da temporada passada ainda ressente de melhores condições físicas. Desta forma, embora seja um dos destaques do Gasolero, não atuou de forma regular na temporada atual.

Fabián Sambueza. Meio-campista habilidoso que pode atuar como enganche ou como meia por ambos os lados do campo. Jogador com leitura excelente de jogo. É perfeito na retenção da pelota, na articulação e distribuição do jogo da Celeste. Dos pés de Sambueza saíram as bolas para as principais jogadas de lado de campo da equipe. Não deve ficar no clube por muito tempo.

Juan Ignacio Dinenno. Típico camisa 9, Dinenno foi emprestado ao Temperley pelo Racing. Seu retorno à Avellaneda é fato consumado. Tornou-se o artilheiro da equipe e o segundo da temporada da B Nacional. Com apenas 20 anos, Dinenno é um atacante promissor.

A Campanha do histórico acesso do Gasolero

1ª rodada: 0-3 vs. Huracán
2ª rodada: 2-0 vs. Sarmiento
3ª rodada: 1-0 vs. Patronato
4ª rodada: 1-0 vs. Sportivo Belgrano
5ª rodada: 1-3 vs. Atlético Tucumán
6ª rodada: 2-0 vs. Santamarina
7ª rodada: 0-3 vs. Crucero del Norte
8ª rodada: 1-1 vs. Unión
9ª rodada: 0-0 vs. All Boys
10ª rodada: 1-0 vs. Independiente Rivadavia
11ª rodada: Livre
12ª rodada: 0-2 vs. Huracán
13ª rodada: 0-3 vs. Sarmiento
14ª rodada: 1-0 vs. Patronato
15ª rodada: 3-0 vs. Sportivo Belgrano
16ª rodada: 2-1 vs. Atlético Tucumán
17ª rodada: 1-3 vs. Santamarina
18ª rodada: 2-1 vs. Crucero del Norte
19ª rodada: 0-2 vs. Unión
20ª rodada: 3-1 vs. All Boys
21ª rodada: vs. Independiente Rivadavia
22ª rodada: Livre

Pequeno vídeo com a festa do Temperley